Estreado em pleno Festival de Berlim de 2017 este pequeno filme da veterana Sally Potter chamou a atenção pelo seu estilo teatral e mais que isso pela sua curta duração. Os resultados criticos do filme foram positivos sem no entanto ter o entusiasmo necessario para mais altos voos. Comercialmente temos aqui um filme pouco ambicioso neste aspecto pelo que os curtos resultados refletem essa mesma dificuldade.
Sobre o filme eu confesso que usualmente os filmes que são realizados como se de uma peça de teatro se tratasse não são propriamente obras que me causem grande entusiasmo porque penso que a diferenciação de artes e uma realidade e que por algum motivo elas coabitam. Dai que pense que principalmente na primeira fase, a da introdução das personagens tudo parece demasiado confuso, barulhento e movimentado não permitindo a objetividade que por vezes o cinema tem de ter, principalmente na relaçao entre dialogos.
COm a entrada da intriga principal penso que o filme ganha vida, ganha estilo proprio principalmente depois de definir e bem as personagens revelando-nos diferentes twists que nos dão um argumento mais que interessante, curioso com todos a saberem ocupar os seus lugares, e com a musica a ocupar um plano de destaque principalmente Verdes Anos de Carlos Paredes.
Por tudo isto ficamos com a sensação que o argumento torna The Party num filme interessante mas todos somos capazes de perceber que tornaria ainda melhor uma peça de teatro com um leque de actores interessante, o facto das personagens nunca sairem de cena fica sempre melhor num teatro aberto ao publico do que fechado na lente de uma camara, e talvez por isso o filme nao va mais longe.
A historia fala de uma serie de amigos que se reunem na casa de um dos elementos do grupo que acaba de ser convidada para ministra, contudo rapidamente a reunião que se previa festiva torna-se num conjunto de revelaçoes que colcoará todos em conflito.
Em termos de argumento o filme não é imediato mas depois de nos dar a posiçao de cada personagem sabe utilizar as valencias da mesma para nos dar um filme diferente, surpreendente e com uma serie de twist que funcionam bem na marcação do ritmo. Em termos de dialogo nem sempre tem a objetividade necessaria.
Quando se chega a determinada idade e não se conseguiu chegar a primeira linha de Hollywood e usual os filmes terem mais risco e ficarem menos dependentes daquilo que os outros vao achar dele. E penso que Potter tem aqui um dos melhores filmes da carreira com simplicidade e longe da ambiçao que ja demonstrou noutra fase da carreira e que nunca conseguiu fazrer sublinhar o seu nome numa primeira linha de realizadores.
No cast temos um leque de actores ligados ao teatro de nome que aqui preenchem perfeitamente o espaço que tem de ocupar. Os maiores destaques surgem para Clarckson e Scott Thomas que acabam por ganhar a maioria das cenas, fruto de papeis mais imponentes. COnfesso que relativamente a Spall tenho dificuldades de gostar da sua forma de atuar algo repetitiva mesmo em papeis diferentes.
O melhor - A forma como filme enreda numa sucessao de twists
O pior - Demasiado teatral
Avaliação - B-
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