Saturday, November 19, 2022

Aftersun

 Apresentado no ultimo festival de Toronto esta pequena produçao patrocinada pela BBC foi uma das surpresas criticas do festival, principalmente pela unanimidade critica que absorveu sobre a quimica e as dificuldades de uma parentalidade algo precoce. O filme conseguiu criticamente algumas das avaliações mais consistentes do ano, sendo que comercialmente, ao ser um claro filme independente, mas mais que tudo a falta de figuras de uma primeira linha de HOllywood onde Mescal ainda esta em crescimento levou a resultados pouco imponentes que poderá conduzir a que o filme se dilua na competiçao com filmes mais visiveis.

Sobre o filme temos um filme lento a todos os niveis, mas mais que isto um filme que adota um estilo independente tipico do cinema britanico, onde o contexto espacial e os silencios interpretativos jovam um papel fundamental. Isto pode fazer com que o seja dificil entrar no circulo que o filme quer que o espetador entre, mas acaba por conseguir e ai conseguimos entrar nas dinamicas de uma relação pai filha, com dificuldades, amor e muitas questões que o filme aborda bem, sem grande ruido mas com muita profundidade.

O paralelismo entre o passado e o presente da personagem central pode ser o aspeto mais arrojado do filme a todos os niveis, principalmente porque vimos quase sempre a prespetiva da criança, mas parace que para esse funcionalismo ser mais explicito e imponente deveria ser mais exposto, fica muitas respostas por dar principalmente no que diz respeito as vivencias do pai. O filme consegue dar a nostalgia tipica de momentos que quando os vivemos nao damos o real interesse, e que o filme tão bem potencia em momentos realizados com detalhe de autor.

Por tudo isto Aftersun e sem duvida um dos filme mais intimistas do ano, claro que para os amantes de filmes maiores o ritmo muito lento do filme, podera tornar o filme algo monotono, bem como o facto de esconder, e centrar-se nas vivencias a sentimentos do momento. Mas o impacto da relaçao central e os pontos de vista, funcionam muito por culpa de uma otima quimica entre personagens.

O filme fala de umas ferias na Turquia, num resort barato de um pai divorciado com uma filha de onze anos, com todas as vivencias tipicas da idade de passagem, mas acima de tudo com as dificuldades do pai de responder aquilo que vao sendo as inquietaçoes da filha.

O argumento tendo uma historia de base algo linear e com pouca interiga, acaba por no seu significado e nas suas especificidades como dialogo ser bem montado, com otimos momentos da dois pai e filha. A forma como o filme depois transforma numa reflexao de adulta tambem e feliz.

Na realizaçao Wells da ao filme a melancolia perfeita e o saudosismo, numa filmagem independente nem sempre totalmente clara, mas que tenta dar o realismo de personagens comuns, nas suas particularidades. Para estreia temos um filme com o estilo porprio com muito contexto espacial e muito sentimento transmitido nas personagens que nos deixa com alguma expetativa para o que se seguira.

No cast temos um Mescal a ganhar intensidade em Hollywood mas parece-me algo parecido de papel para papel, exigindo-se alguma maior irreverencia no que vem depois. Aqui encaixa no estilo que o filme quer, principalmente no lado mais proximo e emocional da mesma. As inquietaçoes da juventude sao muito bem interpretadas pela jovem Frankie Corio que merece destaque como uma das melhores apariçoes juvenis do ano.


O melhor - O lado nostalgico do passado que o filme transmite tão bem.

O pior - Pode ser algo monotono para tao curta duraçao


Avaliação - B



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