Friday, July 26, 2019

Skin

Existem historias de vida que merecem o destaque que o cinema lhe pode dar, mais do que pelas vivencias ou situaçoes por aquilo que as mesmas significam. Depois de ter ganho oscar de melhor curta com uma historia parecida, Nattiv lançou a sua longa metragem sobre o conflito racial e principalmente na recuperaçao das pessoas. Estreado o ano passado em Toronto as recepçoes nao foram as melhores e acabaram por diluir as esperanças de voos mais elevados. Comercialmente so agora chega a algumas salas americanas mas nao nos parece que seja para brilhar em termos comerciais.
Skin e um filme cru, um filme com diversos pontos que funcionam de forma diversa no filme. Se no que diz respeito ao fundamentalismo skin grupal que caracteriza inicialmente a personagem o filme funciona bem, a presença fisica e psicologica do grupo e a forma como circunda a personagem e um dos vetores que da intensidade plena a tudo o que surge depois.
Em termos do motivo amoroso e a construçao da relaçao ja me parece que o filme e demasiado e algo cliche na forma como os altos e baixos tem normalmente a mesma razão e tambem pelo tipico contexto familiar. Aqui parece o ponto o filme acaba por facilitar mais no seu trabalho o que acaba por no final ser ultrapassado pelo poder da mensagem.
Depois a retaliaçao indvidual do protagonista, aqui o facto de ser uma historia veridica de sacrificio relacional e fisico por um bem comum, e em torno daquilo que e a valorizaçao moral de uma pessoa da ao filme a força da mensagem que o leva para patamares mais elevados. Fica a ideia que o lado mais fisico da transformaçao poderia ser mais impactante mas o resultado final aparece.
A historia fala de um jovem criado no seio de uma familia com ideologias skin e que cresce na defesa da supremacia branca. Ao encontrar a mulher da sua vida acaba por colocar em causa a sua ideologia com a ajuda de um ativista negro que tem o objetivo de transformar pessoas.
O argumento vale pela historia por tras do filme, por aquilo que ela significa a diversos niveis. Em termos de argumento o filme nao vai muito para alem daquilo que quer transmitir. Nao perde muito tempo no passado das personagens preferindo contas a propria historia.
Na realizaçao Nativv ganha na forma como nos da a personagem central nos diferentes momentos. Um filme escuro como a sua tematica de um realizador israelita que acaba por ter um bom trabalho que pode ser o impulso para uma carreira mais mediatica.
No cast o filme e dominado do primeiro ao ultimo minuto por Bell. Um jovem ator com uma intensidade que deveria ser mais valorizada mas que acaba por encaixar bem naquilo que o filme exige. Uma das melhores interpretaçoes do ano ate ao momento, que com um filme mais valorizado poderia conduzir a nomeaçao do jovem ator.

O melhor - Bell

O pior - A parte relacional deveria ser mais trabalhada

Avaliação - B-

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