Mais de 20 anos depois de M Night Shyamalan ter surpreendido o mundo do cinema com o seu iconico Sexto Sentido, eis que a sua carreira acabou por cair a pique com falhanços sucessivos criticos, tendo agora estabilizado por filmes de um terror psicologico de baixo custo, mas com a sua assinatura no argumento. Este e mais um dos seus projetos, longe da loucura do passado em torno do realizador, o mesmo conseguiu novamente aqui boas avaliações criticas que durante muitos anos estiveram afastadas dele. Comercialmente o resultado ficou um pouco aquem do que se poderia esperar, principalmente tendo em conta a ausencia de concorrencia no momento em que foi estreado.
Existe algo que é inequiveco na maioria dos filmes do realizador, a sua abordagem ou a sua historia deixa-nos intigrado, faz-nos questionar o que estamos a ver, contudo no final somos surpreendidos, ou não pela simplicidade da conclusão que é a mais obvia que o deixa de ser, este e o truque do realizador, principalmente enquanto argumentista que esta novamente presente neste filme, não lhe tirando o merito de nos deixar inquietos ao longo de toda a duração do filme.
Não sendo um filme totalmente original, ou bem trabalhado em todos os pontos como chegaram a ser alguns dos filmes de inicio de carreira do realizador, e um filme de entertenimento, com um contacto a ritmo elevado com o espetador, duração curta, na procura de respostas que surgem com uma componente moral e religiosa que sempre são marcas de agua no seu cinema, o que deixa o filme sem interessante sem nunca ser particularmente diferenciado.
Assim Knock at the Cabin e um bom exemplo de um cinema razoavel que denota um equilibrio entre o entertenimento e um sublinhando moral, que não e propriamente um cinema surpreendente, mas que demonstra bem talvez a maturidade e assinatura que Shyamalan conseguiu nos ultimos anos, fruto de se ter afastado da expetativa exagerada que surgiu nos seus filmes seguintes a sexto sentido.
A historia segue quatro pessoas estranhas que surgem numa cabine de férias de um casal homossexual e a sua filha, e que exigem que um se sacrifique caso contrario o mundo termina por completo fruto de uma serie de catastrofes naturais.
O argumento e a mais valia do filme, a ideia e original, tem base liturgica, tem intensidade, mas mais que tudo não deixa de lado temas da sociedade para fazer o filme funcionar, e nisso vive essencialmente pela intensidade e posição concreta que cada personagem tem no filme.
Na realizaçao Shyalaman tornou-se num realizador mais objetivo e menos rebelde com o tempo, fruto se calhar da expetativa em seu torno se ter dissipado. O filme e competente, tem a sua assinatura, principalmente no enigma das imagens e mais que isso no argumento. Provavelmente nunca sera uma primeira linha de Hollywood, mas também terá um curriculo recheado de filmes razoaveis num genero proprio.
O filme nao tem propriamente um cast de primeira linha, a escolha de atores assumidamente homossexuais para o casal central, e um statement, que corre bem, já que principalmente Graff corresponde ao que o filme quer, menos Aldrige que parece sempre um tom acima do que o filme exigia. Bom encaixe de Dave Bautista num papel muito diferente do que estamos habituados a ver.
O melhor - O argumento
O pior - Os vinte anos de carreira do realizador fazem-nos perceber como tudo vai acabar.
Avaliação - B-
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