Apresentado no ultimo festival de Cannes, este filme realizado pelo sempre polemico Paul Schrader obteve criticas medianamente interessantes mas insuficientes para lançar o filmes para voos maiores do que os seus ultimos filmes que normalmente conseguem agradar a critica mais especializada mas que depois se tornam demasiado pequenos comercialmente, algo que voltou a ocorrer com este filme.
Sobre o filme podemos dizer que o ponto que nos parece que funciona melhor e ir dentro da especie de documentario na primeira pessoa, e na forma como o mesmo se organiza. O filme entra dentro do espectro comum desses momentos, é um filme que consegue nesses momentos ir buscar detalhe, personagem, e acima de tudo a eloquencia de uma personagem singular que domina o filme de principio a fim.
O problema do filme são os truques que ja estamos habituados de Schrader, quando ele tira o filme da linha narrativa e acaba por se tornar um filme dificil de perceber em momentos, o porque de determinadas opções. Isso nao faz com que o filme seja tão original que se diferencie da maior parte dos outros, mas também nao me parece que a historia de base conseguisse fazer um filme de referencia em alguem que ja escreveu todos os titulos da sua carreira.
Assim surge um filme razoavel, que funciona na personagem e no estilo de comunicar a sua vida, algo irreverente, muito na moda do seu realizador e argumentista, que por vezes leva o filme para dimensões demasiado fora da caixa para tornar o filme unanime, ja se percebeu que Schrader não é um realizador de massas, mas as suas opções artisticas deveriam ser mais claras.
A historia segue um documentario nos ultimos dias de vida de um realizador de documentarios, que conduz a que surjam diversos momentos até então desconhecidos mas que aos poucos vão sendo revelados quer artisticamente quer pessoalmente.
O argumento é uma revelação ao minuto, fica a ideia que o filme funciona melhor na parte de planeamento da abordagem do que na concretização, mesmo que esse ponto tenha bons momentos. E um filme se calhar mais intimista mas que tem momentos em que se perde em eloquencia.
Schrader sera sempre um argumentista muito mais conceituado do que propriamente realizador. Nos ultimos anos tem tido alguns filmes interessantes, bem articulados, mas longe do sucessso e eternidade de Taxi Driver entre outros. Aqui denota-se a sua assinatura a qual nem sempre e a mais obvia para o espetador.
No que diz respeito ao cast, Gere tenta encontrar um ultimo papel de referencia na sua carreira, numa altura em que esta claramente mais indie, mas aqui nem sempre nos parece tirar todo o proveito de um bom papel. Elordi tenta ganhar pontos associando-se a autores de renome, mas ainda falta o grande papel que o afirme como dramatico.
O melhor - A produçao dentro da produçao
O pior - Os truques de schrader muitas vezes sem continuidade
Avaliação - C+