Friday, March 23, 2007


Notes on Scandal - Diario de um escandalo.




Quando um filme consegue reunir duas nomeações de interpretação para os Oscares da Academia é um prenuncio muito positivo sobre o filme, pelo menos é o que a tradição nos ensina.

E o que é certo é que rapidamente este Diarios de um Escandalo se tornou um sucesso razoavel de bilheteira com um magnifico sucesso critico. A historia prometia polemica e talvez por isso alguma defesa das fracções mais academicas relativamente a este filme, que provavelmente tera impedido voos mais altos deste filme na season de premios, tendo em conta a unanimidade critica que se criou.

Desde logo quando assistimos ao filme a primeira sensação e de alguma estranheza, talvez pela falta de habito de ver Dench em papeis tão densos e electrizantes, mas rapidamente achamos que o filme promete sempre explodir mas fá-lo de uma forma extremamente suave. Dai que quando o filme acaba estamos a meio termo da satisfação, ja que se por um lado o filme é interessante com um enredo capaz de ligar personagens e emoçoes fortes, com coragem de abordar um tema polemico, por outro lado a naturalidade com que o faz, resulta em que o filme se torna mais fraco, menos pesado e assim menos aperciado e proximo do espectador.

O filme aborda o tema da diferença de idades nos casais bem como a solidão, tendo em alguns aspectos assuntos polemicos como a pedofilia, principalmente dentro de escolas, contudo de uma forma disfarçada.

No filme vamos ao encotro de duas personagens, uma idosa professora solitaria que apenas dialoga com o seu diario, e uma jovem professora de arte, casada com um homem mais velho e com dois filhos problematicos que encontra refugio nos braços de um aluno seu de 15 anos, aos poucos vai existir uma aproximaçao entre as duas que rapidamente num emaranhado de descobertas e confissões ultrapassa o terreno da obsessão.

O argumento do filme é forte e intenso contudo temos sempre a noção que poderia estar construido de uma forma mais inquietante do ponto de vista psiquico, principalmente se o confronto entre as personagens se tornasse mais directo e mais declarado, tambem a obsessão de Dench e utilizada e representada sempre com eufemismo, como algo justificativa. Contudo parece-nos que a trama e principalmente a riqueza das personagens sao notorias.

A realização de Eyre vai um pouco ao encontro do que assistimos em Iris, com planos tipicos das personagens, optando por planos curtos das feições das mesmas, mesmo assim observamos um corte na filmiografia do realizador, ao alterar o tipo de epoca para um enquadramento mais contemporaneo do filme, contudo neste particular continua sem arriscar em demasia como ja aconteceu com os seus anteriores filmes.

O cast é completamente dominado pelas personagens centrais, e se Blachet encontra-se algo intermitente no filme unindo momentos algo indiferentes com momentos de explosão interpretativa ao melhor nivel. Dench mesmo sem ter explosões consegue nos oferecer uma das interpretações mais densão coesas e fortes do ano, principalmente se tivermos em atenção a idade da actriz e os requesitos fisicos e mentais da personagem, comprovando que a actriz pode ser extremamente eficaz fora dos filmes de epoca em que é presença habitual. As duas actrizes vêm demonstrar o poderio no cinema actual, sendo que dench conseguiu 6 nomeaçoes para os oscares nos ultimos 8 anos, enquanto que Blachet coleciona a sua 4 em mesmo periodo, ou seja sao as senhoras do momento.

Enfim um filme bom, mas que poderia ser melhor.


O melhor - A interpretação total de Dench e Blanchet nos espaços em que domina


O pior - O tom suave com que o filme vai abordando as tematicas que se propoe.


Avaliação - B-

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