Se existe estilo onde a netflix tem sempre alguma dimensão ao longo dos anos acaba por ser a animação, desde logo porque corre maior risco em algumas abordagens e porque com os lançamentos ao longo do ano acaba por lhe permitir nao definir os objetivos imediatos do filme. Spellbound e uma megaproduçao de animação da SKydance que apostou em atores muito reconhecidos para dar a voz as suas personagens centrais. Comercialmente as coisas nao foram brilhantes, acabando a Netflix por rapidamente abandonar alguma propaganda ao filme, que por sua vez do ponto de vista critico tambem ficou por uma mediania que fez a Netflix apostar fichas noutro filme, mais natalicio de animaçao lançado no mesmo periodo.
Sobre o filme podemos dizer que temos um filme com uma produçao elevada que se nota não apenas nas escolhas de vozes, mas na cor do filme, que demonstra bem que o filme tem muita atenção a riqueza visual. O grande problema que esse é o unico grande sublinhado do filme, ja que o resto temos um monotono filme musical, com uma duração demasiado elevada que torna o filme demasiado aborrecido, mesmo para os mais pequenos.
As razões para o filme ser algo monotono começa com uma intriga, que ate no final tem um tema diferente e interessante mas que aparece apenas na ultima meia hora de filme e ao de leve, sendo o tema central do filme, deveria ser mais trabalhado, ter mais atenção e acima de tudo conseguir que o filme consiga pensar e ir mais a fundo no tema e no seu lado positivo, ja que se percebe que esse e o fundamento central do filme.
Por tudo isto temos um monocordico filme de animaçao musical, onde as musicas são demasiado normais para se destacarem e tambem do ponto de vista humoristico o filme nunca consegue tentar sequer ser engraçado. Esses sao elementos que podem alimentar filmes mais curtos em termos de narrativa e este filme nao usa nenhum desses trunfos tornando-se demasiado cinzento para o estilo.
A historia segue uma princesa que segue viagem com os seus pais, virados monstros na tentativa de contornar o feitiço que tornou os pais em estranhos seres que acabam por destruir tudo a sua volta.
O argumento do filme é na sua essencia limitado. No final percebe-se que o mesmo tem uma tematica diferente mas que o filme nao aborda. Fica a sensação que o filme com este tema poderia ser algo diferente, tocar num tema sensivel, mas acaba por apenas o alinhavar para algo sem graça e acima de tudo monocordico.
Na realizaçao o projeto foi assinado por Vicky Jensen a realizadora de Shrek que desapareceu depois do insucesso de Gang dos Tubarões, que renasce muitos anos depois, num filme com cor, arriscado, de estudio que nao e no plano tecnico que tem a sua maior dificuldade. Pode ser um regresso de alguem que nao conseguiu concretizar o seu bom inicio de carreira na realização de filmes de animaçao.
No cast de vozes apenas ouvi as versões musicais originais, ja que o restante do filme foi numa adaptação. Zegler canta bem e todos os musicais com ela terão a ser favor este ponto.
O melhor - A cor do filme.
O pior - A falta de graça ou a repetiçao monotona dos seus pontos maiores
Avaliação - C-