Saturday, July 22, 2017

Wakefield

O cinema por vezes tem alguns fenomenos que pouco entendemos, principalmente quando bons actores em bons argumentos acabam por redundar num filme quase desconhecido que é lançado com um ano de atraso e que não consegue vingar comercialmente perante uma distribuição reduzida, mas pior que isso acaba por ser um filme que ate consegue chamar a si criticas positivas. Este foi o caso deste particular filme que os mais desatentos nem sequer vao chegar a conhecer.
Sobre o filme, uma das coisas que pode ser mais valorizada no cinema atual, e a forma muitas vezes de uma historia simples de um personagem se consegue fazer algo diferente sem necessitar de grandes efeitos especiais e mais que isso quando tudo tem origem num bom conceito bem trabalhado. E o caso deste pequeno filme sobre alguem no limite mas que começa a assistir a sua vida de bancada. Neste particular reside o grande trunfo de um filme que no restante basta cumprir para fazer uma ideia pelo menos diferente funcionar.
Uma das criticas que com razao se pode apresentar ao filme e a forma como o mesmo acaba por ser repetitivo apos a ideia, a forma como alguem pode estar tao longe e tao perto, algo que acabaria por ser pouco vermosivel, mas que o filme acaba por potenciar de uma forma bem montada para fazer sublinhar a sua ideia global. Para alem de uma boa ideia potenciada muito por ela propria e tambem um filme que aposta num actor de primeira linha que nas suas diferenças acaba por permitir uma interpretaçao de grande intensidade.
Por isso mesmo, e não sendo uma obra prima e claramente uma das obras mais competentes que vi neste ano, não so pela tematica em si, mas mais que isso pela forma, pela dificuldade de execuçao e por no final ser um filme diferente de muito que vimos. Podemos dizer que por vezes o filme cai no caricato de algumas situaçoes mas isso acaba por ser necessario tendo em conta a historia que se quer contar.
A historia fala de um sucedido advogado, com uma familia estruturada, que acaba por num dia abandonar a sua vida, escondendo-se de todo o mundo num sotao, sem nada dizer do seu paradeiro. Na altura em que a sua falta acaba por ser constatada ele assiste da janela do sotao ao retomar da sua familia a vida sem a sua presença.
Em termos de argumento o filme tem uma ideia de base muito interessante e original, que acaba por produzir com competencia, mais que com mestria. O filme funciona bem nos flashbacks porque acaba por uma forma dimensional caracterizar e bem as personagens que o filme trata e que sao observadas sempre na percepçao de uma outra.
Robin Swicord é mais que uma realizadora uma argumentista com alguns meritos, e aqui e neste patamar que ela chama mais a atençao pela construçao de uma boa historia baseada numa short story. Em termos de realizaçao pouco trabalho deixado a primazia para os outros elementos como elenco e argumento.
No elenco o filme e totalmente dominado por um Cranston em excelente forma, um actor intensdo, multifacetado, capaz da mais intensa sequencia dramatica ate um humor quase infantil, neste filme tem espaço para tudo. Perde em alguns momentos por uma caracterizaçao exagerada. O filme e de dominio de uma personagem não deixando grande espaço para os secundarios principalmente Garner.

O melhor – O argumento

O pior – Em alguma execução do filme poderia ser mais mestria do que competencia por si so


Avaliação - B

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