Friday, November 09, 2012

Argo

Pois bem, depois das primeiras boas indicações de Afleck enquanto realizador, muitos estavam ansiosos por um projecto mais maduro de maior dimensão. Desde que foi desvendado o seu Argo, a critica aguardou e depois ficou deslumbrada com a obra de Afleck que ganha assim muito mais rapidamente o reconhecimento enquanto realizador do que como actor, pese embora continue a ser protagonista dos seus filmes. Assim e muito empolgado pela excelente recepçao que lhe vale o estatuto de alvo a abater para os oscares, o filme conseguiu tambem uma carreira comercial interessante que pode ainda mais cimentar a candidatura cimentada.
A minha primeira analise é que estamos perante um bom filme, talvez não entre na loucura que o filme se encontra a gerar, mas é indiscutivel o valor do filme, não só pela adaptação de uma historia insolita, historica e virtuosa que deve ser valorizada mas pelo excelente trabalho contextual do filme, poucos filmes de momentos da historia universal foram tão trabalhados na sua recriação que pensa no minimo pormenor sempre com o maior cuidado e perfecionista que torna o filme bastante perfeito.
Pelo lado negativo ressalva desde logo para um filme com tantas boas compoentes e mesmo sendo sobre a luta de uma personagem que essa personagem caia algumas vezes em cliches novelescos que nada tem a ver com a maturidade do tema. Depois outro erro o pensar que tudo tem de ser conseguido ao limite para ser um acto heroico, e num filme adulto Afleck podia ter evitado cair em demasiados cliches de filmes gastos o que acaba por tornar o filme um filme de grande qualidade mas com tiques de filmes fracos.
Mesmo assim estamos perante uma obra assinalavel do presente ano, que sem força no valor da historia na capacidade produtiva do filme, na execução quase perfeita em tornar o filme quase documental, e tudo isso mais o louvor ao cinema como ferramenta politica e a sua força são vectores muito fortes num filme forte e intenso, que tem como mais valia ainda funcionar como filme proximo do espectador e claramente para este.
O filme fala de um agente do CIA que tem como missão retirar seis diplomatas do Irão depois de se instalar um clima de conflito entre os dois paises, para isso uma historia de cobertura como equipa que se encontra a produzir um filme.
O argumento pode ser analisado em dois vectores, a riqueza narrativa e de dialogos do filme perde em alguns cliches ja abordados, ou seja a tentativa do filme se tornar um filme de acção basico, contudo e mesmo com personagens nem sempre muito dimensionais a historia e o documento são a mais valia que ultrapassam algumas fronteiras.
Afleck e logicamente melhor realizador do que actor e mesmo sem ser algo de outro mundo nos filmes anteriores ja o tinha demonstrado, mas neste filme deslumbra o estudo do filme e concretizaçao contextual e estetica do filme e do melhor que se viu nos ultimos anos, num filme de autor que pode o balançar para uma carreira ao melhor nivel, o segmento mais oscarizavel do filme.
Em termos de cast e conhecido que Afleck esta longe de ser um actor versatil e intenso alias a cada filme mais se pensa que o cinema ganharia com mais intensidade nas outras funçoes do que como interprete e mais uma vez isto se nota no filme, mesmo estando ligeiramente acima do seu nivel, esta longe do que o filme exige ainda mais quando os secundarios principalmente Arkin e Goodman estão em melhores papeis e com clara mais qualidade. Um segmento em que o filme merecia mais.

O melhor - A acção historica aqui homenageada e retratada.

O Pior - Um bom filme não deve ir buscar tiques dos maus.

Avaliação - B

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