Tuesday, March 04, 2008

Resurrecting the Champ




Muitos provavelmente estranharão o porque de nunca terem ouvido falar de um filme que reune actores deste calibre não só comercial, mas tambem em determinados pontos critico. A resposta e dificil de dar, talvez por o filme olhar com poucas ambiçoes para um terreno comercial e se apostar numa vertente critica, podera ser uma das explicações. Embora esta ambiguidade esteja tambem ela latente ao longo de todo o filme. E quando nao existe decisão neste particular e provavel que o resultado acabe por nao ser o melhor em nenhum dos segmentos, o filme teve muita dificuldade em se impor na distribuiçao e por logica, nas bilheteiras, e em termos de critica, a mediania, foi o resultado mais obtido.

O filme representa um pouco esta dualidade tambem na qualidade que apresenta, se por um lado, tem uma vertente algo independente e de autor, na forma como a narrativa e estabelecida, dificultando a sua implementaçao em mercados mais abertos, tambem e certo que a forma apaixonada e algo sentimentalista com que o filme e abordado nao permite aquele caracter rebelde tao aperciado pelos amantes do cinema de autor. O filme cai num paradoxo que o leva a ser uma obra que muitos irão perder quando tem alguns pontos de interesse.

Na globalidade o filme nao consegue fugir a uma mediania assinalavel, se inicialmente nos da uma visão romantica da vida, e da valorizaçao da mesma, ao pouco vai se construido numa liçao de vida, mais que um relato e uma homenagem a mesma, o sentimentalismo gratuito vai-se perdendo, contudo tambem a moral do filme vai ficando cada vez mais obscura, na forma como a narrativa se vai desenvolvendo.

Tem a vantagem de nao ser um filme logico, nem tao pouco previsivel, de esconder e desvendar aos poucos os seus segredos, contudo tudo e feito com uma ligeireza, que nao se coaduna com os temas em causa.

A historia fala-nos sobre um jornalista desportivo marcado pelo legado e historial do seu pai, que de procura o protagonismo de uma vida, ao encontrar um ex campeao de box, como sem abrigo decide, centrar nele as atençoes do artigo que lhe dara a notoriedade desejado, contudo nem tudo e assim tao facil, sendo o filme nao so a relaçao do jornalista com o campeao, mas acima de tudo a relaçao deste com a notoriedade.

O argumento apesar de responsavel e surpreendente em momentos, cai por diversas vezes no romantismo profundo na forma como vai guiando as perosnagens, que sao pouco densas, na sua profundidade. Na personagem de JAckson, nunca chegamos a conhecer realmente e talves fosse esse o principal objectivo do espectador a partir de determinado momento.

A realização, tenta se diferenciar com um estilo mais 70s, o que da uma toada forte ao filme, mas encontra-se longe do cinema actual. A realizaçao como grande parte do filme, da sentimentos contraditorios a um espectador que sente prazer, mas nao reflecte como devia.

O cast, o papel de Jackson, tem tanto de brilhante pelos tiques corporais como de irritante, pela forma como estes se reflectem no espectador, rapidamente ficamos fartos daquela voz, e daquela humildade, num papel, que noutro registo poderia valer ouro, assim so vale o reconhecimento de um actor bem melhor do que aquilo que a sua carreira tornou. Ja Harnett, encontra-se preso a personagens unidimensionais sem espaço para aventuras, que o levam a figurar num plano critico menor. Esperamos a sua explosao á muito tempo, e começamos a ficar apreensivos.


O melhor - O twist moral do filme.


O pior - A voz de Jackson


Avaliação - C+

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