Tuesday, May 17, 2016

High-Rise

O cinema britânico é sempre uma caixinha de surpresas, não só nos filmes de acção mais indies mas muitas vezes em títulos experimentais que reúne a sua volta alguns dos protagonistas maiores do cinema daquele pais. E o caso deste estranho filme que ate conseguiu em termos críticos boas avaliações ou pelo menos essencialmente positivas, já comercialmente e mesmo com o leque de figuras conhecidas o filme pelo seu teor teve diversas dificuldades com particular destaque nos EUA.
Sobre o filme, ora bem eu quando li a sinopse do filme achei bastante interessante inspirado naquilo que muito bem Snowpiecer fez num comboio mas transportado para um arranha céus. Mas e sabido que o cinema independente britânico e normalmente uma caixinha de surpresas e este filme é uma caixinha de desilusões, primeiro nunca tenta aprofundar a ideia, dar uma historia que transmita o impacto da mensagem, pelo contrário ausenta-se por completo de qualquer tipo de lógica transformando uma boa ideia num freak show de exageros gráficos com muito pouco nexo de casualidade o que torna um filme absolutamente sonolento e difícil de ver.
Alias nada tem significado ou peso no filme, os diálogos ou mesmo as personagens simplesmente não existem são figurantes para um espectáculo de destruição, violência e sexo nada mais, a base teórica do filme parece sempre um porta copos que nunca e utilizado e o filme decorre sequência a sequência em clara escalada com alguns detalhes técnicos e musicais é certo mas com a certeza que o filme nunca quer funcionar em termos de uma historia e mais que isso do que uma mensagem.
Por isso é fácil perceber que mesmo um filme eléctrico e bem filmado não consegue ter ritmo, diversas vezes percebemos que o filme é chato, que o filme a partir da sua primeira meia hora e totalmente repetitivo em sequências exageradas sem qualquer objectivo a não ser o choque gratuito. Muitas vezes vimos nos mais dentro de um videoclip de duas horas do que propriamente de um filme.
A historia fala de um arranha céus, construído de acordo com a classe social dos seus moradores, de baixo para cima, ate que no decurso de uma festa de anos se gera a anarquia total que vai conduzir a uma total anarquia na organização do edifício.
O argumento parte de um pressuposto que me parece funcional, pese embora mesmo este esteja longe de ser um poço de originalidade. Mas mesmo a ideia acaba por ser totalmente desperdiçada num filme mais preocupado pela sua excentricidade do que pelos seus objectivos sejam eles quais forem.
Em termos de realização Ben Weathley e um rebelde do cinema britânico e aqui demonstra mais uma vez a forma como gosta desse rótulo, o filme e dual na sua avaliação, se por um lado como um todo está longe de ser um filme unânime. Na minha opinião está muito longe de ser satisfatório, certo é que o filme tem bons momentos de realização mas que não chegam a lado nenhum.
Num cast riquíssimo do ponto de vista de figuras mediáticas, o filme devido à sua liberdade e pouca consistência acaba por ser fácil para os seus actores não dando espaço para grandes momentos dos mesmos.

O melhor - Alguns momentos musicais bem realizados.

O pior - A forma como o filme se repete tornando-se durante longos momentos indigesto

Avaliação - D

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