
Estes pequenos filmes valem muitas vezes pelos aspetos mais pequenos mas ao mesmo tempo tao importantes no cinema, e acaba por ser nesses pequenos aspetos que o filme funciona, principalmente no que diz respeito às interpretações principais, e mais que isso na forma como as persoangens vão alterando a sua postura com o crescimento circunstancial que o filme dá e isso acaba por o tornar maduro e sincero nos seus objetivos.
Parece-me que é um filme pesado do ponto de vista emotivo alancado numa interpretação fortissima da sua protagonista e de uma personagem construda sob todos os pontos. Esta força de construção acaba contudo por condicionar um pouco o valor dos secundarios que vão tendo a espaços os seus momentos mas o intervalo algo longo entre os mesmos acaba por dar ao filme alguns problemas do seguimento das historias secundarias, que contudo parecem-nos claramente irrelevantes para o seguimento do filme.
Um filme interessante, com valor, que demonstra que muitas vezes uma historia comum bem trabalhada do ponto de vista do argumento e das interpretaçoes podem dar ao cinema independente uma qualidade unanime que nao exige filmes quase impercetiveis ou exprimentalistas. Podemos dizer que o final nao e propriamente o esperado, mas acaba por ser o que melhor senso tem para rematar o que o filme nos quer dar.
A historia fala de uma ex-condenada que no regresso a liberdade tenta reatar a relação com o seu filho, sofrendo entraves por parte da sua irmã que cuidou do menor durante o periodo de clausura. O filme fala-nos da batalha legal e da relação que vai sendo construida com uma jovem advogada.
E no argumento e principalmente na linha da personagem central que o filme funciona quase por completo. A personagem é bem construida e os dialogos onde participa a força do filme. As historias secundarias perdem um bocadinho pois nao conseguem ter esse impacto, mas sem duvida um bom argumento.
Na realizaçao o trabalho de Matthew Newton parece-me simples deixando os outros aspetos do filme funcionar. E um jovem realizador que ainda deixa o argumento falar mais alto mas tendo em conta a sua idade e a intensidade deste filme podera no futuro ser um valor serio.
No cast o filme tem uma das melhores interpretações do ano de Julianne Nicholson, a intensidade e os momentos da actriz ao longo do filme são absolutamente brilhantes numa prestação que enche o ecra e o filme. Num filme com mais visibilidade seria certamente uma forte candidata aos premios, assim provavelmente ficara apenas na retina de quem viu o filme.
O melhor - Nicholson
O pior - As historias secundarias são demasiado fracionadas ao longo do filme
Avaliação - B
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