Sunday, July 16, 2023

Master Gardener

 Paul Schrader é um dos realizadores e argumentistas mais polémicos de Hollywood, que tem desde cedo nas suas colaborações com Martin Scrocese os seus títulos mais respeitados como argumentista, mas nos últimos anos ganhou alguma dimensão também como realizador principalmente junto da critica. Produzido em 2022 mas so lançado em 2023 surgiu o seu novo projeto que junta flores e odio racial. Em termos criticos a avaliação foi positiva embora algo longe do que conseguiu nos seus projetos mais recentes. Do ponto de vista comercial não é claramente um filme de massas e o resultado tornou-se apenas rudimentar.

O filme começa como a maior parte dos filmes independentes começam a introduzir as flores na metáfora que o filme quer levar ate ao fim como contraponto da violência e a natureza central da personagem central. Essa dicotomia é interessante sem que o filme a potencie ao maximo as diferenças entre os pontos do filme. Nota-se que o filme vai muito nos temas que fizeram Schrader um argumentista de primeira linha, concretamente sobre os polos diferentes das personagens e nisso o filme acaba por funcionar ainda que menos do que outros filmes por ele escritos.

No ponto de vista da dimensão irrealista que a determinados momentos pautam os climax dos seus filmes o filme acaba por aqui ser menos vistoso com apenas uma cena curta que da quase como assinatura mas que é abandonada no restante do filme. FIca a ideia que o filme e mesmo a ideia de redenção e de fantasmas do passado poderia ser muito melhor potenciado numa historia mais energetica, embora se perceba que este e o estilo do realizador.

Por tudo isto sai um filme com uma boa base de historia, realizada e interpretada com competencia, que no lado da historia de amor, demonstra alguma dificuldade em ter impacto, e isso poderia levar o filme, caso funcionasse para outros patamares. Nao obstante temos um filme que cumpre, sem nos surpreender e que principalmente podera defraudar por ser muito terreo quando comparado com o que ja vimos deste realizador.

A historia segue um jardineiro responsavel pelo jardim de uma casa com um passado ligado a crimes de odio racial, que de repente ve chegar ao seu grupo de trabalho uma jovem de cor com quem se vai ligando colocando em causa tudo aquilo que sempre pensou.

O argumento tem temas impactantes que acabam por ser tratados de forma algo simplista. FIca a ideia que e quase um America Proibida em versão slow. As analogias com flores nem sempre são obvias mas fica essa dualidade concetual que marca o filme.

Sobre Schrader como realizador parece claro que como escritor tem muito mais impacto do que como realizador embora tenha adotado uma assinatura de imaginario romantico na maioria de todos os seus filmes que são escuros como as personagens mas sem o impacto para o tornar uma figura de referencia como realiazador.

Joel Edergton e a escolha para esta personagem sombria. Schrader procura sempre atores versateis que funcionem bem no lado mais silencioso e escondido como expludam para o lado dramatico, o ator ter estas caracteristicas embora o filme não as explore principalmente comparado com outros filmes que ja vimos do mesmo autor. Ao seu lado temos uma QUintessa Swindell que parece demasiado pequena para o papel.


O melhor - A analogia das flores e a beleza de algumas imagens.

O pior - Muito low profile quando comparado com outros filmes escritos por Schrader


Avaliação - C+



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