Thursday, September 01, 2016

The Man Who Knew the Infinity

Com a moda cada vez mais instalada dos biopic é natural que ano após ano diversas figuras das artes e ciências vejam a sua vida, ou pelo menos episódios dela traduzidos em obras cinematográficas. Este ano uma dessas pessoas foi o matemático Srinivasa Ramanujan, um jovem índio que surpreendeu Inglaterra com a sua percepção matemática e que conquistou um lugar na história pelas suas teorias. O filme estreou com criticas demasiado medianas para o potenciar como um long shot na corrida aos prémios. Do ponto de vista comercial para um filme com pouca expansão podemos dizer facilmente que os resultados foram satisfatórios para os objectivos do filme.
Quando se analisa um biopic devemos ter em mente duas coisas por um lado a exactidão dos factos, o que neste caso é difícil de por em causa, por não ser uma história controversa ou totalmente conhecida, e por outro lado a originalidade da abordagem. Aqui penso que o filme é demasiado tradicionalista, sendo que grande parte do alcance dos feitos ficam longe do espectador comum, que apenas consegue considerar a personagem o génio sem conseguir responder em muito ao porquê de tal considerando, e nisso o filme tinha essa dificuldade natural ao assunto, mas que em termos dramáticos nunca o consegue contornar.
Depois mesmo nas relações parece um filme demasiado lento, muito inspirado numa tradição europeia o filme nunca consegue adquirir ritmo que o leve para altos voos, mesmo que seja competente no lado mais pessoal da personagem e da forma como consegue transmitir todos os pontos mais conflituosos do mesmo entre a sua vida pessoal e profissional, um balanço equilibrado mesmo que o filme nunca consiga ter nada de artistico na sua abordagem.
Mesmo assim parece-nos importante que o cinema através de filmes sublinhe vidas e feitos menos mais stream, que acabem por ser homenagens justas a pessoas que realmente tiveram um marco de diferenciação nas artes que serviram, e nisso é sempre de louvar a coragem dos realizadores e produtores que permitem este tipo de filmes, mesmo que o resultado nem sempre seja original ou artistico.
A historia fala na vida de Srinivasa Ramanujan,, desde a sua deslocação para a Inglaterra com as barreiras e a xenofobia que foi alvo, até à forma como conseguiu impor o seu conhecimento mesmo fazendo face a uma doença terminal.
O argumento é simples na estrutura lógica e normal de um biopic, penso que o filme perde demasiado tempo no lado profissional aquele que ficou na história mas ao mesmo tempo aquele que é mais distante do espectador comum. Também em termos de abordagem a escolha por uma estrutura tão simples não beneficia o resultado do filme.
Em termos de realização este filme é de longe o trabalho mais visível de Matt Brown, que não arrisca muito no filme, apenas com uma boa contextualização temporal, parece óbvio que o filme tinha espaço para mais em termos de uma abordagem diferenciadora, mas tal seria pedir muito para alguém a dar os primeiros passos com tantos meios.
Em termos de cast Patel, que muitos referem que terá um ano em cheio tem um papel interessante que nem sempre parece utilizá-lo da melhor forma, muito repetitivo, nos momentos mais dramáticos cai muitas vezes em overacting, parece-me óbvio que o papel é melhor que os seus recursos. A ver se o resto do ano acaba por dar outros detalhes de um actor que provavelmente não terá tantas oportunidades como esta para dar mais de si. A segurança de Jeremy Irons, acaba por ser um bom balanço para o filme.


O melhor - A homenagem ao homem por trás do filme.

O pior - Um biopic para ser marcante actualmente
necessita de qualquer elemento diferenciador e este filme nunca o tem.


Avaliação - C

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