Saturday, September 03, 2016

The Neon Demon

Quando foi anunciado o novo filme de Nicolas Winding Refn, bem como o seu concurso a Cannes, muita gente pensou que o creativo realizador que nos deu Bronson e Drive, estava de volta depois de um projeto menos conseguido. Contudo após as primeiras visualizações percebeu-se que a obra estava mais perto do seu último filme dos que das suas melhores obras, obtendo um resultado critico muito extremado, entre o bom e o mau, o que colocou de imediato de lado todas as hipoteses na corrida aos premios. Comercialmente não sendo o grande vetor do filme, o resultado foi o mais esperado.
Será facil dizer que este jovem realizador, e visualmente um dos realizadores mais creativos, evoluidos e com sentido de estetica do cinema, contudo muitas vezes estes atributos só funcionam se foram ligador a um argumento interessante, ou pelo menos seguro, algo que conseguiu nos seus filmes mais conhecidos, mesmo que visualmente menos aprumados. Este é talvez visualmente o melhor filme do realizador, e aquele que parece ter uma banda sonora mais interessante, nestes pontos parece termos aqui o melhor lado de um realizador com muitas semelhanças ao melhor David Lynch.
O problema é que o filme e o seu argumento se resumem a duas linhas, sendo que a segunda das quais é apenas o objetivo gratuito de chocar o espetador, mesmo que leve à letra algumas das metaforas mais usadas na competiçao da moda. Podemos facilmente dizer que é uma excelente critica e um exagero mais que toca nos pontos do competitvo mundo da moda, mas o que resume esta frase não pode dar assim duas horas de filme sem mais conteúdo, sem mais personagens, sem mais dialogo, dando todo o protagonismo, à cor e ao som, parecendo mais um trabalho fotográfico, documentário do que um filme.
Ou seja o resultado é dual, se por um lado a sua cor, a sua forma de filmas, a espaços um bom papel dos protagonistas dá vontade de sublinhar o filme, pensar que rapidamente o filme se resume a uma tagline, e muito pouco principalmente para um realizador que muitos apostavam em ser um dos meninos queridos na nova vaga de realizadores. Fica com a sensaçao do que ele já consegue fazer com a imagem, com argumentos mais interessantes será um realizador para a historia, mas com este tipo de abordagens sera apenas um realizador de filmes estranhos.
O argumento é basico uma adolescente vai para nova iorque para imperar o mundo da moda, que vai fazer mudar a personalidade e entrar num mundo competitivo pelo sucesso.
O argumento é claramente o lado vazio do filme, num campo com tanto por onde trabalhar e dar, o filme reduz o argumento ao maximo, tem dois ou tres dialogos curtos, as personagens são limitadas aos sentimentos basicos, e tudo acaba por ser muito previsivell. No final é exagerado e parece mais importado em chocar do que assinalar a mensagem.
Refn e sem duvida um excelente realizador, a forma como dá todo o peso do filme nas cores, nas sequencias quase artisticas de cada imagem, e dando-lhe o lado musical psicadelico perfeito só esta ao alcance de um artista que ele é. Pena e que nos dois ultimos filmes os argumentos tenham entrado num campo incapaz de lhe dar o estatuto que pelo que faz com a camara já devia ter.
Num elenco arriscado Fanning tem um excelente e dificil papel, aquele que a leva para a idade adulta, muito potenciado por uma realizaçao sobre si, o certo é que a jovem sempre ligada a filmes mais infantis consegue dar tudo que a personagem necessita, sendo uma agradavel surpresa, ao seu lado o lado escuro de Malone funciona, num capitulo onde o filme ganha com o lado pouco expressivo de alguns dos seus elementos.

O melhor – A realizaçao, banda sonora, e algumas interpretações.


O pior – O argumento.


Avaliação - C+

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