Thursday, January 17, 2008

The Kite Runner






Os filmes sobre o afeganistão têm normalmente uma dimensão politica que os tornam por natureza irrevrente perante o publico, mas quando um realizador em grande forma em Hollywood, conjugado com uma equipa produtiva de primeiro plano se decide fazer um filme no contexto afegão apenas com actores naturais deste contexto, temos um acontecimento cinematografico. FOster sabia que este filme nao lhe daria exito comercial, para isso tera o proximo James Bond, mas poderia lhe dar o reconhecimento critico, contudo e apesar de ser um filme bastante aperciado pela critica, dificilmente ira entrar no comboio nos grandes premios.


Desde logo o primeiro ponto que salta à vista neste filme é que consegue mesmo estando no contexto afegaão, dar primazia a historia, em deterimento da força politica nao caindo num ideoligismo gasto. E este aspecto e mesmo a força do filme, a capacidade de fazer um filme sentimentalista, reflectindo ao maximo a pureza das relaçoes humanas, neste particular a primeira hora de filme e extremamente forte, com uma força humana incrivel num argumento bem articulado e sentimentalismo. A primeira hora chega a ser cruel na forma como a relaçao central se desenvolve. a intensidade desta hora por sua vez limita as possiblidades da seguinte, onde o filme acaba por se perder num fundamentalismo emocional básico, com as personagens a parecerem mais basicas, e terminando com um deselace algo efectuado em cima do joelho. Neste segmento um filme complexo intenso, e acima de tudo filmado para marcar, um final deste genero fica muito aquem do que e esperado num realizador com o talento de Forster.

A historia conta a relaçao entre dois amigos, separados por um acontecimento e pelas diferenças culturais, e a tentativa de redençao de um deles, anos apos ter cometido uma injustiça de grandes dimensoes. O filme marca tambem do ponto de vista cultural, marcando a diferença entre o Afeganistao pos e em guerra, e neste contexto o filme nao entra em dissertaçao sobre razoes limita-se a contar uma historia emocionalmente intensa, num contexto diferente.

O argumento tem dois pontos que o diferencia, inicialmente no ponto de vista emocional a primeira hora do filme e fortissima, dando um filme profundo capaz de causar calafrios ao mais insensivel dos humanos, as personagens são algo limitadas do ponto de vista de profundidade sendo que a central acaba por nao evoluir ao ritmo que necessitava, algo que acontece ao proprio desenvolvimento narrativo do filme.

Forster arricou num filme sem mediatismo, tentou fazer um filme de autor, exprimentar um cinema mais arriscado mas ao mesmo tempo mais capaz de transmitir carisma a um realizador, Forster vence no capitulo da realização com uma contextualizaçao muito eficaz dos cenarios afegãos, e acima de tudo na forma como efectua as metaforas dos papagaios, realizadas com primor estas sequencias, a realização onde esta os maiores nomes do filme, acaba por ser o aspecto mais forte do filme.

O cast inteiramente islamico, tem dois polos, principalmente nos actores mais jovens surpreende na versatilidade assumida por estes mas perde com os adultos, faltando nomes imponentes para dar uma dimensao interpretativa diferente a um filme, e quem sabe maior imponencia.


O melhor - O pequeno Hassan


O pior - O filme perde ritmo ao longo de todo o tempo do mesmo, tendo um final algo frouxo.



Avaliação - B-

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