Existem todos os anos
diversos anos que no planeamento dos anos começam por ser oscar
contenders, mas por opção dos estudios ou porque os primeiros
ensaios com os espetadores não tem os resultados esperados, que
ficam guardados para o ano seguido onde estreiam de forma silenciosa
em meses menos fortes. E o caso desta produção europeia e mais uma
historia sobre herois do holocausto. O filme acabou por não ter
criticas positivas suficientes para lhe dar o arranque na epoca de
premios, e comercialmente a opçao por Março de 2017 até podemos
dizer que foi positiva já que com menos concorrencia os resultados
comerciais até acabaram por ser interessantes.
Sobre o filme, é
normal que o peso das historias ainda para mais veridicas da luta
contra o nazismo e principalmente a defesa do valor humano, tem um
impacto emocional que so por si valoriza qualquer filme descritivo
sobre estes factos. Neste filme temos mais um apontamento que acaba
por tornar tudo ainda mais forte, que é a forma e o local com que
tudo foi feito. Dai que este é um daqueles filmes que mais que
brilhante na forma como foi feito, tem todos os seus trunfos no
significado da sua historia, e do seu feito, quer narrativo quer
factual.
E posto isto, que de
alguma forma justifica muito do peso emotivo que o filme tem no
espetador, no restante o filme acaba por se tornar numa abordagem
simplista, tem nunca se tornar num filme com grande ritmo, o que o
torna muito morno quando não tem os apontamentos mais concretos, sem
grande rebeldia ou criatividade estetica e um filme declaradamente
sobre as personagens e os seus feitos, com um peso emocional grande
que nunca tenta lançar zoom sobre outros pontos.
Por isto parece-me que
mesmo sendo um filme maduro, e com o peso da sua narrativa para ser
um filme de primeira linha, tem de se ir mais longe do que uma boa
historia, necessitamos de uma boa abordagem, elementos
diferenciadores e a capacidade de em algum momento surpreender o
espetador. No climax o filme tenta isso, mas acaba por saber a pouco
na tentativa de levar o filme para padrões mais de excelencia do que
eficacia.
A historia fala de um
casal responsavel pelo Jardim Zoologico de Varsovia que durante o
holocausto acabam por albergar e conduzir para terreno mais salutar
diversos judeus guardando-os no seu jardim zoologico em pleno centro
de conflito.
Em termos de argumento
a historia quer base factual quer narrativa é de uma forma plena,
quer nos promenores emocionais, quer no detalhe temporal. Mesmo
entrando em alguns cliches que potenciam o filme do ponto de vista
emocional, é um filme que sabe criar impacto no espetador e ser
detalhado na forma com que nos da o perigo da condiçao humana
naquele periodo.
Niki Caro tem nos seus
filmes um lado emotivo que impera naquilo que transmite ao espetador,
mais uma vez aqui temos mais emoçao do que criatividade, o filme
pedia isso, mas não coloca de lado o segundo ponto, que me parece
limitar o filme como obra artistica. Ainda não foi desta que a
realizadora deu o salto para um primeiro patamar.
Em termos de cast
Chastain e Bruhl sao actores muito eficazes e intensos nas suas
composições, aqui em papeis mais objetivos não tem expaço para
brilhar mas tem espaço para demonstrar competencia e qualidade
nivelada e isso conseguem com facilidade.
O melhor – O pese da
historia que é contada.
O pior – Não ter
conseguido escapar dos cliches dos filmes do holocausto
Avaliação - B-
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