Monday, July 10, 2017

The Journey

Os conflitos na Irlanda do Norte foram principalmente durante as decadas de 80 e 90 uma boa fonte para alguns filmes que tiveram alguma reprecursão no cinema mundial, principalmente pela mão de Neil Jordan e Jim Sheridan. Com aparentemente todo o conflito resolvido, existem agora filmes que tentam fazer uma passagem para um cinema diferente. COm esse objetivo surgiu este peculiar filme que tenta hipotizar uma conversa entre os dois lados do conflito como forma de tentar justificar a surpreendente paz. Os resultados criticos do filme, ficaram aquem do esperado, com avaliações muito medianas, o que acabou por não dar poder comercial a um filme que acabou por ser quase desconhecido na maioria dos mercados.
Sobre o filme desde logo penso que a ideia é interessante, ou seja a forma como o filme coloca duas personalidades em polos opostos de um conflito, juntos numa viatura obrigando-os quase a contactar. COntudo a premissa do filme tem alguns problemas de realismo, com as estruturas em causa isto nunca poderia acontecer, mesmo maquinado por um governo poderoso como é o caso do filme. Por outro lado parece também que na forma como tudo decorre o filme acaba por ser desiquilibrado entre personagens, sendo sempre uma a ir a procura do contacto, o que mesmo em termos ideologicos pode ser algo discutivel.
Em termos de filme podemos dizer que o filme é simples é daqueles que sabe perfeitamente que tem barreiras impostas estreitas o que em si não lhe daria muito espaço para trabalhar. Dai que as conversas são limitas principalmente na definiçao das personagens parecendo sempre uma conversa entre ideologias onde as personagens sao simples vetores comunicacionais. Atualmente este filme parece algo desatualizado em face da paz entretanto alcançada e teria certamente mais poder se tivesse sido pensado noutros tempos.
Ou seja um filme que tem alguns defeitos do demasiado tradicionalismo do cinema de base britanico, com uma estrutura narrativa demasiado linear. Em termos daquilo que acaba por ser no seu final, vale mais pelo que significa politicamente a homenagem a paz, do que propriamente uma obra original de cinema.
A historia fala num encontro numa viagem de carro entre os dois lados da luta na IRlanda do Norte, numa forma trabalhada pelo governo britanico de forma a insistir na conversa entre os dois lados tendo em vista o tratado de paz.
Em termos de ideia de base, o filme e original, na forma como cria uma conversa que aparentemente nunca terá existido como base de um acontecimento tão importante. Contudo parece-nos que o filme vale mais pela forma como homenageia as pessoas no tratado de paz, do que propriamente nas personagens em si no filme, que acabam por ser simples vetores de comunicação.
Na realização Nick Hamm, um norte irlandes de gema, tem um trabalho simples, percebe-se que nap é indiferente à causa, e que tem um lado assumido e isso num filme politico é sempre discutivel. Como realizador alguem que já teve um ou outro projeto de maior dimensao, mas nunca conseguiu fazer imperar qualquer tipo de conceito enquanto realizador, para alguém que já não é propriamente jovem.
Por fim em termos de cast, Spall e Meaney tem duas prestações diferentes, Spall e normalmente muito intenso na construção de bonecos e aqui tem mais uma vez uma personagem cheia de maneirismos algo que já é figura de proa do actor. Por seu lado MEaney menos expansivo, mas mais natural, acaba por enquadrar bem na sua personagem muito por culpa de parecenças naturais em termos fisicos.

O melhor - O que significa o filme politicamente

O pior -O filme acaba por ser ausente de verdadeiras personagens

Avaliação - C

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