Confesso que quando li a sinapse deste filme pensei logo o
pior, uma comedia onde um individuo é pai de mais de 500 filhos não me parecia
uma ideia com pernas para andar ainda para mais num registo típico de comédia
de Vince Vaugh. E os resultados fortaleceram este lado mais pessimista,
criticamente o filme pese embora não tenha sido um desastre teve avaliações
essencialmente negativas e comercialmente ficou longe dos maiores sucessos do
actor em termos de comédia.
Mas apos ver o filme e salvaguardando todas as limitações
que se pode ter num filme do género, posso me considerar surpreendido pela
positiva, e para este facto esta presente o filme não ser declaradamente uma
comedia, e mais um filme emotivo, de coração aberto, talvez demasiado meloso,
mas que surpreende aqueles que esperam uma comedia sem sentido de humor básico que
muitas vezes esta ligado ao historial de Vaugh.
E para o coração do filme a grande virtude esta mesmo na
personagem central, onde a ideia do idiota habitual é abandonada para termos um
idiota de bom coração e acaba por ser neste registo que o filme funciona, muito
mais nos termos morais onde o filme consegue ser rico do que propriamente na
comedia onde apenas o filme funciona as custas das tiradas isoladas da
personagem de Chris Pratt.
É obvio que não estamos perante uma obre prima, estamos
perante um filme ligeiro de abrangência limitada que acaba por nos dar mais de
uma hora e meia de cinema fácil, emotivo, simples com momentos de ternura,
mesmo que saiba na maior parte do tempo a cliché a sua boa vontade deve ser
tida em conta.
A historia fala de um individuo prestes a ser pai que
descobre que as suas doações de esperma que o fez mais novo para ganhar
dinheiro deram mais de 500 filhos entrando numa batalha judicial para manter o
anonimato, mas com a componente humana de querer conhecer um pouquinho de cada
um.
A historia pese embora tenha uma ideia rebuscada e de gosto
inicial no mínimo discutível, tem como maior virtude a riqueza moral do filme,
e a facilidade emotiva, não funciona em grande dimensão em termos humorísticos,
e tem no conflito razão coração um conflito bem trabalhado fora dos padrões
comuns.
A realização a cargo de Ken Scott que já anteriormente tinha efectuado uma abordagem mais noir e
indie a sua historia e básica, sem risco, sem grande padrão de autor, não nos
parece um realizador a sublinhar, mas na mesma historia já conseguiu abordagens
diferentes
Em termos de cast o filme da aos seus dois protagonistas a
zona de conforto a Vaughn o cinema mais absurdo, uma personagem desconexa e a
Pratt a ironia que são os pratos fortes de ambos num cinema típico que nada vai
valorizar as suas carreiras ou serve de ponto de viragem
O melhor – O coração moral do filme.
O pior – Apesar de tudo ser pouco comico
Avaliação – C+
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