Monday, August 09, 2021

Pig

Nicholas Cage nos ultimos anos tem colecionado filmes de açao serie b que ja fizeram um genero proprio, tipico de actores com dificuldades financeiras que tem de lançar dezenas de filmes para conseguir as verbas que mantenham o seu nivel de vida. A questão e que entre o elevado numero de filmes surge de vez em quando um que nos surpeende e que parece reacender a luz do actor, esse filme é este introspetivo Pig, que nos da um Cage envelhecido, desaparecido, que conseguiu ser uma das excelentes surpresas criticas do ano com avaliações muito positivas e mesmo comercialmente tendo em conta que se trata de um declarado filme menos os resultados ate foram consistentes.
O filme e daqueles pequenos filmes sem grande artefactos que funciona na sua simplicidade e em todos os seus procedimentos. O Sucesso do filme começa na dureza e no lado selvagem do inicio percebendo-se de imediato que aquela clausura e limitação auto imposta tem a ver com soferimento interior. O filme depois caminha para uma intriga que o poderia levar para o caminho simples da vingança mas e ai que se torna mais introspetivo e intectualmente mais elaborado, juntando sequencias absolutamente crescentes que fazem o filme tambem ele crescer.
Nao e propriamente um filme cuja intriga seja surpreendente ou que prenda o espetador. Alias o ritmo baixo do filme so é alterado pela agressividade de algumas sequencias e pelo non sense de outras. A forma como o filme posteriormente se transforma num filme delicado sobre culinaria e sobre a emoçao e o verdadeiro twis organico do filme, que tem a capacidade de com uma narrativa linear surpreender nos detalhes e principalmente viver muito do estatuto e do impacto visual deste Cage.
Por tudo isto Pig e um daqueles filmes de qualidade independentes que consegue com pouco fazer muito, os seus processos simples acabam por ser o segredo de um estilo em crescendo, existindo sempre a ideia instaurada que o carisma de Cage acaba por impactar tudo mais um pouco principalmente porque se percebe desde logo que se trata de um filme estranhamente interessante.
A historia fala de um individuo selvagem que vive apenas na companhia de uma porca que a ajuda a apanhar trufas, que ve o seu animal de estimaçao e fiel companheiro ser raptado entrando numa cruzada para descobrir o paradeiro da mesma com a ajuda do individuo que lhe compra as trufas.
Em termos de argumento a narrativa simples, de poucas palavras esconde um filme sobre luto e perda introspetivo e profundo que parece-nos importante sublinhar. Nao e claramente um filme recheado de qualidade da especificidade mas torna-se um filme fulgurante no teor e na mensagem,

Na realizaçao Sarnoski tem aqui a sua estreia num filme independente que o realizador consegue na sua forma de filmar criar o impacto todo na personagem central o que torna o filme independente, duro mas funcional. Nao e facil arrancar com um filme tao bem avaliado e todos vamos estar muito atentos ao que vem depois.
No cast a carreira de Cage e uma montanha russa do sucesso ao total degredo, eis que numa altura em que tudo encaminhava para um deserto total surge uma das suas melhores interpretaçoes, que nos da aquilo onde Cage funcionou sempre melhor que foi na entrega fisica e no carisma. Num ano menos forte Cage podera entrar em corrida de premios, embora o filme tenha sido lançado muito cedo.

O melhor - O impacto da personagem central visual e na intensidade

O pior - E um filme de ritmo lento

Avaliação - B

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