Wednesday, August 31, 2016

Too Late

Este pequeno filme foi exibido em alguns festivais o ano passado sem grande celeuma, era uma abordagem independente de uma realização simplista de takes seguidos. Os resultados contudo não foram brilhantes para o filme nesses mesmos festivais onde apenas conseguiu ganhar um prémio num festival menor, já que as suas criticas ficaram pela mediania. Assim mesmo conseguindo ter sido exibido em cinemas seleccionados os resultados comerciais foram escassos muito pela falta de figuras de montra que acabassem por dar mais visibilidade ao filme.
Quando comecei a ver este filme tinha expectativas curtas, já que um filme mediano independente normalmente são filmes demasiado soltos. Pois bem no final fiquei bastante surpreendido com o resultado final, de uma obra dividida, com intriga, bem realizada na forma como cada sequência é filmada num único take, onde o contexto e algo de relevante, fazendo lembrar o que Inarritu fez com Birdman, e que nos prende do inicio ao fim de forma a tentar perceber o que liga todo o puzzle, e nisso é um filme que cria impacto junto do espectador, já que o mesmo é emocionalmente forte na relação central, mas também na forma temporalmente dispersa nos cria questões que posteriormente vão sendo respondidas, com alguma criatividade mesmo que exista claras referências na abordagem do filme.
Pese embora a critica de que o filme possa ser uma espécie de Pulp Fiction sem carisma seja facilmente encaixada no filme, não é nunca de deixar de sublinhar a forma como o filme consegue criar uma química interessante entre as duas personagens centrais à custa de diálogos bem escritos, e de uma realização que potencia todo o contexto, claro que se pode por em causa a plausibilidade do filme, mas isso é uma questão que pode ocorrer em quase todos os filmes, sejam eles de grande estúdio ou independentes.
Por isso na minha opinião, e pese embora seja um filme de 2015, este Too Late é uma das pérolas independentes do ano atual, um filme que nos prende, emocionalmente forte, que tem uma realização e abordagem noir interessante, que se apruma na forma que quer dar, ou seja um filme com muitos elementos de um filme completo que talvez merecesse mais atenção não só da critica mas principalmente dos espetadores.
A história fala de uma jovem stripper que estranhamente é morta num monte, quando tenta encontrar ajuda de um detective privado, o filme aborda o relacionamento de ambos, as razões do mesmo e as consequências de tão trágico acontecimento.
Em termos de argumento o filme é forte, é recheado de diálogos interessantes, principalmente os mantidos pela personagem principal. Em termos de caracterização de personagens e relações o filme parece ter valor, já que a relação central acaba por ter força junto do espectador. Na originalidade podemos dizer que ela existe mesmo que não seja a característica central deste argumento.
Na realização para estreia em longas metragens podemos dizer que Hauck tem um trabalho interessantíssimo, pese embora seja claro muitas referências no seu trabalho, utiliza as mesmas com engenho e arte para potenciar um estilo próprio ao filme. Pena o resultado do filme ter sido modesto porque para arranque um trabalho como este deveria ter um seguimento interessante, quer como realizador quer como argumentista. O único senão, pode ser discutível a forma como o filme é pensado temporalmente e se isso trás algum benefício para o mesmo.
Em termos de cast um filme sem grandes figuras com excepção do sempre convincente John Hawkes, é um actor carismático com muitos recursos dramáticos e que penso que merecia mais atenção da critica e das produções de hollywood, ao seu lado uma boa interpretação de Crystal Reed, mais conhecida por Teen Wolf, que aqui dá um passo para o grande ecrã num filme bem diferente da serie. A sua interpretação fica na retina.


O melhor - A capacidade do filme aliar um bom argumento, uma realização ambiciosa e boas interpretações


O pior - A formatação temporal do filme pode não ser a melhor.

Avaliação - B

1 comment:

Anonymous said...

Qual a necessidade da Vail Bloom aparecer sem calça em cena na frente de três atores e vários homens e mulheres assistentes de palco (bottomless scene) ? Para ela a líbido subiu pois sentiu-se desejada e gostosa. Para o diretor satisfez a laciva de seduzir atriz famosa a ficar com a genitália e o traseiro de fora. Para o público foi a possibilidade de se auto excitar. Mas a cena é no fundo desconexa com a história. Não há necessidade da personagem atender os homens nesta situação ridícula e escrachada como uma vadia de quinta categoria kkkkkk.