Sunday, February 12, 2023

Empire of Light

 No momento em que foi começado a ser anunciado as propostas para a corrida aos oscares este filme de Sam Mendes, por ser intimista, por ser sobre o mundo do cinema classico e por Olivia Coleman foi logo para os primeiros lugares nas bolsas de apostas. Contudo nas primeiras visualizações se percebeu que seria uma carta algo fora do baralho essencialmente pela mediania critica que acaba por eliminar qualquer hipotese concreta neste tipo de projeto. Comercialmente os resultados também foram muito curtos e Mendes colecionou aqui um claro floop critico onde apenas a fotografia acabou por conseguir a nomeaçao para o oscar.

Sobre o filme posso começar por dizer que devido a forma como comecei a ver cinema este e um filme que entra no espaço da divulgação, nas bilheteiras, na sala de projeção, nos grandes dias, e nisso o filme e bonito, e a homenagem ao cinema onde cresci, e isso aproximou-me do filme. No restante o filme aproveita e muito dois vetores que estão num nivel de eleição e conduzem o filme ao sucesso, desde logo a fotografia que coloca quase cada imagem como um postal, e principalmente Coleman numa forma brutal que da um recital de interpretação do primeiro ao ultimo minuto, fazendo crescer de forma continua a sua personagem.

Do lado negativo fica a ideia que o filme toca em muitos pontos como a saude mental, o isolamento, o cinema e o lado racial, mas acaba por não dar protagonismo a nenhum deles, sendo quase sempre um filme de personagens, um filme de uma personagem a procura do seu espaço num ritmo melancólico, que parece muitas vezes ser mais sustentado na capacidade interpretativa de Coleman do propriamente num argumento de primeira linha.

Assim, e achando que este foi talvez dos filmes mais erradamente desvalorizados pela critica, temos aqui uma historia aparentemente simples, filmada e projetada como poucos, num estilo de filme que principalmente para quem viveu na epoca de cinemas de maiores dimensões leva-nos ao passado embora fique a sensação que no argumento o filme deveria ser mais trabalhado.

A historia fala de uma funcionária de um cinema, claramente deslocada na sua saude mental, que diverge entre o seu trabalho e a relação extra conjugal com o seu patrão, que acaba por sofrer uma alteração de rotina com a chegada ao seu local de trabalho, de um jovem de origem africana em plena crise racial.

O argumento parece-me claramente um dos apontamentos menos trabalhado do filme, fica a sensação que o filme quer tocar muitos pontos intensos, mas onde apenas o conflito interno e de saude mental da personagem e sinceramente trabalhado, sendo os outros temas panos de fundo. E o parente menos feliz do filme. 

Mendes e um realizador de primeira linha que depois de um inicio unico foi ganhando o seu espaço em filmes de diversos generos. Aqui no lado mais intimista, tem a aposta na fotografia de Deakings uma aposta absolutamente brutal, que dao ao filme um conjunto de postais que o tornam num dos filmes mais bonitos do ano, no qual não está desligada da capacidade unica que Mendes tem para capturar o momento.

No cast temos um autentico recital de Coleman a todos os niveis. COleman e a melhor atriz do momento fruto de um conjunto de recursos e capacidade de os impor em quase todos os filmes que a cada ano se torna mais forte. E talvez dos seus papeis mais imponentes e aquele que de uma forma incompreensível a academia deixou de lado. Fica dificil aos outros interpretes terem algum destaque com uma prestação assombrosa como esta.


O melhor - Deakings e Coleman ao melhor nivel que Hollywood pode dar.

O pior - O argumento poderia ser mais organizado


Avaliação - B+



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