Ruben Ostlund teve em 2022 o bilhete de entrada com este filme para um naipe muito reduzido de realizadores ao conseguir num curto espaço de tempo sair por duas vezes vencedor no Festival de Cannes, com seu estilo proprio e satirico de abordar temas sociais do momento, o ainda jovem realizador sueco tem conseguido chamar toda a atenção critica e alguns atores norte americanos, sendo que comercialmente, o filme conseguiu resultados consistentes principalmente na europa e alavancado numa forte presença nas nomeaçoes para os oscares.
Eu confesso que gostei da excentricidade de The Square, mas acho que tudo ainda esta mais potenciado neste filme em três atos, peculiar, muitas absurdo, quase sempre engraçado, num estilo com a assinatura particular de Ostlund e dos seus dialogos diferenciados mas cheios de valores associados. O primeiro segmento do filme e para mim o melhor, nos dialogos interminaveis entre as personagens principais sobre a forma como cada um espera estar na relação.
O segundo tem alguns dos melhores momentos, e principalmente o impacto de uma realização de primeira linha marcado por um jantar do comandante absolutamente incrivel, mas narrativamente é claramente o vetor mais fraco, demasiado fora da caixa, absurdo, e de exagero que prepara para a ultima fase, onde o filme procura o seu impacto moral, numa sociedade revertida, e parece ser esse o ponto de Ostlund prepara desde o inicio do filme, tambem um pouco no lado das posiçoes de genero na relação.
Por tudo isto temos um excelente e peculiar filme, que consegue ter em quase todas as suas vertentes uma indivualidade muito propria. Ao ser declaradamente um filme dividido em tres capitulos diferenciados, acaba por ser no meio que o filme perde algum impacto narrativo, ganhando no lado visual, mas é sem duvida um dos grandes filmes deste ano.
A historia fala de um casal de um modelo, e uma influencer que embarcam num iate cheio de ricos, no meio de uma dificuldade em definir a relação sendo que tudo fica pior quando acaba por o barco naufragar e um conjunto de sobreviventes ter de recriar uma nova sociedade numa ilha deserta.
Do ponto de vista narrativo o filme é original, concetual no que diz respeito ao pontos sociais que quer tocar, e que o faz com o impacto exigido. Tambem nos dialogos e principalmente na primeira fase o filme e riquissimo, num dos argumentos mais originais do ano.
Ostlund sem nunca ter ainda embarcado para Hollywood onde provavelmente poderia ter algumas dificuldades em exprimir o seu estilo, leva ja duas palmas de ouro, e chegou este ano a nomeaçao maior para realizador, em filme de base com uma assinatura propria a todos os niveis. Um dos realizadores mais diferenciados do momento do panorama internacional.
No cast um conjunto de atores onde os maiores destaques vão para um jovem Harris Dickinson, que depois de ter protagonizado com muitas reticencias o novo Kingsman consegue aqui dar uma interpretaçao de primeiro nivel auxiliado pela malograda Charlbi Dean, que acabaria por falecer alguns meses depois da conclusao do filme, não permitindo que a carreira se desenvolvesse como muito prometeu neste filme. Acaba tambem por ter destaque os momentos de Harelsson e de Dolly De Leon na ultima fase.
O melhor - A abordagem original e satirica a uma sociedade moderna bem representada.
O pior - Narrativamente o segundo capitulo é demasiado fora da caixa
Avaliação - B+
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