Monday, October 01, 2018

Eight Grade

Com uma historia simples sobre a vida de uma adolescente, sem grandes figuras de primeira linha, sem grandes produtoras por trás, este pequeno e simples filme catapultou-se em Sundance devido à sua magnifica recepção principalmente junto do publico onde ganhou o premio do mesmo. Fruto quem sabe dessa brilhante recepçao o filme acabou por conseguir uma distribuição wide que lhe deu resultados consistentes que provavelmente ninguem consideraria ser possivel no momento em que o filme foi pensado.
Eight Grade não é um poço de novidade, criatividade ou um filme que nos va surpreender pelas artimanhas narrativas. Pelo contrario é um filme simples sobre a adolescencia vista do prisma de alguém que normalmente não tem filmes sobre si, e é nesta simplicidade de tornar as coisas vulgares como uma possibilidade de analise que o filme tem o seu maior trunfo, na forma como nos dá tudo ao natural do ponto de vista de alguém com problemas e sem bola de cristar.
No balanco deste conflito interno e principalmente na forma metodica com que o filme nos consegue dar a adolescencia temos a força do filme e a razão do seu sucesso critico. Eight Grade e um filme de impacto que acaba no final por aligeirar sem o tornar num produto comercial MTV. Ficamos a pensar em soluçoes que nao existe, num filme que despe os contos de fada juvenis para nos dar a vida real de muitas jovens.
Talvez por esta simplicidade o filme conseguiu tanto mediatismo e buzz positivo, mesmo sendo um filme pouco artistico, um filme descritivo, ou que seja um filme que a sua maior força foi despir de maquilhagem e autopsiar uma adolescente com dificuldades de interação. Fica a excelente caricatura real dos nossos adolscentes.
A historia fala de uma adolescente introvertida pouco popular nos ultimos dias do Middle School e a forma como a mesma gostaria que este rescaldo desta fase fosse diferente para si.
Em termos de argumento o filme vale por aquilo que significa e pelo realismo das personagens e das situaçoes, sem tornar o filme comicamente absurdo ou um drama de fazer cair lágrima, isso deve-se a um balanço narrativo muito ponderado que funciona bem no filme.
Na realizaçao Bo Burnham um jovem actor de 28 anos que teve aqui a sua estreia com o pe direito, nao que o filme seja um poço de forma em termos de realizaçao ou de conceito, mas o realismo dos detalhes faz com que muitas vezes o obvio possa ser a melhor soluçao. A perceber o que se segue num realizador tao jovem.
No cast a escolha de Elsie Fischer e brilhante de uma jovem que nao teve medo de dar o seu lado pior com quilos a mais e borbulhas para uma interpretaçao de impacto na forma como transmitiu as indecisões, a incapacidade de adaptaçao faz deste papel algo a estarmos atentos na proxima temporada dos premios, já que a jovem actriz e o caração e o impacto do filme.

O melhor - A simplicidade de uma historia comum e real, pensada como deve ser pensada.

O pior - A forma como no final o filme se torna mais ligeiro

Avaliação - B

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