Tuesday, December 27, 2011

Anonymous



Não é muito comum ver um realizador como Emerich teorizar sobre factos historicos, nem tão poucofazer um filme de epoca, talvez por isso este filme resultasse em seu torno muita expectativa. Por um lado porque trazia a si uma teoria ja muito debatida sobre a proveniencia das obras de Shakespeare, mas acima de tudo porque a concretizava como sendo as obras de um nobre ingles, mais concretamente um duque envolvido em acontecimentos historicos relacionados com o trono. Pese embora tudo isto o certo é que o filme não conseguiu a luz da ribalto dos outros filmes do realizador principalmente em termos comerciais onde nem sequer conseguiu uma estreia expansiva. ja em termos criticos uma area onde o realizador normalmente tem mais dificuldades, mesmo com um tema mais maduro nao conseguiu convencer a maior parte da critica, nao indo alem de criticas medianas.



Anonymous é daqueles filmes que tem consigo algumas virtudes interessantes, desde logo o inicio, o prologo, quase introdução ao filme, efectuada como se perante nos estivesse o interlocutor do filme, o que e um dos pontos mais originais e diferentes do filme, de resto um drama historico, envolvendo a persoangem conhecida de todos nos, bem como a rainha Elizabeth, outro marco ja abordado noutros filmes, a teia da conspiração de todo o filme e coesamente montado, num filme nem sempre integrado a bom ritmo, e nem sempre com as melhores oç.oes de montagem, mas que em termos narrativos e como um todo funciona bem, principalmente com a sua facilidade em unir peças e acima de tudo na forma muito forte com que conseque que estas se relacionem muito bem entre si.



Outro ponto muito positivo do filme e boa forma com que consegue unir dois pontos interessantes, por um lado o lado teorico do filme, ou seja a forma com que e discutido a autoria das obras do dramaturgo ingles e por outro lado dados historicos contextuais, que sustentam uma teoria interessante e que poe em causa muito do que ja foi pensado.



E daqueles filmes que nao pode ser bem amado, e mesmo polemico, mas mesmo assim observamos uma boa conjugação contextual e narrativa, para um filme forte, e dramaticamente intenso, pode nem sempre ser o mais ligado ao entertenimento, com crueza de determinadas partes da sua teoria, mas o que e certo e que esta nao mais sera a mesma depois do filme, que a longo prazo podera trazer consigo uma importancia que no seu lançamento acabou por nao ter.



Nao sera um filme de Oscas pese embora com a pobreza do ano, ate nem ficaria mal, neste lugar, poderia ser melhor, mais grandioso, perde-se demasiado no superficial como por exemplo o exagero da imbecilidade na persoangem de Shakespeare, ou nos exagerados monologos das cenas de teatro, mas por outro lado toda a intriga politica esta bem sinalizada e trabalhada em todo o filme.



A historia traz-nos a sucessao de Elizabeth,e acima de tudo uma teoria sobre a ligaçao das peças de Shakespeare a um duque, intimamente relacionado com a rainha, que ve a sua autoria retirada nas peças, em virtude do cargo e do peso das mesmas.



Em termos de argumento podemos dizer que e um filme completo, na forma com que consegue materializar toda uma teoria num corpo de persoangem interessante coeso, e original, integrando a ficcção da teoria com dados historicos contextuais. As personagens estao bem trabalhadas com excepçao da principal ou seja Shakespeare, demasiado imbecil para quem tera aproveitado com tal facilidade um contexto.



A realizaçao de Emerich e a necessaria para o filme, habituado a grandes produçoes acaba por neste filme mais uma vez ir buscar o contexto necessario e artistico a todas as sequencias, por vezes exagera em algumas imagens talvez vicios passados, mas ninguem podera dizer que o filme nao tem as imagens necessarias a sua historia.



Por fim num cast sem grandes nomes, Emerich pode ter perdido muito do valor comercial do filme, mas ganhou no proprio filme, com interpretações marcantes e de primeira linha, com particular incidencia para a sempre espontanea Redgrave, e o surpeendente Ifans com o melhor papel, maduro e coeso de toda a sua carreira, num actor que ja merecia um protagonismo assim.






O melhor - A organizaçao da teoria e dos factos






O pior - Alguma morosidade de processos.






Avaliação - B

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