Monday, April 20, 2020

The Plataform

Numa altura em que devido as circunstancias o cinema se encontra totalmente paralisado nos teatros o olho do falcão está completamente virado para o que as plataformas de streaming tem para nos dar, e no que diz respeito a maior de todas elas a Netflix, existe um filme espanhol que surpreendeu no ultimo festival de Toronto que está a dominar por completos as visualizações, embora longe de qualquer tipo de unanimidade. Este filme que passou por festivais menores com sucesso critico, acabou por se tornar rapidamente num dos produtos mais vistos e rentáveis da Netflix tornando-se assim também um sucesso comercial.
Sobre o filme podemos desde logo dizer que não e um filme para todos, é um filme sem barreiras morais, é um filme que quer impressionar quer na estética, quer na violência e que isso rapidamente pode ser condierado exagerado. Contudo parece-me que a metáfora que o filme encontra para retratar o mundo e politicas do mesmo é extremamente bem conseguida, num exercício difícil, original, mas que marca o espetador e nisso o filme e extremamente competente.
Outro dos pontos que o filme tem a seu favor e que o facto de ser um filme de uma pequena produção pode ir ao limite estético o que o faz, isso pode-nos fazer desviar os olhos diversas vezes do filme, enojados com tudo o que vemos, mas isso nunca tira a originalidade e mais que isso uma mensagem muito forte que o filme tem associado a uma realização e um caracter estético extremamente bem pensado que o faz ser um dos filmes mais marcantes do anos.
Não e um filme para todos mas e um filme com uma capacidade metafórica e com uma força da sua mensagem como poucos vimos nos últimos tempos. O final quem sabe demasiado aberto ou mesmo metafisico pode no entanto ser o ponto mais polemico de um filme eficaz que não e feito para nos agradas mas acima de tudo nos incomodar com o seu auto retrato social.
A historia fala de uma prisão dividida por pisos com dois presos por casa um nos quais a alimentação e efetuada através de uma plataforma que segue em sentido descendente ao longo dos pisos, sendo que todos comem os restos uns dos outros.
Em termos de argumento a capacidade do filme tem um valor social metafórico imperativo faz a mensagem resultar, com bons diálogos com personagens com um papel muito definido. Talvez o final devesse ser mais objetivo para a mensagem ser mais forte, embora na minha opinião este não condicione tudo o que de bom o filme tem na mensagem.
Na realização o desconhecido Gaztelo-Urrutia um jovem realizador basco que nunca deve ter pensado que o seu filme fosse uma das sensações de 2020 tem um trabalho meritório, o filme para alem do seu conceito metafórico tem um conceito estético interessante que merece ser sublinhando, fazendo criar uma expetyativa em torno do que se seguira no realizador.
No cast os interpretes do filme são exímios no cumprimento daquilo que o filme quer deles, com a intensidade conhecida nos atores espanhois. O maior destaque vai para a díade Ivan Massague e Zoron Eguileor que são mais que tudo os extremos do filme.

O melhor - A mensagem do filme.

O pior - O final ser demasiado metafisico

Avaliação - B

1 comment:

Wall said...

Boas dicas de filmes!
Adorei os textos e descobri muitas estratégias legais da indústria cinematográfica. Vou assistir alguns!

Abraços!
Victor Wallace
https://wallsbooks.blogspot.com