Sunday, August 28, 2016

Everybody Wants Some

Se existe algo que é indiscutivel no cinema é que Richard Linklater é um dos maiores cineastas do cinema moderno, nem tanto pelos agradaveis produtos finais dos seus filmes, mas principalmente pelo processo da sua produçao e sua realizaçao, fazendo com que os filmes sejam mais do que as imagens mas experiencias. Este ano surge uma dissertação sobre a loucura da entrada da universidade com este filme, que pega precisamente onde Boyhood acabou com outras personagens o resultado critico foi positivo embora menos entusiasmante do que o seu filme anterior, em termos comercias os seus filmes tem um valor limitado, dai que apenas podemos dizer que cumpriu os minimos.
Sobre o filme, podemos dizer que Linklater tem uma forma de abordar os seus filmes, pelo menos a maoria deles diferente da maior parte dos outros realizadores, nos filmes são sobre personagens e momentos, não temos uma linhagem narrativa, um climax, um conflito nada, ele tenta retratar o dia a dia ou os momentos das pessoas de uma forma natural com conversas naturais e isso e que faz do seu cinema interessante, a forma como consegue construir personagens tao interessantes que nos diga que aquele momento dela e especial, e o filme consegue isso, que o grupo tenha impacto junto mas que tambem individualmente o filme tenha esse interesse com um naipe interessante de personagens muito bem montadas.
Depois temos talvez o melhor filme de adolescentes do ultimo ano, o filme e mesmo isso, festa e euforia de um grupo de pessoas diferentes, claro que temos um autentico exagero, mas e um filme em que as personagens valem por si, ou seja os detalhes de cada um nos momentos do filme, fazem-no ser ao mesmo tempo engraçado como carismatico e nisso, Linklater sabre tirar das palavras e das situações o melhor que se pode tirar deste objeto.
O lado negativo a meu ver prende-se com a personagem central, debruçando-se um filme numa personagem especifica essa não pode perder todas as cenas para os secundarios, e ai penso que a culpa é desde logo na construçao menos conseguida da personagem em si e da sua caracterizaçao mas tambem a meu ver da forma como a interpretaçao acaba por não dar carisma a personagem, e aqui o filme perde alguma força.
A historia segue uma equipa universitaria de basebol, sob o ponto de vista de um caloiro que é integrado naquela comunidade e no fim de semana de festas que antecede o primeiro dia de aulas, e da mudança brutal na rotina daquela pessoa.
Em termos de argumento, o filme funciona, numa abordagem narrativa sem que nada aconteça, temos um filme rico em dialogos com muitas personagens todas elas diferentes e que dao força ao filme, sendo o unico senão o pouco aproveitamento da personagem central, claramente pior que todas as outras.
Em termos de realizaçao o trabalho de Linklater e dificil porque tem que criar e satirizar com o mundo dos anos 80 e fá-lo ao limite com algum exagero que acaba por ser pensado como forma de humor, e nisso o filme funciona pois coloca-nos a olhar para o guarda roupa, decoraçao das festas e banda sonora.
Sem recorrer a qualquer figura conhecida, pelo menos muito conhecida o cast funciona perfeitamente com optimas interpretaçoes da maioria dos escolhidos, com excepção para Blake Jenner e a ele que Linklater da o papel principal, mas quer pela construçao da personagem mas tambem por uma maior rigidez interpretativa do actor e falta de carisma o filme parece ser muito mais interessante quando esse protagonismo não é assumido, num filme que tinha tudo para dar à luz uma nova estrela.

O melhor – A forma como Linklater faz bons filmes de coisas simples.

O pior -Blake Jenner e o seu Jake


Avaliação - B+

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