Wednesday, March 25, 2020

Seberg

Existem momentos algo tribulados na historia do cinema e mais que isso na historia da politica americana, principalmente relacionada com as questões raciais. Neste filme fala-nos de um dos icons associados as duas vertentes e mais que isso alguém que foi alvo das investidas dos serviços policias a todo custo. Este biopic acabou por não ser propriamente um sucesso critico, numa altura em que foi lançado com algumas previsões de prémios. Comercialmente as coisas motivadas por essa fraca rececao critica também esteve longe de qualquer brilhantismo.
A historia tem em si uma componente interessante, não so pela personagem central em si, um dos icons mais misteriosos, principalmente pela forma pouco justificada com que desapareceu com o lado da investigação policial e os métodos de Hoover. O filme contudo não consegue chamar e fazer funcionar a qualidade dos elementos num filme interessante, desde logo porque e demasiado pequeno e perde-se na eloquência da personagem.
E pena que um filme com um conteúdo tao sensível e sublinhando não resista a uma ma preparação. E aqui parece-me mais claro que o filme falha nas personagens e nas suas ligações, nunca consegue desenvolver as mesmas nem de uma forma singular nem nas suas relações e o filme fica órfão totalmente desses pontos de união contando a historia sem a força que a mesma poderia ter principalmente na discussão entre segurança e liberdade.
Ou seja fica a sensação que o filme perde uma excelente oportunidade de ser um biopic que para alem de contar a sua historia fazer uma analise sobre a evolução das técnicas policias ou a interferência policial na historia da democracia, tornando-se um filme que parece paralisado em fazer resultar esteticamente uma personagem que tinha esse tamanho mas cuja interprete parece-me longe de ter sido a mais feliz.
A historia fala do cino Jane Seberg e a sua investigação por parte da policia federal norte americana tendo em vista perceber o envolvimento e o financiamente que a atriz fazia as forças raciais negras no combate por igualdade.
Em termos de argumento parece-me que o filme nunca consegue potenciar personagens mesmo que estas tivessem tudo para funcionar e isso e claramente lesivo para o filme. FIca a ideia que o filme tinha tanta matéria para trabalhar mas que em termos de argumento nunca consegue arranjar as ideias para tudo resultar.
Na realização Benedict ANdrews e um realizador ainda com pouco espaço que tinha aqui um filme para se fazer vincar e perdeu a oportunidade principalmente porque pensou que Stewart na incorporação de Seberg teria uma dimensão que não tem e o filme aposta demasiadas fichas nela. Pode ser inexperiência ou mais que isso.
No cast parece-me que uma personagem icónica como Seberg merecia uma actriz que enchesse mais o ecrã, com mais recursos, algo que acho que Stewart esta longe de ter, pese embora nos últimos tempos esteja a escolher melhor os filmes. Nos secundários apenas a ideia que O Connell merece mais espaço.

O melhor - Aquilo que o filme poderia ter como reflexao

O pior - O filme pensar que Stewart teria uma dimensão que não tem

Avaliação - C-

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