Sunday, September 25, 2016

Cafe Society

Tem sido impressionante a cadência de filmes de Woody Allen nos ultimos anos, com a periodicade de um filme por ano aqui temos visto filme e filmes sucessivos nos generos mais habituais. Este ano e para apadrinhar o festival de Cannes veio mais um, mais soft mais comedia. O resultado tem sido o mais recente, ou seja filmes que ate conseguem avaliações na generalidade positivas, mas sem grande entusiasmo, e comercialmente já foi territorio que deu uvas ao realizador que agora ve o mercado de uma forma quase residual.
Sobre o filme, podemos dizer que quantos mais filmes Allen lança ano a ano parece obvio que a sua qualidade vai decaindo, pelo menos na minha opinião, sendo Blue Jasmin o seu ultimo filme realmente diferenciador. Aqui temos mais do mesmo, uma boa contextualizaçao temporal, alguma intriga, se bem que muito menos do que na maior parte dos seus filmes, e dialogos interminaveis no caso deste filme muitas vezes desligados de uma acção ou um fio condutor onde realmente quase nunca acontece nada de particularmende determinante. E por esta falta parece que os filmes de Allen saem de uma maquina com uma assinatura mas sem qualquer elemento de arte que diferenciou durante anos os seus filmes.
Aqui basicamente de registo encontramos o facto de ter encontrado um protagonista com grande paralelismo daquilo que foi Allen como actor, ou seja dialogos longos, e rapidos, muitas vezes sem sentido direto. Mas o filme perde porque a personagem é aborrecida, repetitiva, nunca com graça, e para um filme onde a personagem quase domina todas as cenas a falta de qualidade ou quimica da mesma com o espetador e desde logo um mau prenuncio para aquilo que realmente acontece na hora e meia seguinte.
Em suma, um filme onde se percebe ser de Woody Allen, pela musica, pela forma de realizar, pelos dialogos, mas sem qualidade sem o sumo da maior parte dos seus filmes, acabando por ser claramente hora e meia de cinama aborrecido onde parece que Allen quer dar uma mostra de todo o seu conhecimento sobre as figuras do cinema dos anos 30 deixando a intriga e mais que isso o corpo do filme completamente de lado.
A historia fala de um sobrinho de um agente de estrelas que tenta a sua sorte em Hollywood onde se acaba por apaixonar pela assistente do seu tio. Contudo a mesma acaba por perferir a relação com o seu tio o que acaba por colocar toda a definição de vida dele em causa.
Em termos de argumento a historia de base do filme e particularmente inexistente, não tem conflito, não tem climax, e um filme que parece criar oportunidades para dialogos entre personagens e mesmo esses não fazem o filme evoluir. Muitas personagens completamente indiferentes ao desenvolvimento da historia.
Confesso sentir-me um pouco cansado pela falta de inovaçao de Allen tras de filmes para filmes, sequencias repetitivas, dialogos muito rapidos, a musica omnipresente. A capacidade de um realizador surpreender e o que lhe permite manter-se na mó de cima, e pelo menos nos ultimos três anos, com melhores ou piores filmes Allen tem estado mais proximo da vulgaridade.
Por fim em termos de cast, poucas repetiçoes algo que não e muito normal, mesmo apostando numa dupla que já interagiu junta, nem sempre as coisas funcionam em termos de quimica, principalmente porque stewart nos ultimos tempos criou uma imagem demasiado descuidada. Eisenberg tem muito paralelismo com Woody Allen mas ao longo do tempo pela forma vincada das suas caracteristicas faz com que a as suas personagens sejam demasiado parecidas. Necessita de um refresh rapido.

O Melhor – Alguma simbologia isolada de Allen em algumas frases dos seus dialogos.

O pior – Muitos filmes tem sido sinonimo de menos qualidade na filmiografia do realizador


Avaliação - C-

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