Saturday, April 11, 2020

Hope Gap

As relações no final de vida não são normalmente um tema que Hollywood despenda muito tempo, principalmente porque não tem a intensidade que o mesmo sentimento acaba por ter noutras faixas etárias. Este filme fala sobre o conflito do casal ao longo do tempo, com um elenco forte mas que não foi propriamente um sucesso critico com avaliações medianas ainda com ligeira tendência positiva. Do ponto de vista comercial os resultados foram totalmente rudimentares quer pela pouca distribuição que o filme acabou por ter mas acima de tudo pela interrupção que o cinema teve com a pandemia.
Sobre o filme parece-me claro que a etapa em que o casal passa a viver sozinho novamente depois dos filhos criados e um momento de avaliação da própria relação e perceber se a mesma ainda tem fulgor. O filme escolhe bem esse momento mas nem sempre consegue dar ao filme o dinamismo ou o poder de reflexão que a historia em si poderia e deveria ter, muito por culpa do desiquilibrio entre uma personagem intensa e uma outra adormecida de mais para os propósitos que o filme quer ter.
E o filme na sua estrutura de personagens até trabalha bem, na colocação inteligente do filho em fase de entrada na idade adulta no meio de todo o conflito, mas nem sempre aproveita porque essa personagem acaba por sofrer com a dictomia elevada das outras duas, e isso acaba por em grande parte do filme o tornar algo desequilibrado e adormecido.
Mesmo assim parece-me um filme que toca num ponto importante embora não o concretize da forma mais eficaz. Fica a ideia que é um filme demasiado pensado para teatro na pouca movimentação das personagens para funcionar bem num cinema simples, e isso acaba por tornar o filme na sua verdade algo indiferente.
A historia fala de um casal próximo dos 60 anos que numa visita de um filho jovem adulto recebe a noticia por parte do pai, que a relação com a mãe é para terminar por sua vontade já que encontrou um novo amor, provocando reações diversificadas nos três elementos da equação.
Em termos de argumento se em termos de personagens parece que a mulher e o filho reúnem os pressupostos para fazer um filme intenso, na questão do elemento masculino penso que o filme o adormece em demasia, e isso desequilibra o filme de uma forma que não o consegue concluir de uma forma eficaz.
William Nicholson encontrava-se algo arredado da realização depois de uma carreira dedicada à escrita e que lhe valeu duas nomeações para oscar de melhor argumento. Como realizador o filme dependia um pouco de uma abordagem menos tradicionalista que o mesmo não adota denotando-se algumas limitações como realizador que obviamente não é a sua praia,.
No cast Nighty parece-me nos últimos tempos apenas preparado para opostos, e aqui sofre por uma personagem demasiado adormecida. O maior destaque vai para um Benning em boa forma, numa carreira de uma atriz que merecia mais sublinhado. No papel jovem Josh O Connor tenta ganhar espaço mas ainda me parece algo verde na concretização do mesmo.

O melhor - O tema incide sobre um espaço temporal interessante

O pior - A diferença entre personagens

Avaliação - C

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