
Sobre o filme parece-me claro que a etapa em que o casal passa a viver sozinho novamente depois dos filhos criados e um momento de avaliação da própria relação e perceber se a mesma ainda tem fulgor. O filme escolhe bem esse momento mas nem sempre consegue dar ao filme o dinamismo ou o poder de reflexão que a historia em si poderia e deveria ter, muito por culpa do desiquilibrio entre uma personagem intensa e uma outra adormecida de mais para os propósitos que o filme quer ter.
E o filme na sua estrutura de personagens até trabalha bem, na colocação inteligente do filho em fase de entrada na idade adulta no meio de todo o conflito, mas nem sempre aproveita porque essa personagem acaba por sofrer com a dictomia elevada das outras duas, e isso acaba por em grande parte do filme o tornar algo desequilibrado e adormecido.
Mesmo assim parece-me um filme que toca num ponto importante embora não o concretize da forma mais eficaz. Fica a ideia que é um filme demasiado pensado para teatro na pouca movimentação das personagens para funcionar bem num cinema simples, e isso acaba por tornar o filme na sua verdade algo indiferente.
A historia fala de um casal próximo dos 60 anos que numa visita de um filho jovem adulto recebe a noticia por parte do pai, que a relação com a mãe é para terminar por sua vontade já que encontrou um novo amor, provocando reações diversificadas nos três elementos da equação.
Em termos de argumento se em termos de personagens parece que a mulher e o filho reúnem os pressupostos para fazer um filme intenso, na questão do elemento masculino penso que o filme o adormece em demasia, e isso desequilibra o filme de uma forma que não o consegue concluir de uma forma eficaz.
William Nicholson encontrava-se algo arredado da realização depois de uma carreira dedicada à escrita e que lhe valeu duas nomeações para oscar de melhor argumento. Como realizador o filme dependia um pouco de uma abordagem menos tradicionalista que o mesmo não adota denotando-se algumas limitações como realizador que obviamente não é a sua praia,.
No cast Nighty parece-me nos últimos tempos apenas preparado para opostos, e aqui sofre por uma personagem demasiado adormecida. O maior destaque vai para um Benning em boa forma, numa carreira de uma atriz que merecia mais sublinhado. No papel jovem Josh O Connor tenta ganhar espaço mas ainda me parece algo verde na concretização do mesmo.
O melhor - O tema incide sobre um espaço temporal interessante
O pior - A diferença entre personagens
Avaliação - C
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