Se existe um autor que nos últimos dez anos conseguiu um
reconhecimento próprio no mundo da comedia de costumes foi Judd Apptow,
principalmente por conjugar um principio de atualidade nos seus filmes e
conjugar isso com as relações em diferentes fases e diferentes contextos. Este
ano volta para um filme que pega em duas das personagens secundarias do seu
maior sucesso, para as mostrar um pouco mais alem. O resultado contudo foi um
pouco distante do primeiro filme quer criticamente onde a reação não foi tão
entusiasta mas acima de tudo comercial onde os resultados foram medianos,
talvez pela época do ano onde foi lançado no meio de filmes de grande estúdio o
filme ficou um pouco silencioso e pouco tempo de antena lhe foi devidamente
dado.
Depois de ver o filme consegui entender qual seria o
objectivo do realizador em lançar uma comedia do seu género numa época tão alta
e por vezes onde os patamares críticos estão tao elevados na escolha para os
galardões. O objectivo de Apptow era dar-nos o seu filme mais adulto e complexo
como que se de uma analise dos casais moderos se tratasse e da forma com que os
quarenta anos são vistos numa dinâmica de casal. Os objectivos podia ser os
prémios, algo que dificilmente vai conseguir, contudo na minha opinião eu que
nunca fui grande entusiasta de nenhum filme do realizador penso que temos aqui
a sua melhor obra, a mais engraçada e mais empírica e a mais completa, distante
dos prémios talvez mas para quem quase os conseguiu com muito menos era
legitimo pensar que podia conseguir com a sua melhor obra.
Analisando este filme parece-me claramente um melhor filme
em que Apptow teve intervenção, ele que nos últimos anos colecionou sucessos
comerciais e críticos. Provavelmente estarei contra a maioria, mas o facto de
nos trazer um filme mais suave, menos peculiar torna o filme mais intenso mais
coeso e com mais mensagem, e isso sustenta-se particularmente na riqueza dos
guiões a forma com que consegue colocar aspectos actuais curiosos nos mesmos.
Ou seja na minha opinião não será este filme a surpresa mas
sim os anteriores e tão bem valorizados é que me deixaram um pouco desolado e
defraudado, aqui o contrario aconteceu, um filme que pensei como aborrecido
mostrou-se dinâmico bem escrito e construído com pouco exagero pese embora ele
aparecesse por vezes e com a capacidade de mais no pormenor do que no obvio de
ser engraçado sem ser um filme para a gargalhada pegada.
A historia fala de Debbie e Pete duas personagens
secundarias de knocked Up que aqui se encontram casados e a passar pela crise
dos 40, quer em termos profissionais, pessoais e familiares, sendo o filme a
tentativa de resolução de conflitos.
Confirmo que nunca fui grande adepto da forma de escrita de
Apptow penso que ele sempre valoriza mais o acessório do que o central e por
vezes exagera cai no exagero situacional que torna as comedias algo absurdas,
contudo neste filme consegue controlar esse ímpeto e o filme sai bem melhor sai
próximo, interessante bem escrito permite as personagens se desenvolvem sem
entrar na caricatura e isso funciona bem como os pequenos adereços conjecturais
e acessórios que dão ao filme outro condimento.
A realização e simples Apptow nas camaras nunca registou
grande registo de autor, muito primor estético é básico e nenhum filme
principalmente comedia pede mais do que isso, funciona não coloca em causa os
objetivos por isso podemos dizer é uma realização mais que bem feita,
funcional.
Em termos de cast a escolha natural em actores da confiança
de Rudd, a sua esposa Mann funciona, tem a suavidade e conjuga bem experiencia
e juventude em comedias românticas, consegue ser serena e explosiva, e
parece-nos que é uma mais valia neste tipo de filmes, Rudd também funciona
principalmente quando não cai nos tiques irritantes que tanto gosta de dar as
suas personagens e que faz com que sejam repetitivas e cansem, mais uma vez é
demasiado igual a tudo o resto, penso que se controlasse essa vertente seria um
actor bem mais capaz do que a carreira limitada e demasiado igual que tem. Mas
o ponto principal do filme são os bons aspectos secundários principalmente de
Brooks, a segunda boa aparição em dois anos, e Mccarthy um cameo de grande nível
a continuar a demonstrar o que já fez o ano passado em Bridmaids e quase lhe
dava um oscar da academia.
O melhor – A actualidade de uma historia de amor mesmo
conjecturada aos nossos dias.
O pior – Os tiques irritantes de Paul Rudd
Avaliação - B
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