Saturday, April 12, 2025

Oh, Canada

 Apresentado no ultimo festival de Cannes, este filme realizado pelo sempre polemico Paul Schrader obteve criticas medianamente interessantes mas insuficientes para lançar o filmes para voos maiores do que os seus ultimos filmes que normalmente conseguem agradar a critica mais especializada mas que depois se tornam demasiado pequenos comercialmente, algo que voltou a ocorrer com este filme.

Sobre o filme podemos dizer que o ponto que nos parece que funciona melhor e ir dentro da especie de documentario na primeira pessoa, e na forma como o mesmo se organiza. O filme entra dentro do espectro comum desses momentos, é um filme que consegue nesses momentos ir buscar detalhe, personagem, e acima de tudo a eloquencia de uma personagem singular que domina o filme de principio a fim.

O problema do filme são os truques que ja estamos habituados de Schrader, quando ele tira o filme da linha narrativa e acaba por se tornar um filme dificil de perceber em momentos, o porque de determinadas opções. Isso nao faz com que o filme seja tão original que se diferencie da maior parte dos outros, mas também nao me parece que a historia de base conseguisse fazer um filme de referencia em alguem que ja escreveu todos os titulos da sua carreira.

Assim surge um filme razoavel, que funciona na personagem e no estilo de comunicar a sua vida, algo irreverente, muito na moda do seu realizador e argumentista, que por vezes leva o filme para dimensões demasiado fora da caixa para tornar o filme unanime, ja se percebeu que Schrader não é um realizador de massas, mas as suas opções artisticas deveriam ser mais claras.

A historia segue um documentario nos ultimos dias de vida de um realizador de documentarios, que conduz a que surjam diversos momentos até então desconhecidos mas que aos poucos vão sendo revelados quer artisticamente quer pessoalmente.

O argumento é uma revelação ao minuto, fica a ideia que o filme funciona melhor na parte de planeamento da abordagem do que na concretização, mesmo que esse ponto tenha bons momentos. E um filme se calhar mais intimista mas que tem momentos em que se perde em eloquencia.

Schrader sera sempre um argumentista muito mais conceituado do que propriamente realizador. Nos ultimos anos tem tido alguns filmes interessantes, bem articulados, mas longe do sucessso e eternidade de Taxi Driver entre outros. Aqui denota-se a sua assinatura a qual nem sempre e a mais obvia para o espetador.

No que diz respeito ao cast, Gere tenta encontrar um ultimo papel de referencia na sua carreira, numa altura em que esta claramente mais indie, mas aqui nem sempre nos parece tirar todo o proveito de um bom papel. Elordi tenta ganhar pontos associando-se a autores de renome, mas ainda falta o grande papel que o afirme como dramatico.

O melhor - A produçao dentro da produçao

O pior - Os truques de schrader muitas vezes sem continuidade


Avaliação - C+

Friday, April 11, 2025

Holland

 Uma das grandes apostas da Prime para esta primavera foi este thriller que teve como base uma pequena comunidade americana com um estilo de vida holandes que leva a um trinagulo amoroso com atores de primeira linha. Apos os primeiros pensamentos do filme percebeu-se que o resultado ia ser uma desilusão pelo menos critico com avaliaçoes essencialmente negativos. Do ponto de vista comercial a Prime e sempre dificil de perceber o que os filmes valem, mas este deve ter tido algum sucesso nas primeiras semanas.

O filme não e propriamente um filme que se perceba tudo o que quer ser, perde muito tempo nos detalhes sobre a comunidade com inspiração holandesa e tudo ao inicio é demasiado estranho nas interaçoes entre as personagens as quais parece sempre esconder alguma coisa que nunca sabemos na maior parte delas o porque de tais reaçoes.

O filme quando se revela torna-se mais forte e acima de tudo no final que deixa aberto muitas interpretaçoes para o que vimos, desde as mais simplistas que facilmente podem achar o filme um pouco uma mão cheia de nada, ou por outro lado podemos tentar ir alem das linhas e complixificar o filme e ganhar aqui alguns pontos. Talvez seja um filme cuja segunda visualizaçao pode potenciar mais que a primeira e isso é sempre um bom trunfo do filme.

Assim temos um filme que consegue ser enigmatico, que acaba por a primeira vista ser algo simplorio, mas que esconde alguns apontamentos que arriscam na abordagem. Talvez a primeira hora seja difusa demais e perca grande parte dos espetadores que se calhar esperavam mais intensidade. E claro que o filme perde demasiado tempo em promenores.

O filme fala de um casal inserido numa comunidade americana com estilo de vida holandesa, em que uma professora dedicada a familia começa a ter curiosidade pelas saidas continuas do seu marido e tenta perceber o que esta por tras dessas saidas, ligando-se a um outro professor com quem inicia um relaçao intima.

O argumento do filme esconde as suas virtudes em demasia e a primeira vista pode ser simples demais. O estilo do filme algo suave talvez nao seja o melhor para a intensidade da revelaçao final, e nisso os balanços poderiam ser melhores.

A realizaçao do projeto foi de Mimi Cave uma realizadora dedicada ao streaming que para mim ja tinha surpreendido em Flesh e aqui volta a ter um estilo parecido num filme aparentemente familiar que esconde um terror implicito. Nao foi propriamente o sucesso esperado mas nota-se assinatura pelo menos nas abordagens.

No cast Kidman está hiperativa mas este nao e o papel mais vistoso. Mcfayden continua a ganhar pontos depois do excelente comeback de Sucession e Bernal acaba por ser o mais apagado num tridente de bons atores que o filme aproveita medianamente.


O melhor - As revelaçoes finais

O pior - A primeira hora do filme é demasiado difusa


Avaliação - C+

Thursday, April 10, 2025

Riff Raff

 Produzido em 2024 mas que foi lançado em 2025 eis que temos uma comedia alegadamente negra com um elenco interessante que acabou por estrear em alguns cinemas ainda que algo escondido, muito por culpa de criticas demasiado medianas e indiferentes. Comercialmente o filme mesmo com um elenco relevante teve resultados redutores no tipico filme que a maior parte das pessoas pode nunca perceber a existência.

O filme tem um plano muito particular, que no inicio pode parecer deliberadamente confuso mas acaba por ser o estilo que o filme que ter para si. Apresenta as personagens a situação e depois flashback a flashback tenta unir as peças. O grande problema do filme e que tenta ter um caracter descontraido e de humor que na maior parte do tempo nao e tanto engraçado como o filme espera.

No resto temos uma construção que acaba ser a esperada, que simplifica as questões que inicialmente vimos no filme, com alguma rebeldia nas personagens, atores conhecidos procurando, na maior parte deles o registo habitual e a sensação de um filme feito com irreverencia mas pouco mais.

Fica dificil perceber quando este tipo de projetos sao lançados para grande ecra, ja que o sucesso poderia ser maior num streaming onde podesse aproveitar tempos menos impactantes, assim fica dificil porque o filme nao tem atributos que o tornem relevante nem o seu estilo e de tal forma sublinhado para ser sublinhado.

O filme fala de uma serie de pessoas ligadas que se juntam no fim do ano, sem avisarem mas que acima de tudo tem como mote o facto de um casal fugir de um perigoso criminoso que quer vingar a morte do filho.

O argumento tem uma estrutura delineada que pode funcionar, o filme vai respondendo as questões iniciais, as quais nunca sao particularmente dificeis. E um filme tipo puzzle que se completa, mas no final fica a ideia que tudo e algo basico na construçao.

A realizaçao ficou a cargo de Dito Montiel um realizador com alguma experiencia em filme mais pequenos com bons elencos mas que lhe falta ainda o filme ancora da carreira que este nunca tenta ser. Filmado com simplicidade procurando as caracteristicas dos atores mais do que construir personagens e um filme simples de um realizador que vai ter de tentar obviamente mais.

No que diz respeito ao cast, rico, com muitas figuras conhecidas em personagens todas elas proximas do mais habitual em cada um deles. Nao e um filme de personagens e no caso dos mais consagrados e um atestado de vida, dos mais novos tempo de ecra para outros voos.


O melhor - As peças unem-se no fim

O pior  - O resultado final e algo sem sabor


Avaliação - C

Monday, April 07, 2025

A Minecraft Movie

 Em plena pascoa eis que surge a primeira esperada batalha comercial do ano entre a Walt Disney com a sua branca de neve e esta aventura baseado no videojogo mais famoso do mundo, com a chancela da WB. Depois do falhanço do primeiro existia algumas dividas em que como iria resultar este projeto, mas comercialmente percebeu-se rapidamente que iria ser o filme que iria chamar os mais pequenos todos ao cinema, e os primeiros resultados sao estrondosos apesar das limitaçoes criticas de um filme que nao quer complicar.

As adaptaçoes de jogos ao cinema nao tem uma historia de sucesso principalmente nas componetes mais adultas. Contudo nos mais pequenos já Super Mario tinha funcionado na bilheteira, Sonic igual e agora temos o sucesso total desta aventura Minecraft que tenta criar o filme possivel, em termos de argumento tendo em conta as personagens do jogo e acima de tudo a sua estetica e o filme funciona onde tem de funcionar visualmente, mesmo que em termos de argumento o filme fica muito a desejar, nunca sendo realmente engraçado.

O filme e claramente um filme infantil ou juvenil, nota-se algumas piadas para adultos, muito isoladas que pouco ou nada trazem ao filme, no resto temos os mundos, os poderes, as personagens sempre muito associado ao visual do jogo, sem que queira mais que isso em nenhum dos pontos, é absurdo mas e fiel ao jogo e seria isso o esperado de uma adaptaçao de um jogo de tanto sucesso.

Fica a sensação que a sua formula basica fara outros filmes, a post credit scene ja exibe uma das figuras mais conhecidas do jogo que ficou ausente deste filme. O tom nao deve mudar muito, num estilo quase de animaçao para os mais pequenos, mas fica a ideia que as grandes produçoes tem algum medo em arriscar nos guiões devido ao insucesso de abordagens mais atualizadas.

O filme fala inicialmente de Steve e como o mesmo acabou por ficar em Minecratf o seu mundo, agora visitado por quatro estranhos humanos que acabam por encontrar o portal para entrar naquela dimensão e tentar encontrar uma forma de regressar para casa.

O argumento do filme é basico do primeiro ao ultimo minuto, nas personagens, que talvez sejam demasiado introduzidas para o que o filme as aproveita, no guião, nada impactante, e mesmo no humor algo ligeiro para os dias de hoje, um filme com uma historia limitada ao minimo.

Na escolha para a realizaçao do projeto depois da saide de Levy em conflito ideologico com os criadores do jogo surgiu Jared Hess, um realizador de filmes comicos de estudio, que depois do estrondo do seu primeiro filme teve dificuldade em que o seu humor vingasse em Hollywood. Tem aqui a oportunidade de estudio que utiliza com fidelidade ao conceito.

No cast o filme vai a procura do absurdo na personagem, Jack Black leva Steve para ele mais que o contrário, mas percebe-se que o filme quer isso. Ao seu lado Momoa disparatado tentando a piada fisica, mas que nao e propriamente dificil para ele, os restantes ficam a porta do filme.


O melhor - As animaçoes ligadas ao jogo

O pior - A historia e mesmo o minimo basico exigido


Avaliação  C

Saturday, April 05, 2025

The Day the Earth Blew Up A Looney Toons Movie

 Numa altura em que quase ninguem conhece das gerações mais pequenas os desenhos animados dos Looney Toons, eis que a Warner tenta lançar um projeto que permita algum reconhecimento, embora a aposta pelo 2D tradicional pudesse ser considerada dificil de satisfazer as gerações mais jovens. Essa ida ao tradicional satisfez de uma forma surpreendente a critica, mas do ponto de vista comercial o filme foi sendo atrasado no seu lançamento e acabou por obter resultados rudimentares no mercado americano.

Sobre o filme podemos começar por explicar as sensações relativas ao tipo de animação, se por um lado a nostalgia está bem presente ainda para mais com personagens que vincaram a nossa infância, por outro lado percebemos bem a evolução e que a capacidade de comunicação atual é muito maior com os novos produtos.

O segundo ponto do filme é a historia, acaba por ser um episodio mais longo dos Looney Toons concretamente da ligação entre Porky Pig e Duffy Duck, o que por sua vez torna o filme pouco diferenciado, mesmo o tipico guião de extraterrestres que nos faz lembrar de Space Jam está lá e a ideia que fica é que mesmo sendo tradicional para ser apelativo teria que ter alguma novidade que o filme efetivamente não tem.

Por tudo isto, podemos dizer que se trata de um apontamento nostalgico e pouco mais, porque sinceramente nem o humor dos Looney Toons neste momento me parece encaixar em qualquer tipo de registo, nem juvenil e muito menos adultos, e esta tentativa de tornar as personagens significativas teria de ser efetuada com uma roupagem diferente que poderia efetivamente fazer perigar a ligação ao projeto inicial.

A historia segue a criação da ligação entre Duffy e Porky na forma como foram criados numa quinta, a qual em adultos tem de manter, mesmo com dificuldades financeiras. Acabam por conhecer uma mistiriosa porca que os leva a um negocio que os leva a estar no epicentro de uma luta pela sobrevivencia da terra.

O argumento e o de um episodio grande, segue a essencia das duas personagens central, não atualiza o humor e o filme acaba por nao ser tãop engraçado como seria nos anos fortes dos Looney Toons, alguns apartes que funcionam mas muito pouco.

Na realizaçao do projeto temos Browngardt um colaborador dos Looney Toons que mantem a tradição, com pouco risco e acima de tudo com o perfume de nostalgia que quer ter. Dificilmente terá outro projeto com esta expansão.

No cast de vozes existe o respeito pelo passado com o unico resultado possive, o que é positivo.


O melhor - A nostalgia

O pior - Está ultrapassado


Avaliação - C

Love Me

 Produzido em 2024 mas apenas lançado, e de uma forma bem silenciosa em 2025 este sci fi romantico acabou por ver a luz do dia em poucos cinemas, pese embora o duo de protagonistas com algum valor mediatico o filme acabou por não conseguir capitalizar este ponto a favor com resultados muito escassos aos quais não ajudou uma receção critica fria, numa abordagem original que fez pensar que poderia ter outro tipo de reconhecimento.

A historia é original um Wall E numa mistura de real action, tecnologia e avatares que bem trabalhado, poderia, assim como o filme da Disney conseguiu obter algum reconhecimento generalizado que nunca conseguiu fazer, e éssa falha acaba por ocorrer porque o filme não é coeso na forma como quer transmitir as suas ideias, ficando a sensação que percebe de uma forma fácil a sua desorganização avançando para uma conclusao rapida da ideia.

O filme tem um inicio interessante original, concetual, que poderia ser bem trabalhado, quando o salto da comunicação entre maquinas ocorre, fica a ideia que tudo é demasiado rapido, mas mais que isso que o filme perde algum dos pontos que parece ser o foco dos mesmos e quando acontece perde o controlo do que quer comunicar, e ai torna-se claramente menos objetivo e menos concreto.

Por tudo isto e reconhecendo a abordagem arriscada, e a sua ligação clara a Wall E, é um filme com defeitos numa tematica que me parece sempre mais facil de agradar, já que o risco na iniciativa normalmente e premeado. Fica a sensação que quis ir a diversos lugar demasiado rapido e perde-se nas ideias, tal acaba por dificultar a forma como o filme comunica.

A historia segue dois robots que num futuro bem distante de cruzam na rotação da terra e começam a comunicar criando uma curiosidade entre ambos que vai construindo uma relação que conduz a criação de personagens concretos para personificar esta aproximação.

O argumento tem basicamente a mesma base de partida de que Wall E, na forma como tenta criar o seu corpo narrativo o filme é original, mas tem dificuldade na clareza do que quer ser e tudo se torna confuso. Funciona no romantismo das pequenas cenas mas fica a ideia que para isso funcionar não necessitava de um contexto tao trabalhado.

No que diz respeito à realização os irmãos Zuchero têm aqui o primeiro trabalho maior, num filme trabalhoso, que tentam ser originais na abordagem, mas que fica algo confuso, fruto de uma inexperiencia que necessitaria de alguem mais habituado aos timming dos registos que o filme quer ter. Iremos ver se esta audacia continua com mais sucesso.

No cast muito da intepretaçao do duo de protagonistas acaba por ser vocal, pensando que Yun da mais ao filme que Stewart, não é propriamente um filme exigente, mesmo quando ambos ficam de carne e osso, mas é um trabalho diferente que encaixa bem na carreira mais critica de ambos


O melhor - Os primeiros dez minutos


O pior - A sensação que a peçar organizadas poderiam resultar num melhor filme.


Avaliação - C

Friday, April 04, 2025

Duplicity

 O fluxo de filmes de Tyler Perry é algo impressionante, sendo que nos últimos tempos acrescentou ao seu ritmo elevado, colaborações constantes com as aplicações de Streaming o que faz escoar o stock das suas produçoes, que mais uma vez ficaram distantes daquilo que a critica gosta, e comercialmente fugindo um pouco ao lado humoristico de Madea e sem atrizes conhecidas, acaba por também nunca ter um espaço para se desenvolver.

Sobre o filme podemos começar por dizer que temos uma intriga policial com todos os defeitos e mais alguns tipicos dos filmes de Perry. Desde logo na caracterização extremamente limitada das personagens, depois nos twist criados por situações ridiculas e atalhos sem qualquer tipo de fundamento que servem para tentar explicar o motivo das personagens com receio que o argumento, simples seja demasiado complicado para o espetador, podendo ser mesmo um atestado ao mesmo.~

O nivel de telenovela de segunda de Perry esta presente sendo que aqui nem consegue ir buscar qualquer tipo de interpretação relevante já que o filme vai buscar um cast desconhecido, esteriotipado tentando entrar na dinamica racial sem qualquer profundidade acabando por o filme ser um esteriotipo claro que habitualmente Perry faz, no mau sentido.

Perry tem a seu favor ter uma franja social baixa afro americana que se sente representada no conceito, mesmo que a sensação que surja na maior parte das vezes é que não existe capacidade para argumentos mais desenvolvidos ou que os filmes consigam ir para alem de uma superfecialidade exagerada sem qualquer tipo de valor assinalado.

O filme fala de uma advogada que vai a todo o custo tentar na justiça detalhar os contornos da morte do seu melhor amigo, baleado por um policia branco numa operação policial, ate perceber que nem tudo está associado as suas convições iniciais.

O argumento do filme é básico na historia, construido através de twist muitas vezes sem qualquer tipo de sentido, com personagens esteriotipadas e dialogos simplistas, muito no estilo de novela de segundo nivel que Perry nos habituou.

Tambem em termos de realização nos parece que as coisas não são propriamente muito trabalhadas, os luxos de afro americanos ricos, os planos de interpretaçao que mais valiam não existir e a conjugação com a banda sonora R&B que acaba por ser a assinatura, não a melhor de Perry.

No cast desta vez não temos propriamente um cast conhecido, sendo umas apostas mais pessoais do realizador, os quais denota-se por interpretações pouco convincentes as quais aqui deixam a duvida se o defeito é da direção de atores ou da fraca qualidade da materia humana.


O melhor  - São sempre filmes de facil visualização.

O pior - A pouca qualidade dos seus elementos


Avaliação - D+

Tuesday, April 01, 2025

The Electric State

 Com um orçamento de 350 milhões está mega produção da Netflix sob a chancela dos irmãos Russo, surgiu o grande filme de primavera da Netflix com um elenco de primeira linha e efeitos especiais de ponta, parecendo tornar o filme como um dos blockbusters do ano. O problema foi quando as primeiras avaliações começaram a sair criticando o estilo do filme e a sua forma de comunicar. Comercialmente teve um desgaste algo rapido, depois das primeiras semanas na liderança da aplicação foi perdendo chama.

Sobre o filme podemos dizer que a ideia é futurista, ruboscada e devido a sua complexidade para funcionar teria de existir um comunicação muito próxima com o espetador que nunca surge, dai que o filme perca muito da ideia no caminho da transmissão da mensagem, o que acaba por ser o maior problema de uma ideia, que se conseguisse ser bem montada poderia ser funcionar e ter um filme forte, original e de impacto emocional.

Outro dos problemas do filme são os robots, demasiado infantilizados torna o filme algo infantil, a que se junta o facto dos dois personagens centrais serem sempre tratados como menores, embora no caso da protagonista a duvida acabe por seguir o filme sem uma resposta clara. outro dos problemas e o aproveitamente dos secundarios, fica sempre a ideia que as personagens humanas sao pouco trabalhadas ou o filme cai no erro de ter um excesso de personagens.

Dai que 350 milhoes de euros depois seja dificil nao considerar na sua essencia este filme um ato falhado, uma ideia forte mas que nunca consegue ser verdadeiramente trabalhada, ficando a ideia que o filme se perde na sua organização de ideias e que isso não permite que o mesmo acabe por ser um objeto de entretenimento razoavel, ou que ao mesmo tempo consiga colocar as suas ideias todas em pratica.

O filme fala uma jovem numa sociedade futurista em que o ser humano domina o lado mecanido de robots que tentaram ser independentes que tenta perceber o que realmente aconteceu com o seu irmão, alegadamente morto num acidente, mas que surge num robot com uma ligação muito proxima de tal indivíduo.

O argumento do filme é trabalhado nas suas ideias, fica a sensação que o filme tem muitos pontos que quer abordar, mas que sente muitas dificuldades em chegar aos pontos centrais das suas ideias. O equilibrio entre as personagens tgambém não surge e o filme perde-se num genero intermedio entre muitos outros.

Os irmãos Russo tiveram na saga Avengers os seus sucessos maiores, mas recentemente estão em colaboração direta com a Netflix, mas falta um grande filme. Aqui o filme tenta ter uma roupagem muito particular nos robots mas nem sempre parece-me a mais funcional ou madura. O peso de um orçamento exorbitante não joga a favor do filme.

No cast Brown e a menina Netflix e os seus filmes apontas essencialmente na sua figura de protagonista. E uma presença conhecida embora ainda nao tenha conseguido provar uma dimensão interpretativa para liderar um cast tão rico. O filme e melhor nas escolhas de vozes do que propriamente no cast em si, em personagens demasiado strandartizadas na carreira dos interpretes


O melhor - O filme tem ideias que poderiam ter uma base interessante


O pior - Nao as consegue comunicar com o espetador mesmo gastando mais de 300 milhoes de dolares


Avaliação - C-

Monday, March 31, 2025

The Parenting

 A Max não e propriamente a produtora mais ativa no que diz respeito ao lançamento de longas metragens dai que quando os filmes da produtora são lançados neste estilo não e bom pronuncio sobre a receção nos testes de screaning. Este filme com um elenco cheio de figuras conhecidas principalmente de series estreou no sempre energético mes de março com criticas sofriveis, sendo que comercialmente ja todos percebemos que o lançamento de filmes originais não e propriamente a mina de ouro da aplicação.

Sobre o filme podemos pensar que estamos no tipico filme de terror com a diferença que o filme nunca tenta assustar, sendo mais as tentativas de humor absurdo do que propriamente o filme sobre espiritos que se leva a serio. O grande problema do filme é que nunca consegue ser minimamente engraçado, e para uma comedia de horror e um pressuposto muito complicado logo para começar.

O filme tenta ser diferente apesar de seguir os paços do cliche, temos uma reunião numa casa assombrada com a diferença do casal ser homossexual e sermos rapidamente inundados por piadas sobre isto e sobre a etnia que quase nunca funcionam. Quando o filme entra no lado dos possuidos as coisas ainda se perdem mais porque a forma como deambula entre o terror que nao quer ser e a comedia que nao consegue ser o filme perde-se por completo.

Em fim um mediocre filme da Max que se calhar vem explicar um pouco a quase inexistente biblioteca de filmes originais da aplicação a qual perfere dar a primeira pagina as suas series de primeira linha. O filme nao funciona e nem um elenco recheado de figuras conhecidas consegue captar qualquer atenção, sendo muito mais o que perdem no registo do que ganham.

A historia segue um casal homossexual que decide fazer um encontro entre os pais de ambos numa casa de turismo rural que rapidamente se perceber esta possuida por algo maligno que vai tornar o encontro algo para esquecer a todo momento.

O argumento do filme e um cliche de base que depois nao se consegue assumir em nenhum dos apontamentos. O filme nao tem propriamente personagens, a intriga e o seu desenlace pouco ou nada articulado, sendo o maior problema a falta de piada do seu humor.

Na realizaçao temos Craig Johnsson um jovem realizador de comedias que depois de alguns projetos de  cinema dedicou-se mais as series e o estilo do filme demonstra mais esse habito, porque nunca consegue conduzir o filme para qualidade que exija um ecra maior. Provavelmente regressara a esse contexto de carreira.

No cast temos um conjunto de atores com algum sucesso em series que se reune num filme onde nenhum se sente verdadeiramente confortavel no papel, sendo o caso de Cox o mais gritante principalmente pelo carisma que o mesmo fez nos ultimos tempos nos seus filmes.


O melhor - A ideia que nunca ter ser um filme de terror.

O pior - Tenta ser uma comedia e nunca encontra qualquer humor


Avaliação - D

Saturday, March 29, 2025

Bridget Jones: Mad About a Boy

 Nove anos depois do capitulo que apresentou ao mundo o bebe de Bridget Jones eis que o grupo junta-se de novo para uma nova abordagem, com quase a totalidade do elenco dos filmes anteriores, mas com uma novidade triste no guião, numa reformulação que também passou pela estrategia de lançamento, onde foi um filme ancora da Peackock nos EUA, sendo que no resto do mundo e potenciada por criticas interessantes o filme acabou por ser lançado nas salas de cinema com resultados competentes.

Sobre o filme posso dizer que o que sempre me irritou na saga continua e acho que é ate amplificado. O boneco de Zellweger é cada vez mais artificial, exagerado, ficando sempre a ideia de um filme neste particular demasiado deslocado sem que isso consiga ser particularmente eficaz em termos comicos, e ai penso que o filme está longe de ser brilhante.

O que funciona é os temas, e principalmente o do luto familiar, aqui o filme acaba por ser interessante, intenso do ponto de vista emocional mesmo que se esconda em alguns momentos nas idiotices e maneirismos da personagem, mas no fim o sumo está lá e a mensagem que quer transmitir também e isso é um dos pontos que faz o filme funcionar com proposito bem diferente dos anteriores.

A homenagem aos filmes anteriores em mais de vinte anos de produçao, tambem esta la, o filme consegue reunir os seus elementos fundamentais, seja em papeis fortes, seja em papeis de relance o filme demonstra essa congruencia essencial para uma saga funcionar. E claramente uma saga de mulheres mas existe muitos pontos que os diferentes filmes falam e de uma forma consistente, sendo o luto apesar de tudo um dos pontos melhores trabalhados ao longo da saga.

A historia segue Bridget Jones, mãe de dois filhos e viuva, numa vida dedicada aos filhos e ainda a tentar superar a perda, tenta aos poucos reatar a vida social com as dificuldades inerentes a todo o processo. Ate que descobre um jovem amor que a conduz para uma nova adolescencia que vai a fazer questionar o que realmente quer.

O argumento toca em alguns pontos que nao era expetavel numa clara comedia romantica, como o luto a perda e trabalha esse aspeto de uma maneira se calhar mais competente do que as idiotices e conflitos mais basicos da personagem. Claro que o tom do filme é o mesmo de comedia disparatada mas nas entrelinhas tem apontamentos interessantes.

Na realizaçao deste capitulo temos Michael MOrris realizador de episodios isolados se series reconhecidas que aqui acaba por ter um trabalho simples, associado ao original que funciona deixando as personagens fluir. Nao e propriamente um artista do grande ecra mas cumpre o que o filme quer ter.

O cast Zellweger nao cresceu bem no cinema, muitos maneirismos, cada vez mais aplicados na personagem e que se tornam exagerados. Nas novas aquisições nao existe muita inovaçao na personagens e isso leva a participações pouco consideraveis. Fica na retina a repetiçao do cast ao longo dos anos.


O melhor - O tema do luto familiar

O pior - O exagero dos maneirismos de Bridget

Avaliação - C+

 

Friday, March 28, 2025

Paddington in Peru

 Depois de dois primeiros filmes de sucesso eis que o terceiro surge com uma dimensão diferente conduzindo a personagem para um destino diferente fora da rigidez britanica que acaba por ser a imagem de marca do produto. Ao contrario dos seus antecessos o sucesso critico foi mais moderado, sendo que comercialmente principalmente nos EUA o resultado foi mais modesto, mas ainda com resultados interessantes.

Paddington e um caso de sucesso completo na adaptaçao ao cinema, principalmente pela forma simplista e tradicional com que transmite ligação, sentimentos e um humor simples que aproximou a familia o incrivel urso. O segundo filme e um dos melhores do genero e colocou a fasquia de tal forma elevada que seria muito dificil o trajeto deste terceiro filme, o qual sente isso, e sente-se orfão de mudança de realizador e em parte de protagonista.

O filme tem bons momentos, nos detalhes que são fantásticos no segundo filme eles aparecem essencialmente no inicio deste filme mas desaparecem para um filme, se calhar mais infantil, com uma historia menos trabalhada, e isso acaba por dar ao filme menos impacto humorístico e mesmo familiar na sua forma de comunicar. Nota-se que e um filme mais pequeno, menos ambicioso mas que ao mesmo tempo acaba por ser simpático, e ter a génese de uma personagem que o cinema construiu bem.

Outro dos pontos em que o filme teria dificuldade era no vilão, Paddington 2 acabou por criar este Hugh Grant de sucesso e eis que Banderas tinha um papel dificil, primeiro porque nao encaixa tao bem como Grant nas diversas personagens e porque a propria personagem em si tambem e pior construida. No final a liçao moral tambem e menos forte, sendo claramente um filme mais pequeno da saga.

A historia segue Paddington e a sua ligaçao com a Tia Lucy que o leva a uma viagem de familia no Peru de forma a tentar encontrar a sua tia, mas que leva a uma aventura que o faz contactar com uma peculiar freira e com um comandante com objetivos mais escondidos.

E no argumento que o filme perde alguns vetores quando comparado com outros. Parece-me um filme mais simples, mais direcionado, com a mensagem mais explicita. E mais familiar e menos denso do que os filmes anteriores e isso acaba por o tornar mais pequeno.

King foi um obreiro no que fez nesta adaptaçao e no que fez tambem com Wonka sendo uma figura de referencia em filmes juvenis. Aqui deixou a batura para um primario, Dougal Wilson que inicialmente ainda tenta manter o ritmo do seu antecessos mas acaba por deixar para fazer o filme fluir de uma forma muito mais natural do que artistica

No cast o filme tem uma mudança de protagonista que fica sempre estranho numa saga. Mortimer e uma boa substituta mas Hawkings foi a mãe da personagem e existe sempre habituação. Banderas e sofrivel perdendo as cenas para uma Colman que é sempre uma atriz de primeira linha


O melhor - PAddington funciona na sua forma de comunicar simples

O pior - O segundo filme colocou a fasquia num nivel inultrapassavel


Avaliação - C+

Wednesday, March 26, 2025

The Gorge

 A Apple + é uma aplicação que aos poucos consegue ganhar algum impacto nas series mas que nos filmes ja parece ter vivido momentos mais fortes, estando um pouco apagada. Este ano parecia querer mudar um pouco esse parametro com a estreia em grande deste filme de ação com um cast de nivel elevado e efeitos especiais de estudio. O filme obteve criticas medianas mas comercialmente fica a sensação que a aplicação ainda nao consegue tornar filmes em sucessos imediatos.

Sobre o filme podemos e devemos dividir o filme em duas partes completamente distintos. Um inicio estranho, apocalitico de pessoas solitarias, e uma ideia interessante de distancia e solidão. O filme consegue ser simples e romantico, mesmo sem grandes truques em algum desses momentos. Onde o filme acaba por se perder e depois do meio quando entra na açao, nos efeitos e na intriga policial, onde a ideia é exagerada, o filme tem dificuldade em fazer as coisas fazerem sentido e as personagens deixam de aparecer numa especie de jogo de computador com pouco conteudo.

Por tudo isto podemos dizer que temos um filme com dois momentos. Com um realizador ja experiente com algumas colaborações de estudio fica a ideia que o filme fica sem ideias e que algumas das coisas são demasiado absurdas e que mesmo os protagonistas acabam por ficar ali a cumprir mais calendario do que dar o filme um input qualitativo, na primeira parte o lado mais romantico do filme parece encaixar melhor mesmo na quimica dos mesmo.

Por tudo isto mais um filme em que falta alguma coisa. As aplicações continuam a chamar a si protagonistas mediaticos, realizadores consagrados, dinheiro, mas fica a faltar sempre alguma coisa. Se calhar aqui o proposito da televisão tire alguns trabalhos de pos produçao do filme que o poderiam e deveriam tornar mais forte ou mais coeso na segunda parte, porque a ideia que fica é de uma mediania sem grande significado.

O filme fala de dois individuos solitarios que aceitam guardar sozinhos, durante um ano duas torres de vigia de um fosso que guarda um segredo de estado pos II guerra mundial. O problema e que a determinada altura ambos se começam a relacionar e acabam por descobrir o que esta por baixo deles.

O argumento e algo exagerado, pouco trabalhado para a ideia que tem. Fica mais a ideia que o filme tenta dar mais contexto de promenor adjacente do que nos alicerces da historia e isso nota-se principalmente na segunda fase do filme. Na simplicidade do romance as coisas correm ligeiramente melhor.

Na realizaçao Derrickson aceitou o repto depois de ter em si os ultimos Doctor Strange. O filme e grande, tem investimento de estudio e faz de forma eficiente embora mais tarefeira do que artistica. Nota-se que o filme é competente nos avanços tecnologicos sem que isso faça que o mesmo seja diferenciado, num realizador que neste momento parece ser um cumpridor e menos um artista.

No cast Teller nao conseguiu propriamente criar um contexto depois do seu Top Gun, e Joy falhou no seu Mad Max. Ambos dão o lado de açao ao filme mais do que propriamente interpretaçoes fortes e carismaticas. Nao me parece que estejam no melhor momento de forma, e o filme nao ajuda. Tambem na quimica ja vimos ambos com melhores ligaçoes.


O melhor - A primeira parte do filme.

O pior - Fica a ideia que a base narrativa do filme nao foi propriamente elaborada


Avaliação - C

Sunday, March 23, 2025

Snow White

 Num ano de 2025 que começou de forma silenciosamente coube a Disney fazer o primeiro arranque comercial do ano com o seu live action de Branca de Neve. Com uma pos produçao muito conturbada, polemica sobre algumas decisões e acima de tudo com as suas protagonistas completamente de costas voltadas o filme estreou e o pior aconteceu. A comunidade virou-se por completo contra todas as mudanças do filme e comercialmente o filme ressentiu-se por essa ma publicidade. Atualmente tem um dos piores registos de sempre na avaliaçao popular do IMDB e pouco pode ser pior que isso.

Sobre o filme podemos dizer que o filme ate começa bem, tem cor, tem uma boa capacidade de nos transportar ate ao reino de Branca de Neve, e tudo parece ir no sentido certo até que chegamos ao contacto com os anões em que o filme se transforma, se torna estranho, chega mesmo em alguns momentos a fazer desviar o olhar, como o mau CGI dos anões, mas pior que isso a escolha de um anão para fazer parte de um exercito rebelde mas que nao pode ser utilizado como os fieis escudeiros da branca de neve.

Eu compreendo que a Disney consiga perceber que os seus filmes antigos teriam dificuldade em ser iguais nos dias de hoje, mas filmes tao proximos de todos, pelos melhores momentos nao deveriam sofrer uma alteração tao clara. Obvio que a agenda politica começa a ser um dos pontos mais discutiveis da DIsney ainda para mais como neste filme onde muita da criatividade nunca aparece.

Um live action polemico, que falha porque a maior parte das pessoas que gostou do filme original, detestou esta abordagem. O filme tenta fazer arranjos mas nao beneficia em nenhum deles, e acima de tudo a sua abordagem e escolhas de cast e mesmo sonoras acabam, por nao ajudar o filme a chegar junto do publico, em fim um desastre sob a forma de live action.

A historia segue branca de neve e a base que conhecemos ate ao momento em que conhecemos os sete anões, depois temos o empowerment feminino alterando aquilo que sao as definições do filme para ter um contexto politico maior sobre a força da personagem.

Claro que a base narrativa de Brance Neve original da Disney e antiquada com muitos valores que nao são de hoje, mas funcionou em muita gente que estreou-se no cinema com este filme. Ao mudar deixava-se os pilares essenciais que acabam por vezes por nao aparecer no meior de uma agenda politica que pouco faz falta a filmes para os mais pequenso.
Webb foi a escolha para este projeto um realizador que chegou em determinada altura da sua carreira em ter nas mãos o projeto spider man mas que nao conseguiu sublinhar o seu estilo nesses filmes, conduzindo a muitos passos atras. Aqui o filme tem escolhas muito discutiveis e provavelmente sera das pessoas que mais danificado ficara com o resultado final do projeto.

Zegler foi uma escolha discutivel, e fisicamente e facil perceber que nao e a escolha esperada. A sua voz acaba por ser o que melhor funciona no filme no lado musical, embora do ponto de vista interpretativo tenha dificuldades claras. Mas o maior erro foi Gadot, nao e interpretativa, nao e carismatica, e uma personagem como esta tinha de ter outra aura aindapara mais porque nao funciona tambem musicalmente.


O melhor - O lado musical de Zegler

O pior - As mudanças todas a o CGI


Avaliação - D+

Thursday, March 20, 2025

Love Hurts

 O dia dos namorados nos ultimos tempos tem deixado de ser uma altura para filmes romanticos para filmes com o amor como o pano de fundo com argumentos estranhos, arriscados e longe do que estavamos habituados. Este ano surgiu esta comedia de ação com dois atores recem oscarizados que pareciam nao encaixar bem no mesmo filme. A arrojada historia acabou por ser completamente destruida pela critica, sendo que comercialmente o filme também ficou longe do sucesso, demonstrando que pelo menos Huy Quan ainda nao e um ator para liderar elencos.

Sobre o filme podemos dizer que tudo não encaixa em nenhum dos pontos, com exceção do lado Goofy do seu protagonista o qual, ao contrario do que tão bem criou no filme que lhe deu o oscar nao consegue aqui dar o lado mais duro que o filme requer, e isso particularmente acontece porque o filme tem dificil em se fazer comunicar em ir buscar o que realmente quer ser, passando de cenas de luta sem grande sentido, para personagens absurdas e uma especie de comedia que nunca consegue ser minimamente engraçada.

Por estes atributos, mas mais que tudo pela falta clara de algum sentido naquilo que quer ser, este filme rapidamente se percebe que e um ato falhado, sendo que o tema do amor e o seu lançamento em dia dos namorados ainda parece um objetivo muito mais distante do que o filme de ação comico pouco conseguido que acaba por ser, ja que romantico o filme nao consegue ter qualquer brisa desse tipo.

Por tudo isto um dos filmes mais desencaixados que me lembro de ver, o cast nao funciona, não tem quimica, a maior parte das personagens sao totalmente indicifraveis o que fazem e o que querem fazer. A intriga é difusa, e so as cenas de luta acabam por ter algum trabalho, num dos projetos mais sem sentido que me recordo de um grande estudio, cujo fracasso seria facil de perceber no primeiro plano.

A historia segue um agente imobiliario, ex assassino profissional, que ve o seu passado regressar a si, depois da sua grande paixao regressar a vida e perceber que tem um conjunto de bandidos prontos a tentar a sua morte.

O argumento do filme é um disparate no conteúdo ja que dificilmente percebemos onde o filme realmente quer ir, mas acima de tudo é um disparate no estilo, um comico disfarçado que nunca consegue ser minimamente eficaz.

Na realizaçao um projeto de estreia com tantos focos nao correu bem a Eusebio, um colaborador em partes mais pequenas em algumas produçoes grandes que falha por completo a abordagem, o estilo e a forma como comunica com o espetador. Dificilmente tera outra chance

No cast tudo ao lado Quan tenta imitar o que fez no seu papel de oscar, mas falha principalmente no lado duro que parece sempre um remendo. DeBose nunca consegue ser minimamente uma mulher fatal que o filme deseja que fosse e tudo sai mal tambem neste particular, sendo um filme pos oscar de ambos pode acabar com um recibo caro.


O melhor - As cenas de luta

O pior - A sensação que 1h23 e demasiado num filme


Avaliação - D-

Tuesday, March 18, 2025

Companion

 Este filme de terror Sci fi ganhou algum protagonismo, principalmente por ter juntado dois dos protagonistas que melhor tem conseguido estar vocacionados para um terror adolescente dos tempos modernos com sucesso. Este filme acabou por estrear em janeiro com excelentes avaliaçoes tendo em conta o prazo do seu lançamento, sendo que comercialmente por algum impacto mediatico inicial se pensou que o resultado poderia ser mais consistente.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo começa num ritmo lento, que nos faz sentir algo perdidos, mas rapidamente somos lançados para o mundo sci fi, e ai temos efetivamente um filme conseguido, impactante, original, bem interpretado, e que pese embora caia algumas vezes em alguma previsibilidade dos twists acaba sempre por ter um ritmo interessante tendo em conta o tipo de filme.

Um dos pontos que funciona bem no filme, e o lado sci fi, que ja tinha funcionado bem com M3gan, quando um filme consegue ir buscar a evoluçao como um dos apontamentos que nos causa panico, normalmente as coisas funcionam bem, e ficamos com a clara ideia que isso acontece neste filme, na forma simples como o mesmo consegue ir buscar ao mesmo tempo o lado mais perigoso da ambiçao humana e do terror tecnologico.

Por tudo isto temos um filme interessante, com qualidade, atual. Não é propriamente um filme extremamente coeso ou com muita ideologia, mas fica a ideia que um filme atual, bem interpretado, aproveitando o bom momento dos seus interpretes, e um dos primeiros razoáveis filmes do ano, num mês que normalmente é aposta para  projetos falhados.

A historia segue um jovem que acaba por ir a um encontro com amigos pela sua paixao atual, contudo rapidamente percebemos que a mesma não é mais do que um robot programado para ser o mais fiel possivel a uma mulher de forma a responder as necessidades emocionais dos seus utilizadores.

O argumento do filme parte de uma premissa original, bem trabalhada, organizada. Nao e um filme muito surpreendente nas voltas que dá, mas consegue ser consistente. Apostar no medo da atualidade funciona sempre e o filme tira esse proveito.

Na realizaçao temos Drew Hanckok um autentico desconhecido que tem aqui um bom cartão de visita do terror psicologico. O filme é denso, nao arrisca particularmente muito no que diz respeito ao aspeto ou a abordagem estetica, mas e um filme de estudio eficaz e isso muitas vezes é o primeiro passo numa carreira de sucesso.

Por fim no cast Tatcher ja tinha estado num otimo nivel em Heretic mas tem aqui um papel mais dificil, um papel que necessita dos seus recursos interpretativos e dramaticos que sobressaem numa atriz que demonstra intensidade e carisma para altos voos. Quaid tem sempre o lado estetico da sua expressão, mas fica a sensação que perde o filme para a sua colega.


O melhor - A atualidade do terror

O pior - O filme poderá ser algo previsivel em alguns twists


Avaliação - B-

Tuesday, March 11, 2025

Presence

 Steven Soderbergh é um dos realizadores com mais filmes e mais experiências enquanto realizador nos ultimos vinte anos, sendo que tanto encontramos filmes de grande estudio, como colaborações frequentes com as aplicações de streaming e este ano logo em janeiro um filme de terror psicologico. O filme estreou com boas avaliações, sendo um territorio exprimental onde o realizador tem conseguido bons resultados. Comercialmente as coisas nao correram tão bem, sendo que o facto de não ter recorrido a atores de primeira linha não ajudou.

Sobre o filme temos um filme curto, no qual nos acabamos por ser uma camara interprete, como uma presença numa casa, a forma como o filme na maior parte do tempo é feito de clips curtos e que durante algum tempo são dificeis de conjugar acaba por ser a barreira mais dificil de ultrapassar ate começarmos a ter o filme revelado, sendo o final o ponto mais decisivo do filme e que de alguma forma vai determinar se o publico gostou ou nao da abordagem.

Um dos pontos mais exprimentais de Soderbergh com uma abordagem de base é a sua usual capacidade de colocar a camara como interprete, ja o tinha feito em filmes anteriores, normalmente mais associado a filmes de densidade psicologica, o final acaba por ser algo previsivel, ja que vão sendo deixados alguns elementos ao longo dos dialogos, mas fica sempre a ideia de um filme diferente.

Por tudo isto e estando longe do que de melhor Soderbergh ja fez quando chama a si todos os meios, nestes pequenos filmes mais desprendidos onde arrisca mais na abordagem o mesmo tem conseguido obras interessantes, talvez com uma dimensão inferior ao realizador mas que alimentam a curiosidade de um realizador que nunca deixou de tentar ter o seu cunho de exprimentalista.

A historia fala de uma familia, marcada pela morte de uma amiga da filha mais nova que começa a perceber que a casa onde habitam tem uma presença estranha com propositos dificeis de perceber.

O argumento do filme vale essencialmente pela revelação final que acaba por ser um trunfo interessante que pode levar o espetador a querer ver o filme outra vez, de uma outra dimensão. Eu penso que o filme e original, se calhar algo simplista nos dialogos mas que funciona muito pelo seu final.

Soderbergh e um realizador de primeira linha que tem muitos filmes, para todos os gostos e acima de tudo com valores tambem diferenciados. Aqui temos uma abordagem diferente, um filme que consegue ir tentar buscar a camara como interprete e consegue. Nao esta no epicentro da sua carreira mas continua a ser um valor seguro.

No cast o filme tem um elenco de pessoas menos conhecidas Liu acaba por ser a presença mais visivel numa personagem que so aparece na fase final, acabando por ser os jovens e quase desconhecidos Liang e Maday a ter as despesas do filme, funcionando na maior parte do tempo.


O melhor - O final e a forma como integra todo o filme


O pior - A passagem da barreira inicial


Avaliação - C+

Monday, March 10, 2025

One of Them Days

 No principio do milénio existia uma tradição que consistia em que janeiro fosse o mês do lançamento de comedias claramente afro americanas, de costumes sobre as suas vivências e o seu estilo cultural. Com o passar do tempo essa tradição foi abandonada mas ressurgiu este ano com esta comedia de costumes. Com algumas das figuras desta nova geração musical e cómica o filme estreou com um sucesso critico que não era propriamente habitual. Comercialmente assim como a maioria dos filmes de outros tempos os resultados foram consistentes embora muito circunscritos ao mercado americano.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo encaixa como uma luva na tradição dos filmes de janeiro, temos muito do esteriotipo cultural, temos o humor facil, adulto, e acima de tudo aquele tipo de comedia em que o caos acontece do primeiro ao ultimo minuto. Não é porpriamente um filme muito elaborado, ou que o tente ser, tenta ser um filme bem disposto para uma tarde de inverno, sendo que algumas piadas funcionam outras nao.

O barulho e esteriotipo estão la, o filme consegue como poucos o tinham feito nos ultimos tempos ir ao histerimos das comedias do inicio do milenio como por exemplo barbershop com novas personagens, novos habitos, mas todos os exageros. nao são filmes particularmente ricos em mensagens, mas acabam por ser filmes dirigidos a um publico concreto que acaba por considerar sempre, pelo menos no humor, este tipo de abordagem como funcional.

Por tudo isto um filme simples de inicio de ano, bem disposto, embora pouco original e na maior parte do tempo quase sempre mais exagerado do que engraçado. A dupla funciona bem na sua conjugação de caracteristicas. Nao sei se marcara o regresso da comedia afro americana de base, mas que este filme é uma homenagem justa ao que foi sendo feito, sem duvida que sim.

A historia segue duas amigas que estão em vias de ser despejadas por falta de pagamento da renda que tentam num dia salvar a sua casa, contudo isto leva a uma espiral de acontecimentos que ira transformar cada momento do dia um caos superior ao anterior.

O argumento tem uma premissa conhecida, e mesmo no estilo humoristico é a excentricidade e o exagero comico associado a cultura afro americano. Alguns apontamentos tem graça, outros menos, num filme redutor em termos de mensagem, mas que claramente percebe que é um registo de desgaste rapido.

Na realizaçao do projeto temos Lawrence Lamont um realizador oriundo da cultura hip hop, associado ao videoclip de alguns musicos que tem aqui a sua estreia. Denota-se que conhece o estilo onde o filme se encaixa e o que realmente pode esteticamente funcionar no humor afro americano. So o futuro dira se tornar-se-a uma referência do genero, ou apenas um apontamento na sua carreira.

No cast nao temos propriamente atrizes muito conhecidas Keke Palmer consegue dar algum seguimento depois de Nope, num lado mais comico, onde se percebe nao ser a sua praia e SZA mais conhecida pelo lado musical, ultimamente muito associado a Kendrik Lamar tem o lado hiperativo da cultura, completamente amplificado ao maximo neste filme.


O melhor - O regresso de uma tradição que deu alguns filmes razoaveis


O pior - Para um não afro americano tudo pode parecer algo descontextualizado


Avaliação - C

Saturday, March 08, 2025

Flight Risk

 Mel Gibson nos seus momentos mais proveitosos enquanto realizador teria sempre os seus filmes na lista dos eventuais nomeados, para além do mais um realizador que conseguiu com Bravehart um dos filmes mais bem avaliados de sempre. Com as suas polemicas sucessivas essa aura desapareceu e este novo filme estreou sozinho em Janeiro, com criticas pessimas, sendo que comercialmente mesmo com Mark Whalberg como protagonista o resultado ficou aquem do que esperamos de alguem como Mel Gibson.

A primeira analise que me cumpre fazer é se Mel Gibson não quis com este filme fazer deliberadamente algo horrivel, porque o que assistimos é algo que parece propositado para ser mau e sem sentido em todos os apontamentos. Desde logo a personagem central, ninguem percebe o que é, o que quer ser e o que fez. No lado da policia igual, e quando entra a personagem que vai ser a vila do filme ainda pior. Tudo é um desastre introdutorio que acaba por ser o pronuncio do que vem a seguir.

O desenvolvimento narrativo ainda é pior, os avanços e recuos na mente e na dedução da protagonista feminina, os tiques completamente irritantes de Whalberg, a sobrevivencia a quase tudo, o filme parece um hino a como não fazer um filme de açao, ou uma homenagem aos filmes serie C dos anos 80 que iam diretamente para a terceira prateleira do videoclube.

Mas se pensamos que o final poderia resgatar o filme, enganam-se, o final ainda é mais cringe, dando uma especie de união entre os protagonistas que nunca foi introduzida para alem da vertente profissional, e acaba de forma abrupta sem nunca percebermos em qualquer momento se temos um mel Gibson com problemas de consciência ou se deliberadamente quis fazer um hino aos filmes pessimos de hollywood.

A historia fala de uma policia que tem de conzudir num avião pequeno uma testemunha protegida, ate que percebe que o piloto mais não é do que um assassino profissional com o objetivo de garantir que a testemunha não fala no tribunal.

O argumento do filme é basico na sua base, igual a muitos filmes de açao pouco trabalhados, mas a sua concretização é absurda e muitas vezes desconfortavel para o espetador. Desde os dialogos sem qualquer sentido, desde os twist esperados, e mais que tudo nunca conhecemos as personagens.

Mel Gibson e um realizador com um percurso incrivel enquanto realizador que fica quase irreconhecivel como o mesmo acabou por fazer uma obra tão amadora, e mal feita nos momentos mais simples. Parece unanime que nao passa pelo seu melhor momento mental, mas este filme leva a que profissionalmente isso seja um reflexo.

No cast Grace explica porque razão esta afastado dos grandes filmes há muito tempo, repetitivo, sem qualquer dimensão. Whalberg como vilão é só cringe, exagerado, com um cabelo disparatado para fazer ainda tudo ter menos sentido, e mais que tudo uma protagonista que tenta revitalizar uma carreira para alem de Dowton Abbey, mas nao sera com este registo que o vai fazer.


O melhor - A curta duração do filme.

O pior - A quantidade de coisas mal feitas que o filme tem por metro quadrado


Avaliação - D-

Friday, March 07, 2025

Dog Man

 


Janeiro nunca foi pronuncio de sucessos comerciais, dai que esta aposta por um filme de animaçao ver a luz do dia em pleno janeiro poderia ser discutivel, nao fosse ser uma especie de spin off de Captain Underpants, um autentico underdog de estudio mas que não tem o lado comercial de outros projetos. Este filme surgiu com a esperada irreverênncia que conduziu a criticas até positivas, sendo que comercialmente o filme aproveitou as aguas paradas para ter alguns resultados, principalmente porque em termos de animaçao era um pouco uma corrida a solo.

Sobre o filme o primeiro apontamento que podemos analisar é que fica no limbo, entre uma historia demasiado disparatada para adultos, mas por outro lado o lado ironico e mesmo non sense da maior parte das piadas faz com que também não seja, declaradamente um filme para os mais pequenos. Fica sempre a ideia que este tipo de limbo acaba por fazer os filmes ficarem algo difusos na maior parte dos seus momentos.

Depois tem uma historia simples do ladrão e do policia, personagens secundarias apenas com a vocação humoristica, e um twist esperado porque efetivamente as duas personagens centrais tem os seus momentos, principalmente comicos que seria dificil escolher uma delas. Ai o filme torna-se mais infantil e mais expectavel, num estilo irreverente proximo do que o filme anterior da saga ja tinha sido.

Por tudo isto um estilo de humor diferente. rebelde, sem ser adulto, não nos parece que seja um estilo rico, ou que traga filmes particularmente diferenciados, mas cumpre, os poucos objetivos que vai tendo. Existe momentos em que fica a clara ideia que o filme poderia ser ainda mais adulto, mas isso tornava-o direcionado para um registo que nao tem aceitação.

A historia fala de um super heroi, que é metade homem, metade cão, o que ocorreu apos uma tentativa de deter um gato bandido. Após a transformaçao o objetivo e um prender o referido gato, mas as suas experiencias tornam tudo ainda mais perigoso.

O argumento do filme na historia de base, é simples igual a muitas outras mesmo no twist que adota. No humor está ali num limbo entre o exagerado do ponto de vista narrativo, ao adulto, com muitos momentos de um humor que é conseguido outro que fica a meio caminho.

Na realizaçao o projeto foi assinado por Peter Hastings um colaborador da Dreamworks que tem aqui o seu primeiro filme de autor. E facil perceber que o filme quer encontrar um estilo proprio, mesmo na animaçao mas tambem se percebe que o filme não é uma primeira escolha da produtora.

No cast um elenco irreverente com Davidson a ter os melhores momentos numa personagem que vai de encontro ao que ele é enquanto ator. No restante funciona sem nunca ser brilhante ou significativamente diferente


O melhor - A ironia de algumas piadas

O pior - o limbo que o filme fica no seu publico alvo


Avaliação -C

Thursday, March 06, 2025

You're Cordially Invited

 Num ano em que a maior parte das pessoas apostam numa Prime cada vez mais ativa, eis que Janeiro começou com uma longa metragem de comedia com duas figuras principais do genero, Ferrell no lado mais satirico, Witherspoon no lado mais romantico. o filme estreou com criticas medianas, e com o tema do casamento, sendo que comercialmente o filme acabou por ter algumas semanas de visibilidade até se dissolver nos catalogos da operadora.

Sobre o filme, quem conhece as minhas analises sabe que gosto do humor pouco contextualizado de Ferrell, o filme tenta isso em alguns momentos e parece-me ser os momentos onde o filme consegue funcionar em termos de humor.O grande problema do filme é quando tenta ir de encontrou à outra parte, concretamente ao lado romantico e despreendido de Witherspoon onde a atualidade do genero parece ultrapassada e nunca encaixa com Ferrell.

Uma comedia aparentemente romantica onde o duo nao consegue ter qualquer quimica em nenhuma dimensão e um proposito, ou mesmo uma dificuldade impossivel de ultrapassar. A ideia que surge e que o filme quer preencher os elementos dos dois protagonistas, os quais procuram algum mediatismo imediato e perde-se no meio, de algo que nunca percebemos muito bem o que quer sempre, ficando sempre o registo que algo não corre bem no filme mesmo no humor.

Claro que o filme aborda o lado emocional, com a ligação pai-filha, fala sobre o casamento precoce, mas o humor é tão direito que por vezes fica a sensação que muito fica por esclarecer ou mesmo funcionar nas dinamicas familiares. Uma comedia de inicio de ano, com muitos defeitos e acima de tudo dois protagonistas a procura de legar o filme para o seu territorio, acabando por puxar mais cada um para seu lado do que em simbiose.

O filme fala de um pai viuvo que decide organizar o casamento da sua filha numa ilha onde se casou, contudo por um infortunio no mesmo dia surge um outro casamento de uma familia mais tradicional, que leva a uma luta entre familias pelo espaço, numa teoria do caos.

O argumento parece querer ir buscar ambos os lados comicos e acaba por nao ser eficiente em nenhum. O humor de Ferrell aparece a espaços, o de Witherspoon parece nunca aparecer, e pior nada disto conjuga, dai que o filme é na maior parte do tempo estranho e nao engraçado, principalmente no seu humor.

Na realizaçao o projeto e assinado por Stoller um realizador de comedias de estudio com uma formula repetida. O filme arrisca quase nada e fica a sensação que cai nos tipicos jogos de camara comicos. um filme simples, de um realizador que ficara por este trajeto.

No cast temos Ferrell a tentar encaixar o seu boneco num lado mais romantico, que fica muitas vezes fora de sitio, e uma Witherspoon longe da promessa que a levou ao oscar, tentando regressar ao lado romantico onde teve mais sucesso num filme que chama a atenção acima de tudo pela falta de quimica do casal.


O melhor - Os apontamentos de humor de Ferrell funcionam sempre

O pior - A quimica inexistente entre o casal


Avaliação -  C-

Wednesday, March 05, 2025

Kinda Pregnant

 A netflix anunciou que nos proximos anos vai reduzir as suas produções em termos de longas metragens e acima de tudo temos encontrado essa redução em projetos de hollywood. Este foi um dos poucos filmes a ser lançado este ano, no estilo tipico de humor de Amy Schumer. Ao contrario dos filmes anteriores o resultado critico deste filme foi pessimo, o que fez que comercialmente também não resultasse acabando por sair rapidamente das primeiras paginas no catalogo da operadora.

Assim, podemos dizer que temos o tipico humor de Schumer, adulto, sexual, com muitas menções ao seu peso, sem que isso traga qualquer tipo de moratória associada, sendo ainda mais gritante neste filme que os tempos de humor perdem-se por completo, o que estranha principalmente plo facto de ter conseguir ir buscar Forte para o seu filme.

Parecia obvio que teriamos uma comedia de desgaste rapido, totalmente dependente das sequencias de humor mas incrivelmente o filme falha em quase tudo, no humor, na tematica, no facto da maior parte das cenas serem impossiveis de existir, tudo parece falhar num filme que marcava fevereiro para a Netflix. Tambem fica a clara ideia que Schumer so consegue fazer humor depressivo e isso acaba por ser mais do mesmo.

Ou seja mais uma comedia que explica bem o pouco sucesso que na maior parte dos projetos a netflix tem, ja que pode ate trazer figuras de uma linha forte de hollywood mas os projetos acabam sempre por ser repetições pouco trabalhados do que foi feito, ficando a ideia neste filme que tudo sai ao lado, sendo de especial relevo a falta de graça do humor que o filme tenta ter.

A historia segue uma mulher com excesso de peso, que depois de perder a relação finge uma gravidez para ter a empatia das pessoas a sua volta, ate que perde controlo da mentira por completo.

O argumento do filme tem uma ideia que terá na essencia alguma base, mas que o filme trabalha de uma forma pouco coesa. O que funciona pior e o humor tipico, mas que aqui nunca tem realmente graça e numa comedia de estudio quando a gargalhada nao aparece esta tudo perdido.

Na realizaçao temos Tyler Spindel um jovem realizador da escola Sandler que filma como a produtora quer com um humor algo fisico, com muitos jogos de camara, mas pouca ou nenhuma arte, dai que a maior parte dos realizadores basicamente nao existem quando saem da produtora.

O cast Shumer e sempre igual, e aqui repete por completo o papel de sempre. Ao seu lado temos uma serie de atores de comedia em papeis standartizados dentro das respetivas carreiras. O que surpreende é Forte um ator proximo de uma comedia de autor, que e totalmente desaproveitado num filme tão mediocre


O melhor - Pouco tempo de duração

O pior - Schumer esta claramente a perder a graça


Avaliação - D

Saturday, March 01, 2025

A Complete Unknown

 Anunciado como uma produção de estudio sobre a vida e principalmente a ascensão de Bob Dylan a curiosidade em torno do filme foi crescendo desde logo pelo facto de se ter percebido que os interpretes iriam cantar as proprias canções e depois por tentar revelar algo mais sobre um dos artistas mais enigmaticos da historia da musica. O filme foi lançado com criticas importantes o que acabou por conduzir o filme a uma carreira segura na temporada de premios, o qual foi do menos ao mais. No que diz respeito ao trajeto comercial do filme o interesse pelo Icon fez do filme o sucesso necessário para ser obviamente um dos filmes do ano.

Sobre o filme o que podemos começar por dizer e que ao contrario da maior parte dos biopics conhecidos aqui nao tentamos perceber a personagem mas sim o contexto e o que ia na cabeça nas suas musicas, e isso leva a que o filme seja quase mais um documentario musical com outros interpretes do que propriamente um filme sobre o seu autor, o qual continua mesmo apos termos visto o filme um completo desconhecido.

A riqueza do conhecimento musical esta la, a capacidade de gerar os momentos iconicos da carreira, ou melhor da primeira fase está la, mas enquanto narrativa de personagem o filme não e propriamente muito evoluido. Fica a ideia que o filme tem algum receio de arriscar naquilo que e a forma de ser de Dylan e acaba por deixar a musica fluir acabando por ser uma opção sensata, mas pouco arriscada.

O filme é bem produzido, musicalmente muito bem interpretado, o ponto mais brilhante do filme, mas fica a sensação que tinha de ter mais elementos, tinha de ter mais do que as musicas das persnagens ja que se torna mais facil ser aceite por todos gostam das musicas mais iconicas de Dylan e ai o filme joga sempre pelo seguro.

O filme fala de Dylan a chegada do mesmo a Nova Iorque e a forma como cresce dentro do ambiente sonoro do FOlk ate ao momento em que se questiona e tenta explorar outra liberdade creativa em busca do que ele quer ser mais do que os outros querem que ele seja.

O argumento do filme nao e propriamente muito trabalhado, acaba por ir a lugares comuns, da pouco da personagem central, que esconde nos tiques conhecidos do musico, e deixa serem as musicas e as letras a sua forma de transmitir. E uma opçao consistente mas mais facil que qualquer outro registo.

Mangold e um realizador de altos e baixos, que funciona quando tenta entrar no detalhe historico, que consegue fazer filmes consistentes, maduros proximos do publico, mas que depois falha quando abraça projetos de entertenimento maior. Aqui teve um dos seus pontos maiores que lhe levou a nomeaçao ao oscar, que o podera tornar num autor de filmes mais coerentes e mais distante de algumas tarefas que lhe foram sendo propostas.

Um dos pontos que tem sido melhor avaliados no filme são as interpretaçoes, muito a custa da riqueza musical. E sem duvida impressionante o que Chalamet e Barbaro fazem musicalmente embora me pareça que os melhores momentos sáo mesmo os musicais, o resto são um conjunto de tiques e pouco mais em termos de dimensão interpretativa. Mas e obvio que quando se da premios a atores que se limitaram a fazer playback quando quantam as coisas tem de ser ainda melhor avaliadas.


O melhor - A riqueza musical do filme.


O pior - Se tentarmos perceber o que o filme tem para alem da musica sobre pouco


Avaliação - B

Friday, February 28, 2025

The Last Showgirl

 Lançado em cima da meta temporal na temporada de prémios com o aliciante de tentar trazer novamente à tona Pamela Andersson numa roupagem diferente sem maquiagem, com o peso da idade mas sempre com o lado corporal que fez dela um dos maiores sex symbols de Hollywood. O filme estreou com boas criticas o que manteve principalmente a interpretaçao de Pamela sempre nas apostas para as nomeaçoes a qual viria a falhar no ultimo minuto. Comercialmente o filme lançou-se em Janeiro sem grande resultado que possa ter colocado em causa as expetativas de prémios do filme.

O filme é o tipico filme dos filhos de Coppola, ou seja intimista, poucas palavras destacado para as vivencias da personagem no lado do desaparecimento do sucesso. O paralelismo com o momento atual de Pamela Anderson e claro e o filme não consegue ser analisado nunca sem esse paralelismo. E um filme pequeno que nunca tenta ser grande que tenta dar o palco todo a Pamela, mesmo que isso esconda um pouco o lado emocional e pesado que o filme poderia ter na personagem.

O ritmo e demasiado baixo, o estilo de realizaçao e uma assinatura mas sinceramente é dificil perceber os reais beneficios que o filme obtem com isso, fica o lado final, quando conseguimos perceber o que foi colocado de lado pela personagem e o momento final de indefiniçao conseguimos fazer o claro paralelo com quem coloca a carreira acima de tudo, ficando descalço do lado normal da vida, e nisso o filme é realmente intenso, principalmente nos ultimos momentos.

Ou seja um filme que poderia e deveria ser melhor, um filme com uma boa base, e premissa que se esconde para dar alguns momentos a sua protagonista com necessidade de redençao. Fica na minha perceção que o filme poderia existir sem ser o comeback de Pamela Anderson ou se fosse mais do que isso, mas o objetivo concreto foi sempre este.

A historia fala de uma dançarina de cabaret adulto que ve o seu show chegar ao fim e nao consegue perceber o que vai fazer já que se foi despegando de tudo o resto, inclusive da vida familiar que tenta reconquistar.

O argumento do filme tem uma base interessante, forte e que o filme emocionalmente consegue fazer render. Fica a ideia que se esconde demasiado num filme pequeno, de ritmo baixo com demasiados momentos a solo da personagem e isso faz com que a intriga pudesse ter muitos mais elementos.

Gia Coppola, neta de Francis Ford Copolla, vinda de uma familia de realizadores de assinatura propria, tenta encontrar o seu registo depois de alguns filmes menos visiveis, tem aqui a sua primeira obra de referencia, e conquistou o primeiro louvor critico. Se calhar terá de apostar mais num registo menor artistico ou de assinatura propria para subir ainda mais alguns patamares.

No cast surpreende uma Pamela Anderson fora do registo, a aceitar a idade, embora me pareça que o papel foi supervalorizado por todo o historial, ou por todo o contexto. As dificuldades interpretativas continuam la e o filme utiliza mais para um esteriotipo de personagem. Nos secundarios o filme é sobre Pamela Anderson e apenas Jamie Lee Curtis consegue roubar algumas cenas, muito por culpa da sua homenagem em idosa a alguns momentos iconicos da sua carreia.


Um parentises para a musica de Miley Cirus que nao se consegue perceber como num ano tão diminuido nao conseguiu a nomeação.


O melhor - O tema da dedicação a solo ao emprego.

O pior - O filme coloca demasiada luz no comeback de Pamela Anderson colocando de lado outras qualidades


Avaliação - C+


Thursday, February 27, 2025

Hard Truths

 Mike Leigh é daqueles veteranos que sempre que lança um filme, mesmo com a premissa mais basica consegue sempre ter os holofotes da critica junto de si, mesmo que o publico se afaste um pouco do seu cinema simplista de personagem como aconteceu com este filme, muito valorizado pelos criticos mais tradicionais, mas quase desligado academicamente. Comercialmente Leigh nunca foi um cineasta de multidões e aqui voltou a não ser.

Este é um filme de desconforto nas vidas de uma familia em que entramos na casa dos mesmos e percebemos o motivo de tanta tristeza. Um filme que aborda com intensidade o desconforto de uma familia que ja nao o devia ser, e consegue transmitir isso nos momentos em que comunica com o publico, muito por culpa de uma intensa personagem que nos irrita, que nos faz questionar, sendo que Leigh e sempre melhor em caracterizar problemas do que em os explicar e aqui novamente nao o fez.

O filme e intenso, faz-nos pensar e sentir, mas fica sempre a ideia que o filme devia ser maior, fica a ideia que muito fica por responder e acabamos por ficar em suspenso de nada e ai Leigh parece ir pelo caminho mais facil de nao definir a sua historia e o que realmente a mesma significa. E otimo na criaçao de personagens de os transportar para os momentos que quer mas mais uma vez falta a definição que o filme deveria ter para o seu impacto ser claro.

Por tudo isto temos um pequeno filme de um realizador que parece o querer ser. De alguem que tenta cristalizar o estilo mais tradicional do cinema britanico, conjugando atores mais tipicos deste estilo, mas que ao mesmo tempo parece faltar o impacto de algo realmente diferenciador, de uma definição que preencha o espaço da comunicação entre o espetador e o realizador e isso faz com que os seus filmes nao sejam completos, pelo menos na otica de um cinema mais moderno.

A historia entra dentro de uma familia com um filho com problemas na forma como comunicam entrando nas dinamicas familiares que tornam a comunicação com os seus elementos impossivel por parte de todos que com eles interagem.

O argumento do filme tem a ideia de querer caracterizar um contexto familiar mais do que propriamente querer criar uma intriga e nesse plano e objetivo o filme cumpre. Nos dias de hoje torna-se e mais dificil de amar um filme que nada explica e que essencialmente define, e bem apenas as personagens.

Leigh e um realizador experiente de pequenos filmes ingleses e que continua a ser o seu registo onde reina sempre com os louros criticos. Aqui tem uma realizaçao simples de deixar as personagens fluir e nas suas inquietudes que ele filme pausadamente. E o seu estilo, não é o mais efusivo, mas foi que lhe criou a carreira

No cast Marienne Jean Baptiste regressa ao realizador que lhe deu o filme de maior impacto na sua carreira para uma personagem intensa, que ela cria com uma intensidade muito interessante. E claramente o ponto mais destacado do filme, mas fica sempre a sensação que as personagens e interpretaçoes de Leigh ficam reservadas apenas para os premios mais criticos, onde aqui talvez num ano mais fraco merecesse mais, porque e acima de tudo um filme de interpretação.


O melhor - A personagem central e a forma como a mesma e interpretada

O pior - O filme nada esclarece sobre a mesma


Avaliação - B-

Monday, February 24, 2025

Wolf Man


 Ao longo do tempo já foram realizadas diversas adaptações com diversas descrições sobre o Lobisomem, sendo que em Janeiro, sempre um mês prodigo para filmes de terror surgiu mais uma adaptação desta vez com dois atores mais proximos do cinema independente. Criticamente o filme, que tentou ter uma toada mais de terror teve resultados moderados. Comercialmente Janeiro nunca e propriamente um tipo de mes forte para grandes sucessos tendo os resultados ficado pela mediania.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme de terror com alum body horror mas que poderia ser muito mais funcional no impacto e no medo criado. Fica a ideia quem vê o filme que existem sequencias que trabalhariamos de forma diferente com mais impacto, ou seja, o filme cria essas circunstancias mas nem sempre tira o maximo proveito desses momentos.

Em termos esteticos tambem me parece que nos dias de hoje deveriamos ter muito mais, a transformaçao do personagem usufruiu mais do Body horror e do nojo do que propriamente naquilo que consegue tornar real na ligação entre homem e lobo. Foi neste particular que o filme obteve mais criticas e digamos que a maior parte delas justas porque a construçao e caracterização de Abbot merecia outro tipo de resultado final.

Ou seja mais uma roupagem desta vez de terror do classico Wolf Man, num filme mais silencioso, num estilo de filme que não quer procurar muito das personagens, conduzindo rapidamente o filme para o espaço da mutaçao e os perigos que dai surgem. O twist final e algo previsivel como o resultado final.

A historia segue um pai de familia que apos a declaração de obito do seu pai, depois de um desaparecimento longo acaba por regressar a cabana distante onde este viveu para deparar-se com uma realidade assustadora após ter sido atacado por um alegado lobo.

O argumento do filme parte da ideia central do livro mas torna mais vazia, e um filme mais fisico, musculado, não tanto pensado para personagens e para revelações. Apenas funciona mais no seu twist final, unico risco que o filme corre numa historia mairitariamente sem grande dialogo.

A realizaçao esta a cargo de Whannell o qual surprendeeu no seu Upgrade e que aqui acaba por ter uma construção que funciona no espaço fisico e desprediça na personagem e na sua mutação. Fica a ideia que o filme tem boas ideias de terror, mas que por motivos que nunca descobrimos acabam por nunca ser realmente cumpridas. Um realizador que ja me pareceu a caminho de maior sucesso.

No cast Abbot e intenso e funciona bem na caracterização de personagens que causam panico, e o filme usa isso, mesmo que torna a personagem algo vaga. Garner apenas da nome ao filme ja que a sua personagem e completamente inexistente ao longo de toda a duração do filme.


O melhor - O espaço do filme.


O pior - A caracterização


Avaliação - C-

Sunday, February 23, 2025

Ainda Estou Aqui.

 Desde a sua estreia nos principais festivais que poucos filmes conseguiram um entusiasmo tão grande quer do publico quer da critica, que conduziu a um trajeto sempre a subir que acabou por resultar em otimos resultados criticos e comerciais, e acima de tudo ter conseguido estar na discussão principal dos premios. COmercialmente o filme estreou apenas em Janeiro em grande dimensáo, ja impulsionado, e muito pelo fervor critico conduzindo a otimos resultados comerciais ao longo de todo o mundo, ainda que com dificuldade no mercado americano.

Sobre o filme podemos dizer que a primeira coisa que nos chama a atenção e a fotografia e a capacidade de transportar por completo o espetador para o Rio de Janeiro dos anos 70 e as suas dictomias. O filme tem no lado familiar o seu trunfo, a forma como nos permite entrar e criar empatia com toda aquela familia que nos vai conduzir ainda mais para a escalada de sofrimento que se segue, e para o impacto emocional que o filme quer ter.

O que podera ser o calcanhar de aquiles mais significativo do filme acaba por ser num primeiro momento esconder um pouco em que consistia a ditadura militar brasileira, para alem do nome, o que faz com o espetador fique algo perdido na sucessão de acontecimentos que se seguem, pesados, mas que é o aspeto mais vago do filme, o qual regressa a toda a intensidade familiar e continua com um impacto total nas personagens ou mais que isso consegue levar à base da resistencia das pessoas e das familias.

E claramente um dos filmes mais impactantes do ano, um filme que conjuga boas interpretaçoes, uma capacidade unica de realizar e potenciar emoçoes ao maximo. Ninguem fica indiferente a familia e a sua forma de ser, sentindo que tudo como se fosse nosso. Nao e uma obra unica mas e um grande filme, um dos melhores do ano sem duvida.

A historia segue a familia Paiva, a sua ligação, ate ao momento em que são capturados pela ditadura miliar e o patriarca nunca mais regressa conduzindo a uma necessária readequação da familia e do seu estilo de vida, quando se procura respostas para tal desaparecimento.

O argumento do filme e incrivel emocionalmente na caracterização da familia e dos seus pontos. Em termos politicos e menos trabalhado, mas parece uma opção se forma ainda sublinhar mais o lado empatico da familia e dos seus laços. Um dos argumentos mais bem preparados do ano.

Salles depois de muitos anos desaparecido surge novamente com uma obra que ficara registado na sua filmiografia como a sua obra de referência. Um trabalho incrivel de quem conhece bem todo o contexto que quer transmitir com uma mestria que merecia outro tipo de destaque nos dias de hoje. Se bem que os falhanços que foi tendo no cinema americano faz pensar que ele esta melhor no cinema de origem.

Anos depois de num trabalho Salles ter permitido Montenegro ser nomeada para o oscar, agora potencia o filme, para a sua filha Torres conseguir o mesmo, numa personagem particular. Fica sempre a sensação que muito fica por dizer deliberadamente. E uma excelente personagem embora pudesse ter ainda mais espaço. Sinto o filme melhor quando Mello da o ponto mais simples e mais sensivel


O melhor - O lado familiar

O pior - A caracterizaçao politica inicial


Avaliação - B+