Friday, January 22, 2021

Minari

 Depois de nos ultimos anos a Plan B de Bradd Pitt se ter dedicado acima de tudo na produção e divulgação de filmes sobre a desigualdade racial e historica por parte da raça negra, eis que este ano o plano da produtora passou por nos trazer um filme sobre a ambientação e sonhos de uma familia coreana nos anos 90 à procura do sonho americano. Este pequeno filme essencialmente preenchido por atores oriundos daquele pais foi um dos grandes vencedores do ano do ponto de vista critico, tendo inclusivamente ganho o festival de Sundance no ano passado. Comercialmente a aposta do filme consiste num lançamento em periodo de premios de forma a tentar potenciar-se comercialmente e ser um dos candidatos a esta peculiar corrida aos oscares.

Minari é um filme pequeno cheio de simbolismo, é um filme de mecanismos simples, emotivo, sobre a ligação e as dificuldades de uma familia, mas com uma mensagem positiva de seguir os nossos sonhos e nossos objetivos. O filme e impactante principalmente nas arestas familiares nas ligações e quebras que vao existindo naquele contexto familiar, o filme acaba por ser na maior parte do tempo bonito e transmissor de emoçoes fortes.

Claro que podemos dizer que são dramas inerentes a muitos outros contextos e que o filme nem e propriamente diferenciador no que diz respeito à forma como tenta trazer a cultura coreana daquele tempo. Mas o filme tem a mestria de não querer ser pesado, introduzindo elementos de descontração cimentados acima de tudo na proximidade relacional entre a personagem mais nova e mais velha da familia.

Minaria e um otimo filme que nos dá a esperança das pessoas, que nos dá alguma noçao da dificuldade e da possibilidade de isso ser contornado. E um filme que não esquece o interior norte americano como outros filmes de sucesso critico este ano o fizeram. Num ano onde tudo apontava que os holofotes estivessem necessariamente em questões fraturantes, tem sido em dramas familiares e sociais que o cinema tem encontrado os seus melhores mensageiros.

O filme fala de uma familia coreana que sai de uma grande cidade para se instalar no interior norte americano devido a ambição do elemento masculino do casal construir uma plantação de vegetais coreanos. Numa decisão longe de ser unanime o mesmo terá de lutar pelos seus sonhos enquanto a sua familia vai sofrendo alterações nas suas dinamicas.

Em termos de argumento mesmo sendo uma historia de base simples, embora com significado, o filme resulta essencialmente pela forma muito interessante com que potencia dialogos e relações, sendo obviamente a de avó neto a mais vistosa, e aquela que acaba por ser a alavanca maior do filme.

Na realização Lee Isaac Chung era um realizador americano de origem coreana que da um teor muito intimo ao filme na forma como nos caracteriza a residência e os costumes, nunca colocando de lado o prisma contextual estetico do filme. Interessante termos outro oriental com uma realização simplista e de grandes planos exteriores num trabalho proximo ao que Zhao fez em Nomadland.

No cast e um filme bem interpretado deixado todos os louros para a excelente presença da já veterana Youn Yhu-Jung, que desde o momento em que entra capta as atençoes dai ser ja considerada uma das reais candidatas ao oscar de melhor atriz secundaria. Parece-me importante também sublinhar a excelente prestação do mais mediatico Yeun, que consegue num filme sobre a sua cultura ter o espaço para assumir um actor orientar com uma vertente mais dramática.


O melhor - A relação avó-neto


O pior - A simplicidade por vezes pode dar a impressão de um filme menos grandioso


Avaliação - B+

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