Para o inicio de Outono a Disney trouxe-nos um pequeno filme
familiar sobre a ambição de ser pais, e acima de tudo com uma metáfora próxima
da queda da folha. Assumimos que esta historia poderia ter com indicações uma
mistura de ternura e algum non sense, mas a aposta foi grande já que sabemos
não ser comum o estúdio conhecido pelos desenhos animados apostar em filmes de
imagem real. Contudo os resultados estiveram longe dos pergaminhos da
produtora, principalmente comercialmente onde os resultados medíocres
desiludiram e mesmo criticamente as coisas não foram alem de uma indiferença de
um filme que caiu rapidamente no esquecimento não conseguindo marcar posição no
seu ano cinematográfico.
Este filme podemos dizer que tem um aspecto central que
funciona a ternura da personagem central parece-nos a preocupação para não
dizer a obsessão de todo o projecto reunindo nele tudo o que o filme quer
transmitir de um ponto de vista mistico, mas aqui o filme funciona não só pela
suave interpretação do protagonista mas também em termos de todos os pontos de
ligação que são fornecidos à sua personagem.
Pese embora este ponto resulte, a tentativa de efectuar um
pseudo big fish infantil no filme, peca por cair no exagero desmedido em termos
de ficção o que faz com que o filme seja demasiado desligado da realização e
exija um poder de imaginação acima da media o que muitas vezes mesmos os mais
pequenos, também eles um publico direcionado do filme, podem não achar tão
concreto principalmente por ser um filme com imagem real.
Outro problema do filme e que não tem elementos cómicos ou
seja quase sempre o filme opta por um teor melodramático o que torna o filme em
determinados pontos pesado, mesmo em alguns conflitos mais secundários do
filme, parece sempre um filme com uma carga emocional escondida que não permite
o filme de ser alegre e com ritmo o que poderia conduzir para um estilo
diferente e mais valorizado pelos espectadores.
O filme fala de um casal que não consegue ter filhos e que
idealiza aquilo que queriam ter, no dia seguinte surge em casa um rapaz cuja
origem desconhecem capaz de propiciar todos os desejos que foram efectuados, em
características bem próprias e únicas do menor, entre elas ter folhas nas
pernas.
O argumento sobre forma de fabula parece-nos a nos funcionar
muito mais como historia abstracta onde podemos contextualizar o mundo onde o
filme se insere do que propriamente como guião de cinema, principalmente porque
as personagens e os diálogos trazidos para um mundo real dão sempre a sensação
de algum ridículo e exigem muito poder de abstração.
A realização parece-nos que criar um ambiente ou uma cidade
estitcamente mais diferente e longe da realidade poderia dar o teor de conto
infantil mais marcante, com esta opção o filme perde algum valor estético que
poderia ter, mas acima de tudo não funciona como alicerce de arranque a um
outro registo com a mesma historia que poderia ter um resultado mais
valorizado.
Por fim o cast se no plano infantil o protagonista nos da ao
filme tudo aquilo que necessita, principalmente em termos fisionómicos e de
suavidade emocional, do lado dos adultos actores diferentes com capacidade de
encaixe neste registo, se Garner consegue transmitir no olhar uma ternura emocional
interessante que ajuda o filme a tornar-se emocionalmente mais forte, Ederton
parece-nos mais talhado para filmes mais adultos onde o seu registo não seja o
seu lado mais paterno, já que neste filme parece sempre desligado de todo o
restante.
O melhor – uma fabula dos nossos dias.
O pior – Talvez não devesse ser na nossa realidade.
Avaliação - C
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