Thursday, May 26, 2016

13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi

Michael Bay tem um lugar estranho no cinema, pese embora seja um dos realizadores que mais dinheiro amealhou nos seus filmes, e uma das pessoas mais mal amadas pela critica e pela população em geral o que parece um contra-senso. Este ano este discutivel realizador alterou a estrategia lançando um filme de guerra, longe dos seus usuais blockbusters e em Janeiro, um mês pouco obvio para filmes comerciais. Os resultados criticos foram modestos algo que já não surpreende Michael Bay, comercialmente para um filme em Janeiro e sem figuras conhecidas não podemos dizer que o filme não tenha conseguido conquistar.
Convem dizer que me surpreendeu a aposta de Michael Bay por um filme de guerra, não que ele não tenha qualidade tecnica para fazer confrontos ou apelar ao sentido americano, algo que já provou diversas vezes nos seus filmes conseguir, a minha duvida era se conseguia narrativamente fazer um filme com conteudo e que fosse mais de que sequencias de acção. Depois de ver o filme a resposta e claramente não, Michael Bay não consegue fazer um filme com conteudo, com profundidade narrativa nem quando aparentemente faz um filme sobre algo que realmente ocorreu. E podemos dizer que o filme ate começa bem, na contextualizaçao de Bengazhi, no caracter descontraido com que nos apresenta cada uma das personagens, nos primeiros vinte minutos, mas depois acabou qualquer tipo de personagem, qualquer tipo de nexo de casualidade, e mesmo orientaçao do filme, começa o espetaculo pirotecnico e o pior de tudo nunca com grande sentido posicional dos seus protagonistas o que nos leva por muitas vezes a perde-los. O grande problema disto tudo e a quase hora e quarenta e cinco minutos de batalhas interminaveis que nunca consegue ter um climax, ou mesmo qualquer tipo de reaçao no espetador.
Mas não se fica por aqui o que o filme tem de Bay e que é o factor que muitos não gostam dele, o seu patriotismo lamechas, quase provinciano presente do primeiro ao ultimo minuto, a diferenciaçao entre americanos e os outros, um laxismo quase doentio que alimenta alguns americanos mas que me parece impossivel ser assumido numa industria global e inteligente, o que torna um filme já de si mediano num veiculo de comunicaçao insuportavel de uma mensagem que felizmente o mundo globar já à muito desmentiu.
A historia fala de seis seguranças da Cia que sao obrigados a defender a sua posiçao de ataques de melicias rebeldes na Libia, apos a morte do embaixador americano daquele pais, em 13 horas de luta total pela sobrevivencia e regresso a casa.
O argumento e reduzido como quase sempre e em filmes de guerra, ate aqui nada de novo, a diferença e que o filme passa quase duas horas sem dialogos, sem personagens em espetaculos de efeitos especiais in logo, com realismo e ai pouco interessa o argumento que se limita aos primeiros vinte minutos de filme.
Na realizaçao, ninguem pode dizer que Bay não e realista na sua forma de filmar, ou que não sabe usar todos os meios ao seu alcance. Tem assinatura com a captura de imagens de baixo para cima, tem intensidade, mas cai sempre na lamechisse barata e pouco creativa, que o tornam um realizador banal e por muitos pouco interessante. Mesmo assim parece aqui ter um filme mais proximo da critica do que dos milhoes.
No cast pela primeira vez Michael Bay não usa grandes figuras, e faz porque o filme não tem realmente personagens, a unica que existe não e exigente e a aposta em Krasinski ate e positiva, demonstrado no actor uma versatilidade e intensidade dramatica que eu nunca tinha visto, sendo talvez a maior agradavel surpresa do filme, mesmo que em quase duas horas e meia o filme apenas exige vinte minutos de interpretaçao.

O melhor – Krasinski como actor dramatico.

O pior – O patriotismo doentio de Bay


Avaliação - C-

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