Tuesday, February 04, 2020

I Lost My Body

Num ano em que a Disney apostou todas as suas baterias em sequelas dos seus filmes de sucesso e pouco em filmes originais, o maior destaque do ano no cenário de animação foi para o lado mais exprimental de alguns filmes mais concetuais distribuidos internacionalmente pela Netflix. Um desses filmes foi este pequeno filme de animação francês que conjugou boas criticas. Do ponto de vista comercial sempre foi dificil perceber o real valor dos filmes da aplicação, contudo percebe-se que não será o seu produto comercialmente mais apelativo.
Um dos pontos mais importantes de um filme de animação acaba por ser o seu estilo estético o que neste filme funciona bem, já que para além de ser detalhado, descritivo e rigoroso acaba por dar ao projeto o seu caracter adulto, rotulando-o de imediato como um filme vocacionado para este público alvo, que acaba por ter a boa conjugação com o acompanhamento musical bem trabalhado e que permite o impacto emocional que o filme acaba por ter.
Do ponto de vista da narrativa pese embora o impacto emocional do filme seja claro, e alguns dos dialogos bem trabalhados, fica a ideia que no final é demasiado melodrama numa história só o que o torna em momentos demasiado pesado. O facto de se tratar de um filme de animação acaba por aligeirar um ponto este peso, mas fica a ideia que também narrativamente o filme poderia encontrar bem esse equilibrio.
Ou seja, em síntese um filme de animação adulto, interessante, esteticamente bem concebido demonstrando que o mundo de animação é cada vez mais globando e sublinhando o bom trabalho da Netflix na distribuição de filmes de qualidade de diversos generos em circuitos que provavelmente não conseguiriam chegar. Isto resulta numa nomeação para oscar merecido num ano em que a animação teve longe de ter grande fulgor, principalmente nos conteudos das grandes industrias do genero.
A historia fala de um jovem orfão que sobrevive numa grande cidade sozinho, até ao momento de uma entrega de uma pizza em que se apaixona por uma cliente que apenas contacta pelo intercomunicador. O filme segue também viagem de uma mão que encontra o seu corpo.
O argumento do filme na forma como é bipartido é original e arrojado, e vai funcionando.- Fica a ideia que emocionalmente a toada e demasiado negativo o que o torna algo pesado, ficando também a ideia que o filme necessitaria de uma conclusão bastante mais assertiva.
Jeremy Clapin é um realizador de animação francês com alguns filmes que tem aqui o seu projeto com maior visibilidade. A realização e criação do filme é detalhada e sobria, com uma excelente utilização da componente musical. Um realizador a seguir.
No cast de vozes as versões multiplas acabam por dificultas esta analise, sendo que a versão original serve o proposito de um filme com poucos dialogos.

O melhor - A banda sonora

O pior - Ser demasiado melancolico

Avaliação - B-

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