Friday, July 01, 2016

Green Room

Após o último Festival de Toronto existiu um pequeno filme que ficou na memória e que surpreendeu os mais cepticos do festival, foi este pequeno filme de terror claustrofóbico, que infelizmente ficará marcado por ser uma das últimas obras de Anton Yelchin como protagonista. A recepção ao filme foi bem melhor do que esperado para um filme claramente independente. Criticamente conseguiu até aos momentos algumas das melhores criticas do ano, e comercialmente conseguiu algum sublinhado principalmente tendo em conta que se trata de um filme com curtos objectivo a este mesmo plano.
Sobre o filme, podemos desde logo dizer que num género como o terror onde grande parte das obras é um cliche autentico parece-nos mais fácil, uma filme mediano se tornar um filme mais apreciado ou mesmo sobrevalorizado. Dai que começo simplesmente por dizer que após a observação do filme, considero as criticas entusiasmantes ao filme um total exagero, para um filme objectivo, que por vezes consegue criar a sensação de claustrofobia e de "no way out" para as personagens mas que fora isso é uma simples história sem muita lógica, sem grandes explicações e com a falta de argumentos que a pudesse conduzir o filme para esse parâmetro criativo.
A entrada do filme é estranhamente confusa, as personagens quase são despejadas no contexto e o filme nunca as quer mostrar mais do que peões, todas elas, parece sempre que o filme quer chegar ao ponto em que é o jogo do gato que encurrala o rato, que tem de dar aso a criatividade para sobreviver. Obviamente que o filme ganha qualidade e principalmente dureza quando chega a este ponto, aqui temos um filme com um bom ritmo, de passos apressados, violento na forma como as personagens vão desaparecendo, mas que no final não nos parece ter um climax condizente com o caminho de intensidade violenta que o filme ia seguindo.
Por estes mesmos factos parece-me um filme simples num estilo simples, que principalmente em termos de abordagem estética poderia ter outro poderio, o que conseguiu ter principalmente nos cartazes de divulgação do filme. Em termos de terror parece sempre um filme mais preocupado na sensação de encurralado do que propriamente em alterar a respiração do espectador e nesse particular o filme funciona facilmente.
A historia fala de um grupo de punk rock que depois de um concerto num bar nazi testemunha um crime, que vai por a cobro uma organização criminosa que vai conduzir a que a morte dos mesmos seja a unica resolução para os criminosos.
O argumento parece funcional para objectivos curtos, poucas palavras, poucas personagens e principalmente dar espaço ao confronto. Não temos nada de particularmente original no filme em termos de história mas a objectividade poderá ser o elemento mais funcional do filme.
Na realização Saulnier ganhou a critica, mas pessoalmente penso que o mesmo tinha espaço para um filme diferente, um filme esteticamente mais diferente, mais artístico, o contexto e a historia pediam isso. Assim temos um trabalho funcional sem brilho, mas que sinceramente pela recepção critica podemos mais tarde perceber melhor o que vale este jovem realizador.
No cast, é um filme que pela escassez das personagens não permitia grandes feitos aos actores. Ficara marcado por ser uma das ultimas obras de Yelchin, que se encontrava numa fase mais cinzenta da carreira, e que não seria no terror que penso que poderia dar o salto para a primeira linha. Melhor Patrick Stewart numa personagem sombria especialmente potenciada pela sempre mítica voz do mesmo.


O melhor - O filme consegue ter impacto quando é violento.

O pior - Existia espaço para mais principalmente na realização

Avaliação - C

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