Saturday, May 07, 2016

A Hologram for the King

É conhecida a facilidade com que Tom Hanks rapidamente se relaciona com os realizadores com quem trabalha, sendo comum repetir ao longo da sua carreira colaboraçoes, mesmo que não seja um realizador main stream. É isso que se passou neste filme que volta a juntar o conhecido actor com Tom Tykwer com que já tinha colaborado no estranho Cloud Atlas. O resultado voltou a não ser o esperado, principalmente criticamente com avaliaçoes demasiado medianas, comercialmente parece nunca ter sido um filme que pensava em grandes bilheteiras, e para um filme que não teve grande expansao ate podemos dizer que o resultado e melhor do que o esperado.
Numa altura em que a dificuldade do ocidente prespetivar o mundo muculmano e cada vez mais um filme que trabalha no sentido de dar uma vertente cultural desse mundo acaba por ser interessante, e é neste ponto que o filme tem a sua maior virtude, na capacidade de nos dar um mundo novo de extremos, de uma forma maioritariamente representativa onde os contrastes sao bem vincados, mas acima de tudo deixa para o espetador a opiniao, o que me parece virtuoso.
Como historia e um filme claramente pequeno de uma abrangencia facil, a tipica historia da pessoa fora de contexto, que desligada acaba por se encontrar num sitio menos obvio, e nesse particular o filme e previsivel, e vai perdendo as poucas virtudes artisticas que apresenta no seu inicio quando é claramente uma comedia, para se tornar num filme mais monotono mais simplista e ao mesmo tempo mais vulgar.
No resultado um filme simples, com bons e maus momentos, um filme mediano de objetivos curtos mas que os cumpre com facilidade. Nao e um filme que tenta ser mais do que aquilo que é pese embora a primeira parte do filme nos conduza para um tipo de filme mais solto, mais comico que poderia facilmente obter melhores resultados. Mas o dever moral do filme torna-o num filme com uma maior mensagem, que se leva mais a serio e claramente por isso menos interessante.
A historia fala de um ex empresario que se desloca para a Arabia Saudita com o objetivo de apresentar um projeto ao rei daquele pais. No mesmo tem de se adaptar as diferenças culturais, climatericas e de relacionamento que ira para sempre mudar a sua forma de ver a vida.
Em termos de argumento temos um filme claramente mais extravagante e inicialmente bem montado, mas que desiste dos pressupostos mais arriscados da sua historia para se tornar numa simples historia de auto conhecimento, com esta opção não so os dialogos mas acima de tudo as personagens vai ficando mais pequenas com todo o filme.
Tykwer é um realizador normalmente extravagante, já o tinha sido nos seus filmes anteriores e aqui na primeira parte do filme volta a ser, e aqui que temos os melhores momentos de uma realizaçao que como todo o filme vai-se vulgarizando na sua segunda metade. Para um realizador que ainda busca algum consenso penso que este e um filme pequeno demais para esse objetivo.
Ter Tom Hanks como actor principal de qualquer filme e guarantia que o serviço esta perfeitamente controlado, mesmo que a personagem seja limitada como e o caso. E um exercicio simples de Hanks que em piloto automatico chega perfeitamente para controlar o filme que tem na sua personagem o epicentro de tudo, ou não estivesse presente quase toda a duração do filme.

O melhor – A primeira meia hora

O pior – O filme tornar-se banal mesmo na sua essencia na segunda fase


Avaliação - C+

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