Monday, March 10, 2008

The Other Boleyn Girl




Quando observamos um dos pré candidatos anunciados aos oscars de um ano ver a sua estreia atrasada para os primeiros meses do ano seguinte, são duas as conclusões que se podem tirar. Primeiro do ponto de vista de qualidade, o filme ficou aquém daquilo que o estúdio esperava dele, tornando-o numa desilusão quase certo, e se isto acontece, a distribuidora, quase nada irá apostar na promoção comercial da obra. The Other Boleyn Girl, é o último exemplo vivo deste estereotipo. Figurante assíduo nas primeiras listas de candidatos deste ano, o filme acabou por fugir a esta disputa, atrasando o seu lançamento. Os resultados aquando das primeiras visualizações confirmaram o pouco valor critico do filme, que conduziram também a sua pouca incidência comercial.
The Other Boleyn Girl, tem contra si a complexidade do pressuposto histórico que aborda, já que este por si só exigia, rigor e força na forma como se trata de um episodio tão forte para a Historia Universal. E é na falta de rigor, mais que na eficácia do filme em si que reside os principais erros e problemas do filme.
Uma historia tão complexa e cheia de especificidades está muito para alem das possibilidades de um estreante. A exigência típica das historias universais replicadas no ecrã não facilitou também a exploração do filme.
Chadwick caiu num risco imensurável que lhe custou caro, por querer entrar num plano que exigia mais que as suas qualidades, que são visíveis na forma como consegue dar dimensão as suas personagens femininas, e principalmente na intensidade que confere aos relacionamentos centrais do filme, contudo não consegue colocar o rigor histórico, e isso normalmente resulta num pecado capital no relacionamento do filme com a rigorosa critica cinematográfica.
Outro dos erros do filme é assumir-se como um filme de paixão e desejo, deixando para segundo plano a politica e religião, actores principais desta trama e que poderiam enriquecer bastante o filme.
The Other Boleyn Girl não e um mau filme, mas torna-se limitado tendo em conta o campo em que incide.
O filme debruça-se na sua essência no relacionamento de Henry VIII com as duas irmãs Boleyn, das diferentes articulações, e jogadas de um verdadeiro e complexo triangulo amoroso.
O argumento acaba por ser o “Patinho feio” do filme, já que ao não incutir rigor histórico nem complexidade politica na narrativa, torna o filme limitado na sua base, conduzindo a negação generalizada em seu redor. Mesmo que do ponto de vista exclusivo da construção da historia até consiga obter uma coesão interessante.
Chadwick, será sempre visto como um aventureiro, depois do risco que depositou na sua obra de estreia. Numa obra tão complexa, com meios produtivos de primeira linha, não escondeu, nem conseguiu tão pouco disfarçar as suas limitações como realizador, contudo esta coragem para arriscar aliada com uma maior experiência cinematográfica, poderão traduzir no futuro obras interessantes no panorama global.
Juntar Portman e Johansson, é um sonho para qualquer realizador, dado reunir duas actrizes jovens, bonitas, capazes, com estatuo e carisma no mesmo filme e o primeiro passo para o sucesso. Desta disputa particular o filme pelo seu desenvolvimento faz brilhar mais Portman, que domina todas as sequencias que partilha, com momentos de grande nível principalmente na conclusão do filme. Confirmando-se como o único peso pesado de todos argumentos que o filme apresenta. Johansson, está mais discreta e menos deslumbrante que Portman, sendo a personagem a grande responsável por este facto, sendo a sua presença positiva. Do lado negativo encontramos um Bana sem brilho, num Henry VIII mal construído desde a nascença, que torna uma das personagens mais fascinantes da historia universar num rei básico unidimensional e repetitivo, ao qual Bana contribui para esta falta de densidade.

O melhor – As ultimas cenas de Portman

O pior – A falta de complexidade e rigor histórico.

Avaliação – C+

No comments: