Lee Daniels conseguiu com a sua adaptação de Precious se um daqueles autores que todos seguem aguardando o seu próximo passo. Depois do desolador Paperboy o ano passado, este ano um filme mais convencional vinha a caminho sobre as conquistas dos afro americanos no biopic de um mordomo que acabou por estar em cinco presidentes diferentes dos EUA. os resultados do filme foram bastante positivos em termos críticos as boas avaliações permitiram que o filme consiga sonhar com uma presença vincada nos oscares e em termos comerciais os resultados foram excelentes, muito alem daquilo que as melhores expectativas poderiam vaticinar.
Sobre o filme podemos dizer que antes de qualquer coisa é um filme emocional e acima de tudo feito com o coração e isso permite que o filme ao longo da sua duração consiga ser sempre um filme emocional, próximo do coraçao dos espectadores. E se nesse ponto o filme ganha alguns pontos enquanto objecto de entretenimento natural, já no que diz respeito a algum rigor que se pede em filmes biopico o filme parece pouco rigoroso, demasiado partidário em algumas questões, que o torna em determinado momentos um filme demasiado parcial do ponto de vista politico longe do que propriamente se espera de um filme de primeiro nível americano.
Ou seja quando queremos um filme que seja objectivo que tente de alguma forma dar uma prespectiva clara do que aconteceu determinadas escolhas e aspectos que o filme parece requerer acabam por não se cumprir e aqui o filme perde força perde profundidade e torna-se na historia cor de rosa que a maior parte queria ver.
Ou seja um filme emocionalmente forte que acima de tudo joga muito bem com a longevidade temporal do filme e da historia que quer transparecer mas ao mesmo tempo o filme não tem duração para ir alem disso, dando sempre uma vertente leve dos aspectos colaterais, pois acima de tudo e um filme de personagem.
A historia fala toda a carreira de um mordomo que por mais de três décadas serviu a casa branca a forma como nasceu e mais do que isso a relação desta com o filho um activista pelos direitos civis.
Em termos de argumento podemos desde logo dizer que pese embora a competência facilmente reconhecida no papel, estamos claramente perante um filme onde as personagens e o enredo tem mais coração do que cabeça e isso não parece sempre a melhor estratégia num filme que tenta obviamente ser um marco claro em termos da luta afro americana.
Lee Daniels começou como um realizador polemico mas neste filme torna-se facilmente mais convencional, e isso o filme requer e mais ele acaba por facilmente se adaptar a essa necessidade com uma realização forte convencional, com algum primor artístico mas que acima de tudo consegue bem conjugar as sequencias criadas com algumas imagens reais uma técnica já utilizada mas que mais um vez funciona no seu pretexto
Em termos de cast o vasto elenco que o realizador escolheu tem principalmente em Withaker todo o coração e acima de tudo o filme nas suas costas num actor que já por diversas vezes demonstrou toda a sua qualidade tem novamente um grande papel, daqueles que definem uma carreira neste caso marcada por altos e baixos: ao seu lado o bom papel do jovem Oyelowo num ano marcado pelo nascimento de algumas estrelas afro americanas. Nem sempre nos parece que as escolhas para presidentes dos EUA seja a mais bem efectuada.
O melhor - O coraçao do filme
O pior - Alguma partidarização do filme
Avaliação _ B-
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment