Wednesday, January 06, 2021

Mank

 Desde que foi anunciado o cartaz de filmes que a Netflix iria disponibilizar ao longo do ano chamou a atenção a primeira colaboração de longa metragem de Fincher com a produtora ainda para mais num filme a preto e branco que procurava retratar o processo criativo que deu origem a Citizen Kane. Apos as primeiras visualizações a critica especializada foi bastante proxima do filme tornando-a numa quase certeza na cerimonia de premios este anos diminuida no leque de candidaturas. Comercialmente parece-me que a temporada de premios podera aquecer um filme pouco pensado para esse estatuto.

Sobre o filme podemos dizer que a forma com que o mesmo é filmada e a homenagem aquilo que era o cinema nos anos 30 poderão ser alguns dos melhores ingredientes que o filme acaba por ter, diferenciando-o de outros que ja tentaram precorrer a mesma epoca. Essa escolha é acertada porque Fincher consegue como poucos ir buscar algum realismo nesta comunicação de imagens.

Enquanto historia claro que sendo Citizen Kane uma das referencias do cinema sera dificil considerar a historia de espectro pequeno, mesmo que aqui se centre em exclusivo numa personagem do seu argumentista nas suas particularidade que o filme consegue potenciar bem, ainda que em ritmo baixo e para o qual contribui e muito a excelente construçao de Oldman.

Estando longe do fulgor  e do brilhantismo que ja vimos Fincher fazer noutros generos, num realizador cada vez mais adulto resulta um filme interessante, bem feito, sobre algo grande para o cinema mas que em termos de humanidade nao e propriamente pródigo em expansão. A componente tecnica ajuda a potenciar uma boa historia mas longe de ser uma obra prima.

A historia fala de Herman Mankiewicz, um famoso argumentista de Hollywood numa pos grande depressão que acaba por no meios das historias da setima arte conseguir ganhar inspiração para uma historia que se tornou eterna, embora envolta em polemica.

O argumento e bem melhor na concretização da personagens e de alguns dialogos da mesma do que propriamente no traço narrativo que o filme adota que acaba por se tornar pouco intensa adormecendo um filme que narrativamente necessitava de outro fulgor para caminhar para patamares mais elevados.

Fincher e um dos realizadores mais reconhecidos de Hollywood que nunca chegou ao premio de melhor realizador pese embora ja tenha tido algumas obras proximas deste reconhecimento. NOs ultimos anos dedicou-se a televisão quando pensamos que o cinema ainda tinha espaço para ele, e aguardamos que seja um regresso que o conduza ao galardão maior um dia. Neste filme tem um trabalho interessante e dificil que nesta contingencia podera conduzir a essa consagração.

Em termos de cast Oldman tem um espetaculo a solo, eficiente, com qualidade ao melhor nivel de um actor de primeira linha que provavelmente lhe valera mais uma nomeaçao para oscar. Os secundários tem algum destaque com bons papeis para Middelton e Seyfried que apesar de ser apontada como favorita ao oscar de melhor atriz secundaria não parece mais que razoavel.


O melhor - A fotografia do filme e a formula de homenagem.


O pior - A historia e grande no cinema mas curta em mensagem


Avaliação - B-



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