Saturday, July 01, 2017

Song to Song

Terrence Mallick é um dos mais estranhos e particulares realizadores de Hollywood. Depois de uma carreira inicial marcada apenas por três filmes, nas ultimas decadas tem estado bem mais presente, contudo mais distante do sucesso critico. Neste filme sobre o mundo da musica o resultado foi bastante modesto, com uma avaliação critica demasiado mediana, o que não serviu de impulso para outro tipo de resultado e comercialmente sendo filme desde logo dificeis os resultados comerciais são sempre desde logo moderados.
Sobre o estilo de cinema, eu mesmo gostando da qualidade de algumas da imagens que ele consegue transmitir, e do seu prefecionismo estetico na criaçao do contexto ideal para a interação das personagens, não sou adepto de um estilo de cinema solto, sem guião, sem propósito sem historia, parece que na essencia temos imagens isoladas dos mesmos personagens, recheadas com um monologo cujo sentido muitas vezes não é claro, dando nos um cinema facil de boas imagens mas sem qualquer tipo de conteudo.
Mas o que ainda mais choca no que diz respeito ao cinema de Mallick e que ele consegue sempre com este estilo rechear os seus filmes de estrelas que depois tem de passar na manta de retalhos da montagem, sendo comum muitos deles ficarem de fora, neste caso Hally Bennet e Christian bale. Mas parece sempre que ele pouco quer mais do que a presença destes actores em filmes que nada pedem aos mesmos a não ser a presença e isso parece pouco num cinema que cada vez mais pede um valor narrativo forte do argumento.
Com a idade de Mallick acredito que nada vai mudar na sua forma de filmar, que provavelmente vamos ter mais filmes com este formato, o que de alguma forma retirando o efeito surpresa vai acabar por ser mais do mesmo, diminuindo o seu lado critico que durante anos alimentou a sua carreira. Outros dos problemas e a forma como ele demora a lançar os seus projetos em pos produços completamente interminaveis, e neste filme e facil perceber porque já que era muito dificil ligar as peças.
Sobre a historia e mesmo sendo dificil de a encontrar fala-nos de um triangulo amoroso, entre dois amigos e uma jovem que de alguma forma vai baloiçando entre ambos, e das relaçoes paralelas que vai existindo entre cada um dos elementos.
Em termos de argumento como muitos dos protagonistas do filme fizeram questão de sublinhar, esse argumento acaba por não existir, temos sequencias de interação solta, apenas com um monologo que tenta unir peças, dai que no final não sabemos quem nas duas horas anteriores nos fez companhia, sendo na sua base um poema visual cujo conteudo e indecifravel.
Mallick tem uma capacidade unica de captar imagens isso já tinha sido bem observado noutros filmes, contudo parece que o seu genero e demasiado diferente e desligado para tornar-se alvo de um amor profundo dos cinefilos, que querem algo que entendam, não um conjunto de boas cenas em termos esteticos mas que o conteudo basicamente não existe. Mas isto parece-me que sera sempre Mallick.
Por fim no cast, poucos filmes podem-se gabar de ter um registo tao rico de actores de uma primeira linha, contudo o filme nada lhes pede para a alem da presença com personagens vazias, em interação espontaneas ou não. E facil perceber que os actores gostam de trabalhar com Mallick porque a exigencia e zero.

O melhor – A qualidade estetica de Mallick

O pior - A incapacidade de contar qualquer historia


Avaliação - C-

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