Friday, February 28, 2025

The Last Showgirl

 Lançado em cima da meta temporal na temporada de prémios com o aliciante de tentar trazer novamente à tona Pamela Andersson numa roupagem diferente sem maquiagem, com o peso da idade mas sempre com o lado corporal que fez dela um dos maiores sex symbols de Hollywood. O filme estreou com boas criticas o que manteve principalmente a interpretaçao de Pamela sempre nas apostas para as nomeaçoes a qual viria a falhar no ultimo minuto. Comercialmente o filme lançou-se em Janeiro sem grande resultado que possa ter colocado em causa as expetativas de prémios do filme.

O filme é o tipico filme dos filhos de Coppola, ou seja intimista, poucas palavras destacado para as vivencias da personagem no lado do desaparecimento do sucesso. O paralelismo com o momento atual de Pamela Anderson e claro e o filme não consegue ser analisado nunca sem esse paralelismo. E um filme pequeno que nunca tenta ser grande que tenta dar o palco todo a Pamela, mesmo que isso esconda um pouco o lado emocional e pesado que o filme poderia ter na personagem.

O ritmo e demasiado baixo, o estilo de realizaçao e uma assinatura mas sinceramente é dificil perceber os reais beneficios que o filme obtem com isso, fica o lado final, quando conseguimos perceber o que foi colocado de lado pela personagem e o momento final de indefiniçao conseguimos fazer o claro paralelo com quem coloca a carreira acima de tudo, ficando descalço do lado normal da vida, e nisso o filme é realmente intenso, principalmente nos ultimos momentos.

Ou seja um filme que poderia e deveria ser melhor, um filme com uma boa base, e premissa que se esconde para dar alguns momentos a sua protagonista com necessidade de redençao. Fica na minha perceção que o filme poderia existir sem ser o comeback de Pamela Anderson ou se fosse mais do que isso, mas o objetivo concreto foi sempre este.

A historia fala de uma dançarina de cabaret adulto que ve o seu show chegar ao fim e nao consegue perceber o que vai fazer já que se foi despegando de tudo o resto, inclusive da vida familiar que tenta reconquistar.

O argumento do filme tem uma base interessante, forte e que o filme emocionalmente consegue fazer render. Fica a ideia que se esconde demasiado num filme pequeno, de ritmo baixo com demasiados momentos a solo da personagem e isso faz com que a intriga pudesse ter muitos mais elementos.

Gia Coppola, neta de Francis Ford Copolla, vinda de uma familia de realizadores de assinatura propria, tenta encontrar o seu registo depois de alguns filmes menos visiveis, tem aqui a sua primeira obra de referencia, e conquistou o primeiro louvor critico. Se calhar terá de apostar mais num registo menor artistico ou de assinatura propria para subir ainda mais alguns patamares.

No cast surpreende uma Pamela Anderson fora do registo, a aceitar a idade, embora me pareça que o papel foi supervalorizado por todo o historial, ou por todo o contexto. As dificuldades interpretativas continuam la e o filme utiliza mais para um esteriotipo de personagem. Nos secundarios o filme é sobre Pamela Anderson e apenas Jamie Lee Curtis consegue roubar algumas cenas, muito por culpa da sua homenagem em idosa a alguns momentos iconicos da sua carreia.


Um parentises para a musica de Miley Cirus que nao se consegue perceber como num ano tão diminuido nao conseguiu a nomeação.


O melhor - O tema da dedicação a solo ao emprego.

O pior - O filme coloca demasiada luz no comeback de Pamela Anderson colocando de lado outras qualidades


Avaliação - C+


Thursday, February 27, 2025

Hard Truths

 Mike Leigh é daqueles veteranos que sempre que lança um filme, mesmo com a premissa mais basica consegue sempre ter os holofotes da critica junto de si, mesmo que o publico se afaste um pouco do seu cinema simplista de personagem como aconteceu com este filme, muito valorizado pelos criticos mais tradicionais, mas quase desligado academicamente. Comercialmente Leigh nunca foi um cineasta de multidões e aqui voltou a não ser.

Este é um filme de desconforto nas vidas de uma familia em que entramos na casa dos mesmos e percebemos o motivo de tanta tristeza. Um filme que aborda com intensidade o desconforto de uma familia que ja nao o devia ser, e consegue transmitir isso nos momentos em que comunica com o publico, muito por culpa de uma intensa personagem que nos irrita, que nos faz questionar, sendo que Leigh e sempre melhor em caracterizar problemas do que em os explicar e aqui novamente nao o fez.

O filme e intenso, faz-nos pensar e sentir, mas fica sempre a ideia que o filme devia ser maior, fica a ideia que muito fica por responder e acabamos por ficar em suspenso de nada e ai Leigh parece ir pelo caminho mais facil de nao definir a sua historia e o que realmente a mesma significa. E otimo na criaçao de personagens de os transportar para os momentos que quer mas mais uma vez falta a definição que o filme deveria ter para o seu impacto ser claro.

Por tudo isto temos um pequeno filme de um realizador que parece o querer ser. De alguem que tenta cristalizar o estilo mais tradicional do cinema britanico, conjugando atores mais tipicos deste estilo, mas que ao mesmo tempo parece faltar o impacto de algo realmente diferenciador, de uma definição que preencha o espaço da comunicação entre o espetador e o realizador e isso faz com que os seus filmes nao sejam completos, pelo menos na otica de um cinema mais moderno.

A historia entra dentro de uma familia com um filho com problemas na forma como comunicam entrando nas dinamicas familiares que tornam a comunicação com os seus elementos impossivel por parte de todos que com eles interagem.

O argumento do filme tem a ideia de querer caracterizar um contexto familiar mais do que propriamente querer criar uma intriga e nesse plano e objetivo o filme cumpre. Nos dias de hoje torna-se e mais dificil de amar um filme que nada explica e que essencialmente define, e bem apenas as personagens.

Leigh e um realizador experiente de pequenos filmes ingleses e que continua a ser o seu registo onde reina sempre com os louros criticos. Aqui tem uma realizaçao simples de deixar as personagens fluir e nas suas inquietudes que ele filme pausadamente. E o seu estilo, não é o mais efusivo, mas foi que lhe criou a carreira

No cast Marienne Jean Baptiste regressa ao realizador que lhe deu o filme de maior impacto na sua carreira para uma personagem intensa, que ela cria com uma intensidade muito interessante. E claramente o ponto mais destacado do filme, mas fica sempre a sensação que as personagens e interpretaçoes de Leigh ficam reservadas apenas para os premios mais criticos, onde aqui talvez num ano mais fraco merecesse mais, porque e acima de tudo um filme de interpretação.


O melhor - A personagem central e a forma como a mesma e interpretada

O pior - O filme nada esclarece sobre a mesma


Avaliação - B-

Monday, February 24, 2025

Wolf Man


 Ao longo do tempo já foram realizadas diversas adaptações com diversas descrições sobre o Lobisomem, sendo que em Janeiro, sempre um mês prodigo para filmes de terror surgiu mais uma adaptação desta vez com dois atores mais proximos do cinema independente. Criticamente o filme, que tentou ter uma toada mais de terror teve resultados moderados. Comercialmente Janeiro nunca e propriamente um tipo de mes forte para grandes sucessos tendo os resultados ficado pela mediania.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme de terror com alum body horror mas que poderia ser muito mais funcional no impacto e no medo criado. Fica a ideia quem vê o filme que existem sequencias que trabalhariamos de forma diferente com mais impacto, ou seja, o filme cria essas circunstancias mas nem sempre tira o maximo proveito desses momentos.

Em termos esteticos tambem me parece que nos dias de hoje deveriamos ter muito mais, a transformaçao do personagem usufruiu mais do Body horror e do nojo do que propriamente naquilo que consegue tornar real na ligação entre homem e lobo. Foi neste particular que o filme obteve mais criticas e digamos que a maior parte delas justas porque a construçao e caracterização de Abbot merecia outro tipo de resultado final.

Ou seja mais uma roupagem desta vez de terror do classico Wolf Man, num filme mais silencioso, num estilo de filme que não quer procurar muito das personagens, conduzindo rapidamente o filme para o espaço da mutaçao e os perigos que dai surgem. O twist final e algo previsivel como o resultado final.

A historia segue um pai de familia que apos a declaração de obito do seu pai, depois de um desaparecimento longo acaba por regressar a cabana distante onde este viveu para deparar-se com uma realidade assustadora após ter sido atacado por um alegado lobo.

O argumento do filme parte da ideia central do livro mas torna mais vazia, e um filme mais fisico, musculado, não tanto pensado para personagens e para revelações. Apenas funciona mais no seu twist final, unico risco que o filme corre numa historia mairitariamente sem grande dialogo.

A realizaçao esta a cargo de Whannell o qual surprendeeu no seu Upgrade e que aqui acaba por ter uma construção que funciona no espaço fisico e desprediça na personagem e na sua mutação. Fica a ideia que o filme tem boas ideias de terror, mas que por motivos que nunca descobrimos acabam por nunca ser realmente cumpridas. Um realizador que ja me pareceu a caminho de maior sucesso.

No cast Abbot e intenso e funciona bem na caracterização de personagens que causam panico, e o filme usa isso, mesmo que torna a personagem algo vaga. Garner apenas da nome ao filme ja que a sua personagem e completamente inexistente ao longo de toda a duração do filme.


O melhor - O espaço do filme.


O pior - A caracterização


Avaliação - C-

Sunday, February 23, 2025

Ainda Estou Aqui.

 Desde a sua estreia nos principais festivais que poucos filmes conseguiram um entusiasmo tão grande quer do publico quer da critica, que conduziu a um trajeto sempre a subir que acabou por resultar em otimos resultados criticos e comerciais, e acima de tudo ter conseguido estar na discussão principal dos premios. COmercialmente o filme estreou apenas em Janeiro em grande dimensáo, ja impulsionado, e muito pelo fervor critico conduzindo a otimos resultados comerciais ao longo de todo o mundo, ainda que com dificuldade no mercado americano.

Sobre o filme podemos dizer que a primeira coisa que nos chama a atenção e a fotografia e a capacidade de transportar por completo o espetador para o Rio de Janeiro dos anos 70 e as suas dictomias. O filme tem no lado familiar o seu trunfo, a forma como nos permite entrar e criar empatia com toda aquela familia que nos vai conduzir ainda mais para a escalada de sofrimento que se segue, e para o impacto emocional que o filme quer ter.

O que podera ser o calcanhar de aquiles mais significativo do filme acaba por ser num primeiro momento esconder um pouco em que consistia a ditadura militar brasileira, para alem do nome, o que faz com o espetador fique algo perdido na sucessão de acontecimentos que se seguem, pesados, mas que é o aspeto mais vago do filme, o qual regressa a toda a intensidade familiar e continua com um impacto total nas personagens ou mais que isso consegue levar à base da resistencia das pessoas e das familias.

E claramente um dos filmes mais impactantes do ano, um filme que conjuga boas interpretaçoes, uma capacidade unica de realizar e potenciar emoçoes ao maximo. Ninguem fica indiferente a familia e a sua forma de ser, sentindo que tudo como se fosse nosso. Nao e uma obra unica mas e um grande filme, um dos melhores do ano sem duvida.

A historia segue a familia Paiva, a sua ligação, ate ao momento em que são capturados pela ditadura miliar e o patriarca nunca mais regressa conduzindo a uma necessária readequação da familia e do seu estilo de vida, quando se procura respostas para tal desaparecimento.

O argumento do filme e incrivel emocionalmente na caracterização da familia e dos seus pontos. Em termos politicos e menos trabalhado, mas parece uma opção se forma ainda sublinhar mais o lado empatico da familia e dos seus laços. Um dos argumentos mais bem preparados do ano.

Salles depois de muitos anos desaparecido surge novamente com uma obra que ficara registado na sua filmiografia como a sua obra de referência. Um trabalho incrivel de quem conhece bem todo o contexto que quer transmitir com uma mestria que merecia outro tipo de destaque nos dias de hoje. Se bem que os falhanços que foi tendo no cinema americano faz pensar que ele esta melhor no cinema de origem.

Anos depois de num trabalho Salles ter permitido Montenegro ser nomeada para o oscar, agora potencia o filme, para a sua filha Torres conseguir o mesmo, numa personagem particular. Fica sempre a sensação que muito fica por dizer deliberadamente. E uma excelente personagem embora pudesse ter ainda mais espaço. Sinto o filme melhor quando Mello da o ponto mais simples e mais sensivel


O melhor - O lado familiar

O pior - A caracterizaçao politica inicial


Avaliação - B+

Unstoppable

 Pensado inicialmente como podendo integrar ainda em 2024 a eventual disputa pelos premios apos os primeiros testes de imagem ficou a sensação que o filme nunca seria um real candidato aos premios razao pela qual a Amazon atrasou a estreia em Streaming para Janeiro um mês onde normalmente o circuito esta mais calmo e as razoaveis avaliaçoes poderiam funcionar. Comercialmente no entanto as coisas nao foram brilhantes e o filme rapidamente desapareceu das sugestões.

O filme e o tipico drama desportivo com todos os ingredientes tipicos de um filme razoavel, emocional, mas pensado mais para a emoçao do que propriamente para o feito. Temos tudo, a dificuldade, a desconfiança, a derrota, a vitoria final a historia de vida e mais que isso o contexto social com todas as adversidades pensadas. Para ser mais o filme teria de ser menos esteriotipado ja que fica a ideia que ja vimos tudo isto e que so muda o desporto.

O filme transmite o feito sem duvida, numa colaboração total com o seu protagonista que acaba por fazer os dificeis momentos de duplo de corpo, caso contrario o trabalho do protagonista era assinalavel. No restante o filme e um conjunto de cliches quer na relação aluno professor, mas acima de tudo na familiar, o filme a determinada altura abandona este ponto para seguir uma especie de luta a dois que surge de uma forma algo isolada.

Por tudo isto mais um drama desportivo, igual a todos os outros, fica a ideia que os filmes surgem demasiado cedo na vida dos protagonistas e isso pode conduzir a que o feito ainda nao tenha o impacto esperado. Claro que e o filme com uma mensagem de esperança, simples, sem grandes atributos diferenciados para alem da historia em si.

A historia fala de Anthony Robles um lutador norte americano de sucesso que cresceu numa familia destruturada, mas mais que isso conseguiu a dificuldade de lutar apenas com uma perna criando uma capacidade de superação incrivel ainda aos dias de hoje.

O argumento e simples, emoçao, facil e tudo trabalhado para tornar os feitos maiores. Conhecemos pouco a personagem para alem da sua revolta. Os familiares e professores sao cliches, ficando a sensação que e um filme de estudio e pouco mais.

Na realizaçao o projeto tras Goldenberg um conceituado editor que tem aqui a estreia como realizador longe da qualidade que foi efetuando nos filmes em que teve outras tarefas. O filme parece uma tarefa de estudio mais do que uma abordagem de autor. Esperemos novos filmes ou pelo menos novas ediçoes.

No cast a escolha de Jerome, parece que fica um pouco presa a algumas expressões faciais demasiadas vezes repetidas no contexto de filme. Lopez e um cliche na sua personagem e Cheedle tenta ser o tipico motivados, mas tirando a personagem central todas as personagens sao pensadas em cliches tipicos


O melhor - O feito de Robles e as sequencias de movimento

O pior  - A sensação que o filme em muitos elementos segue sempre o caminho mais facil.


Avaliação - C+

Friday, February 21, 2025

Den of Thieves 2: Pantera

 Seis anos depois de uma luta do gato e do rato entre um grupo de ladrões e policiais eis que surge a sua sequela, agora passada em plena europa e tendo em conta o twist final do primeiro filme, repetindo as mesmas personagens. Um filme que abriu o ano com uma mediania critica que acaba por ser positiva tendo em conta o tipo de filme e um registo comercial razoavel tendo em conta ter preenchido a primeira semana de Janeiro.

O primeiro filme surpreendeu pelo seu twist final, mais do que propriamente por uma historia brilhante ou por algo muito diferenciado no tipico filme de golpes, o que ficou mais na retina com o twist surpreendente final que deixou o espetador mais surpreendido e este segundo filme aproveita isso para fazer algo parecido, so que desta vez na europa, aproveitando alguns dos registos de series mais comuns 

O filme parece algo longo em demasia, as cenas principalmente o golpe central acaba por ser exageradamente demorada e o filme quase desaproveita os secundarios que vao aparecendo. Fica a sensação que o filme funciona essencialmente no twist e na relaçao entre os protagonistas mas isso e algo reduzido tendo em conta as mais de duas horas de duração.

Um mediano filme de açao que aproveita as locations na europa para ser maior, que entra no registo da ligaçao das personagens mais do que o seu golpe. E um filme que acaba por nao ser um blockbuster, nao ter um ritmo totalmente completo, mas ao mesmo tempo fica a ideia que dos classicos de janeiro este tem alguns dos apontamentos que ja o tornaram numa referencia nessa epoca.

A historia segue as duas personagens do primeiro filme, depois do final surpreendente e do check surpreendente eles encontram-se na europa, supostamente do mesmo lado para combinar um terrivel golpe a diamantes em França que acaba por criar uma ligaçao entre os protagonistas.

Ficou a sensação que como o primeiro filme funcionou essencialmente no seu twist este filme acabou por ter essa necessidade trabalhando para ele. Os secundarios sao desprezados e o filme e mais centrado nos dois protagonistas o que pode ser redutos num filme com mais de duas horas.

Na realizaçao Gudegast repete a direção nos filmes unicos que fez ate ao momento. A escolha pela europa da ao filme uma roupagem diferente, mas o filme nao e um filme de primeira linha sendo sempre mais competente que brilhante. Vamos perceber melhor quem e o realizador quando virmos outro produto.

Nem Butler nem Jackson são propriamente atores de primeira linha, e aqui o filme vai de encontro ao seu registo mais comum. Uma serie de atores europeus tentando o seu espaço mas fica a clara ideia que os mesmos sao desaproveitados em secundarios pouco trabalhados.


O melhor - Os twist ja conhecido

O pior - Demasiado longo


Avaliação - C

Wednesday, February 19, 2025

Better Man

 Anunciado como um musical irreverente e surpreendente este biopic do ainda vivo e na flor da idade Robbie Williams surpreendeu pelo lado imediato, mas acima de tudo, no momento em que se percebeu o seu estilo pela sua irreverência. Um dos ultimos filmes saido na temporada de premios, conseguiu capitalizar boas criticas, embora comercialmente tenha sido um floop principalmente porque Robbie Williams ja nao e a loucura de outros tempos e ainda estara bem vivo para uma homenagem desta natureza.

Sobre o filme, temos assistido a diversos biopic com uma estrutura repetitiva que apenas alteram o procedimento artisitico com mais ou menos qualidade. Aqui temos um lado disruptivo que funciona desde logo pela originalidade da aborgem, com um macaco a ser o protagonista, mas tambem pelo lado critico do filme na propria personagem, claro que a redençao facil, nao fosse o autor o produtor do filme.

O filme e original, os momentos musicais bem conseguidos encaixando a cada momento cada uma das musicas, mas mais que isso o filme tem a capacidade de ser energetico. Saimos do filme com a noçao da singularidade e rebeldia do protagonista, mas tambem com a noçao que o tempo marcara o reportorio do interprete com muitas musicas bem conhecidas.

Claro que a marca do tempo ainda parece demasiado recente para perceber o impacto. Fica claro que mais do que a competencia artistica enquanto filme ainda se vai falar mais da rebeldia do que uma forma diferente e funcional de fazer biopic. E um filme com qualidade, embora com os principios rigidos do biopic, e com alguma simplicidade na criaçao emocional que quer ter.

A historia fala-nos da vida ate ao sucesso com todos os problemas de Robbie Williams, desde as dinamicas familiares, ao crescimento da carreira, a rebeldia e as drogas até ao momento em que tudo fica menor claro, ja que ai a personagem assume-se como menos interessante e o filme termina so com a expetativa.

O argumento do filme tem uma abordagem na primeira pessoa com a auto critica e rebeldia que conhecemos ao autor. E original na forma como comunica, mesmo pela musica e isso faz o filme competente e original, embora emocionalmente procure o que todos os biopics de nova geraçao tentem fazer.

Na realizaçao o projeto foi assinado por Michael Garcey que tem um novo projeto depois de ter tido nas mãos o projeto maior de Greatest Showman. Aqui temos originalidade, temos muita qualidade tecnica e de efeitos especiais que conduziu o filme a sua unica nomeaçao para os premios, mas mais que tudo tem ritmo. Um bom musical de um realizador que está a conseguir impor-se no estilo.

No cast o filme tem Robbie a cantar e em algumas expressoes e um ator desconhecido para fazer o CGI. Nao e um filme de personagens mas mais de musica, dai que fique a ideia que os seus interpretes nao tem muito espaço


O melhor - A originalidade de uma abordagem rebelde.

O pior - A estrutura tem o mesmo objetivo de outros biopic


Avaliação - B-

Monday, February 17, 2025

Wicked

 Depois de muitos anos na antecamara um dos musicais de maior sucesso da Broadway acabou por ter o seu Liveaction numa mega produçao de Hollywood com toda a cor, efeitos visuais e mais que isso com duas cantoras como protagonistas. Lançado em plena epoca festiva de final de ano, as boas criticas acabaram por conduzir a que o filme tornasse num forte candidato a temporada de premios ainda para mais motivado com um percurso comercial impressionante, sendo um dos eventos cinematograficos do ano.

Sobre o filme posso desde logo colocar o sublinhado naquilo que penso que é mais debil no filme, e mais que isso no proprio musical, que acaba por ser a qualidade ou o lado mais iconico das musicas, nao sao em termos sonoros de primeiro nivel mesmo que visualmente  e mesmo nas coreografias permitam esse impacto visual, musicalmente existem musicais da Broadway muito melhor trabalhador e esta primeira do filme tem esse lado mais monotono.

Do ponto de vista positivo o espetaculo produtivo e a riqueza visual do filme, o mesmo impressiona ao longo de mais de duas horas e meia, com o cuidado, as especificaçoes, o detalhe, a cor, o riqueza coreografica que surge tambem no maneirismo das personagens. Leva os musicais para uma vertente de um  impressionismo visual como não vimos faz tempo, e isso é a riqueza maior de um filme que sabe realmente o seu real impacto.

No argumento a historia e conhecida, nao e propriamente uma historia rica e deslumbrante mas entra dentro da fantasia, do esteriotipo, do que conhecemos ou fomos conhecendo de feiticeiro de Oz e isso acaba por tornar o filme famaliar para ser visto em conjunto, mesmo nao sendo um filme de twist ou impressionante nos dialogos, e um filme grande vistoso, mais que surpreendente.

A historia segue a escola de feitiçaria de Emerald City e concretamente a relaçao de amizade que se vai criando entre Galinda e Elphaba, pessoas diferentes com vidas sociais diferentes e com poderes diferentes, e neste primeiro ato o primeiro contacto da mesma com o feiticeiro e os seus objetivos.

O argumento do filme divide a primeira parte do musical, trabalhando mais os aspetos musiciais e alguns relacionais quando comparado com o musical. Nota-se o cuidado de comunicar pela musica numa historia conhecida, onde o lado do argumento acaba por ser o menos potenciado.

Na realizaçao a escolha de Jon. M. Chu foi surpreendente principalmente porque apos um inicio interessante o realizador tinha estado deslocado, embora ja em Heights tinha exibido ritmo para o musical, mas a riqueza visual neste projeto e incrivel na forma como agrupou o que de melhor existe em termos tecnicos em Hollywood. Merecia mais gloria do que teve, mas o sucesso comercial e critico do filme colocou-o num nivel agora sublinhado.

No que diz respeito ao cast parece que as escolhas foram feitas mais pela riqueza musical e vocal que o filme poderia potenciar do que propriamente pelo lado interpretativo. Erivo tem esse lado muito definido das suas caracteristicas fisicas que o filme aproveita para o lado mais visual da personagem, mas e Grande que consegue encaixar melhor em todos os momentos da sua personagem e na sua caricatura o que nao deixa de surpreender para alguem ainda quase inexistente em termos de atriz.


O melhor - O lado visual incrivel do filme

O pior - Fica a ideia que nao e o musical mais melodico


Avaliação - B

Saturday, February 15, 2025

Nickel Boys

 Quando começaram a surgir as listas dos criticos de todos os EUA existiu um pequeno filme que poucos tinham visto chegar que chegou a figurar nas listas de tal forma que acabou por obter a nomeação para melhor filme depois de um vigor critico forte para um filme com um tema racial. Do ponto de vista comercial a falta de atores de primeira linha e uma abordagem talvez demasiado diferente pode condicionar o resultado final do filme, que pode ter colocado o filme num patamar algo curto para um filme nomeado para a categoria maxima dos Oscars.

O primeiro ponto, e aquele que ressalta mais a vista acaba por ser o estilo de realização, o mesmo é original, dificil numa abordagem na primeira pessoa do que e esta dentro da pele do protagonista. O filme funciona no lado da humilhaçáo na representação da personagem e do povo que esta representa. O filme torna-se mais confuso quando deambula de olhos para olhos e tudo apenas faz mais sentido no twist final que nos demonstra.

O que falha no filme e a montagem temporal, confusa, com saltos demasiado largos que nos faz ter alguma dificuldade em acompanhar aquilo que as personagens vivenciam. Este puzzle na primeira pessoa torna por vezes o filme dificil de ligar-se a si proprio. Nao obstante desta dificuldade no final a historia acaba por premiar esses santos sendo a cola de tudo, e tornando o filme verdadeiramente impactante.

Um filme original numa abordagem diferenciado, numa realizaçao que salta a vista. O processo principalmente nos ritmos e na comunicação constante com o espetador nao e a mais facil. Fica a ideia no final que a ideia e boa no resultado final, impactante mas que existia alguns momentos em que o filme deveria ter mais impacto ao longo da sua duração. Mas o resultado e impactante e original, num dos bons filmes do ano, mesmo em temas que ja vimos.

A historia segue dois jovens que por motivos diferentes entram num reformatorio com taticas no minino discutiveis, que escondem um grande segredo enquanto a sociedade debate a igualdade de direitos raciais.

O argumento do filme baseado num livro muito premiado tem premissas politicas relevantes, intenso, embora narrativamente o filme nao tenha propriamente um fluxo elevado na sua duração, de todos os pontos do filme e o mais desiquilibrado.

Um dos elementos mais surpreendentes e premeados foi o trabalho de RaMell Ross, a originalidade da abordagem, a capacidade artistica do filme, a forma como no final o estilo se encaixa no seu twist esta ao alcance de um iluminado que deixou agua na boca para o que vem a seguir

No cast a forma de filmar do filme pode tirar alguma capacidade aos interpretes principais e deixam principalmente o impacto para a personagem de Ellis Taylos a atriz mais conceituada e aquela que leva o filme para um impacto emocional mais elevado que merecia talvez mais destaque.


O melhor - A realizaçao

O pior - FIca a ideia que o processo e mais custoso que o resultado


Avaliação - B

Thursday, February 13, 2025

The Fire Inside

 Lançado no final do ano com algumas prespetivas de Oscar este biopic de uma atleta ainda com 29 anos e no ativo pode ser considerado algo percipitado mas e certo que foi um dos lançamentos do final do ano. Sem grandes figuras comerciais o filme mesmo sendo de uma das figuras iconicas atuais do desporto americano acabou por estar longe do sucesso comercial, mesmo que criticamente o filme tenha obtido criticas acima do normal em biopic desportivos.

Sobre o filme podemos analisar diversos pontos e com resultados que podemos considerar algo diferentes. O primeiro ponto é a o estado social, aqui o filme cai em alguns cliches ficando a ideia que personagens aparecem e desaparecem apenas para potenciar mais o filme dramatico e no sentido de contextualizar ainda melhor o merito canalizado da figura. Nao existe grandes duvidas do seu realismo ja que se trata de um filme que teve a propria personagem como consultora.

Do ponto de vista desportivo o filme funciona principalmente porque é detalhado nos ganhos, nos avanços e recuos e os motivos dos mesmos nos primeiros anos de carreira de atleta. Tambem a relação com diversos pontos de vista com o seu treinador e bem trabalhada embora sempre mais do ponto de vista emocional do que do ponto de vista tecnico.

Por fim o filme tem o lado politico da igualdade salarial no desporto, em que debruça-se essencialmente na personagem central e nas suas caracteristicas. E um elemento de maior impacto e talvez a razão pelo qual o filme saiu tão cedo tendo em conta tratar-se de uma atleta ainda no ativo, mas esse folhetim politico teve aqui o seu espaço.

A historia segue Claressa Shields a primeira bi campea olimpica em Box americana, desde os seus primeiros passos até À gloria num contexto social e de género adverso, com lutas pessoais e politicas no caminho para a sua gloria.

O filme nao e propriamente muito trabalhado do ponto de vista da rentabilização do argumento. Os feitos sao notaveis e o filme sabe potenciar isso. no contexto o filme cai em alguns cliches, algumas vezes de uma forma demasiado declarada, mas fica a clara ideia que existem filmes que a historia fala por eles.

Na realização a batuta foi entregue a Rachel Morrison embora com argumento de Barry Jenkins, um apadrinhar de uma realizadora ate então associada a televisao onde se denota ainda algum amadorismo em tornar o filme maior. Falta risco e alguma criatividade visual, embora os momentos de boxe sejam trabalhados.

O cast funciona desde logo porque a quase desconhecida Ryan Destiny transmite bem a rebeldia da personagem, para alem das parecenças fisicas. Ao seu lado Tyree Henry é dos melhores atores a transmitir segurança e emoçao, e o filme aproveita bem os atributos de um ator em forma e que merece apostas maiores.


O melhor - O feito da T Rex

O pior - O filme nao arrisca muito na criatividade da abordagem


Avaliação - B-

Back in Action

 Neste inicio de ano em que a Netflix anunciou que ia estar menos ativa primando mais qualidade do que quantidade eis que surgiu esta comedia de ação, com um elenco de primeiro nivel que marcava o regresso de Jamie Foxx depois do problema de saude e Cameron Dias depois de diversos anos arredada dos ecras. O filme estranhamento estreado em Janeiro, acabou por ter o reconhecimento comercial esperado, embora criticamente tenha ficado por uma mediania que rapidamente o tornara esquecivel.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma produçao elevada que passa por diversos locais, seguindo as pisadas da maior parte dos filmes de espiões e terroristas. A questão e que o filme nunca quer propriamente um filme de açao, mas mais uma comedia familiar, sendo quase um spi kids que se leva ligeiramente mais a serio, sem ser em momento algum uma primeira linha de originalidade.

O filme parece funcionar sempre melhor comicamente do que na ação, embora fique a ideia que investe mais no segundo plano, com sequencias que tentar ser o MI dos pobres, mas ai tudo parece demasiado forçado exagerado e pouco ou nada vermosivel. Em termos comicos alguns dramas familiares no confronto de gerações funciona contudo isto acaba por nunca resgatar o filme para um nivel elevado de qualidade.

Por tudo isto temos um filme de satisfação rapida no que diz respeito a sua forma de comunicar. Existe a plena noção de que ja vimos este filme diversas vezes, mas mais que isso que conseguimos pensar que o filme tenta ser o inicio de um franchising que acaba por nao ser suficientemente original para começar uma nova abordagem. Uma comedia de produtora grande que acaba por preencher um espaço proprio sem nunca conseguir se diferenciar.

A historia segue um casal de espiões que acaba por se retirar para constituir familia ate ao momento que depois de um conflito familiar sao descobertos e acabam por reviver o seu passado de ação, que os leva a ter de volta, como o titulo indica à açao.

O argumento é pouco original, ja vimos esta historia varias vezes, os twist sao denunciados, o humor e moderadamente funcional, mas fica a ideia que este mix entre Spy Kids e Missao Impossivel nao e propriamente o conjunto que encaixa melhor um no outro.

Na realizaçao do projeto temos Seth Gordon um realizador com algum conceito no cinema de grande produtora, principalmente em series de sucesso e algumas comedias que tiveram impacto comercial. Nao e propriamente um filme muito trabalhado do ponto de vista estetico, acabando por ser essencialmente uma comedia de estudio como alias tem sido a sua carreira.

No cast se Foxx tem habituado o cinema com a presença em filmes comerciais em papeis pouco relevantes esperava-se mais do regresso de Diaz, ja que nos parece algo desligada numa personagem que também nao ajuda. Nos secundarios surpreende a escolha de Scott depois de alguns sucessos criticos numa personagem completamente inexistente


O melhor - O entertenimento simples

O pior - Nao e um filme original por si so.


Avaliação - C

Tuesday, February 11, 2025

September 5

 Para os mais atentos à temporada de prémios existiu um filme que por vezes apareceu nas listas mas que a maior parte das pessoas quase não ouviu falar que foi, nada mais nada menos do que este drama sobre o acompanhamento do massacre de 5 de Setembro de 1972 efetuado pela ABC e que se tornou num icon da reportagem televisiva norte americana. Desde a sua primeira exibição as criticas positivas colocaram o filme na antecamara dos premios, mas os parcos resultados comerciais acabaram por furar qualquer expetativa conseguindo apenas a nomeaçao para melhor argumento original.

Sobre o filme podemos dizer que tentar criar com realismo e com factualidade a forma como se tudo passou num acontecimento unico é dificil, mas o filme acaba por o fazer bem, embora sem grande input ou surpresa. E sempre um filme mais competente do que brilhante, num ritmo meio alto, e onde apenas o twist final acaba por dar ao filme aquela acelaração que qualquer filme tem de ter para se fazer notar.

Temos uma historia de personagens, sobre ir a procura da descoberta do que esta a acontecer. O filme funciona melhor na questão da produçao dos detalhes do que era fazer televisao ao vivo naquele tempo, das dificuldades do que propriamente no guião ou na criaçao das personagens. Fica sempre a ideia que a maioria das pessoas que a vimos nao as conhecemos e como tal temos dificuldade em perceber como reagem. Mesmo assim na forma como se vai desenvolvimento os acontecimentos o filme tem o seu merito.

Um pouco na onde do que Reitman fez com Saturday Night temos um filme sobre um evento televisivo e mais que isso sobre como tudo se foi desenrolando. Estes filmes ao serem curtos deixa pouco espaço para os seus interpretes e neste caso fica a ideia que deviamos ter conhecido um pouco melhor os decisores. mas fica o registo de um acontecimento unico e marcante na historia da humanidade, mas mais que tudo na forma como a televisão se desenvolveu a partir dai, para o que é hoje.

A historia segue um conjunto de jornalistas desportivos destacados para acompanhar as olimpiadas de Munique em 1972 que acabam por iniciar o acomapanhamento da tomada de refens dos atletas israelistas que vai desencadear o massacre de 5 de Setembro, e a forma como fizeram chegar o acompanhamento dessa tragedia ao mundo.

O argumento do filme é eficaz principalmente no promenor das dificuldades, nota-se trabalho de casa, de pesquisa e isso acaba por permitir que o acompanhamento de um acontecimento como este nos de uma boa intriga. Fica a ideia que em termos de personagens existia espaço para algo mais.

Na realizaçao do projeto temos Tim Fehlbaum um jovem realizador suiço que tem aqui a sua primeira imagem de marca num filme rigoroso no compromisso com o tempo, que tem na abordagem um dos seus maiores apontamentos. E um bom cartão de visita, veremos o que se segue.

No cast o filme nao e propriamente muito trabalhado nas personagens, acabando por ser Magaro quem sai com mais dimensão do filme. E o mais intenso o que tem em si mais despesas do filme, mas fica a ideia que a sua personagem com outro guião poderia ter crescido algo mais. Os secundarios cumprem sem serem nunca um sublinhado do filme.


O melhor - Os promenores do tempo do jornalismo

O pior - Fica a ideia que o filme poderia ser maior


Avaliação - B-

Sunday, February 09, 2025

A Real Pain

 Lançado no ultimo festival de Sundance rapidamente se percebeu que este seria o filme que iria aguentar até a temporada de premios, o que sucedeu, pese embora as excelentes criticas o filme acabou por ganhar um Hype na temporada de premios que vai conduzir a que o filme consiga pelo menos ganhar o oscar de melhor ator secundario. Comercialmente estamos perante um filme pequeno mas que comercialmente conseguiu os seus pressupostos estando presente nesta temporada de premios, contudo o resultado final em termos das principais nomeaçoes ficaram um pouco aquem.

No que diz respeito ao filme temos a tipica Road Trip por uma polonia reconstruida pos holocausto, e é neste segmento que o filme é mais sedutor, ao entrar dentro de uma tour com todos os seus ingredientes, na forma como as personagens interagem na forma como os conflitos vao surgindo e acima de tudo no detalhe da viagem o filme é curioso e o pressuposto ideal para a historia de base que o filme quer dar.

Tambem nesta o filme funciona na forma como diferencia o extrovertido, centro das atençoes sem rumo contrapondo com o introvertido, focado mas com a vida estabilizada. Mais que o holocausto o filme e sobre vivencias no mundo e nesse particular funciona, com um final dramatico pesado que assume bem a mensagem que o mesmo quer ter.

Onde o filme funciona menor acaba por ser em ser uma comedia disfarçada, fica a ideia que o filme muitas vezes quer puxar a gargalhada sem nunca o conseguir fazer. Claro que o estilo Culkin, com muito da sua assinatura e daqueles que preenche o filme e acaba por lhe dar um aspeto ligeiro que fica a ideia que o filme balança em boas condições para aquilo que quer transmitir. Fica a ideia que poderia ser mais efetivo, sendo sem duvida um excelente filme.

A historia segue dois primos bem diferentes, com uma infancia proxima que se juntam numa tour pela Polonia de forma a conhecerem a casa que era da avó que os criou. Aqui surgem os conflitos e as diferenças entre eles e um conhecimento da historia familiar.

No que diz respeito ao argumento fica a ideia que os dialogos sao bem trabalhados, mas falta mais dialogos sobre as personagens, ficando a ideia que o filme fica nos paralelismos. Bons dialogos mas mais que tudo uma boa ideia do que o filme quer transmitir e ser.

Na realizaçao notou-se a particularidade de Eisenberg querer ir buscar os pontos particulares e as diferenças pos holocausto. A sequencia do campo de concentração e dura e o filme sabe perfeitamente ser um guia com as personagens e isso é o maior segredo de um filme que se assume sempre como pequeno.

No que diz respeito ao casté um festival Culkin, reconhecendo que muito do ator, e dos seus personagens anteriores esta muito presente, nao se consegue ficar indiferente a sua toada e a forma como marca os ritmos. Um ator com um estilo proprio que poderá ter dificuldade em descalçar alguns pontos, mas quando encaixa no estilo que o filme quer este ganha em toda a dimensão. Eisenberg e ele proprio, com alguns, poucos, momentos de explosao da personagem


O melhor - A definiçao central das duas personagens

O pior - Poderia ser maior e dar mais do background das personagens


Avaliação - B+

Saturday, February 08, 2025

Babygirl

 Lançado em Veneza como o filme mais quente do ano, desde logo ficou prefilado para os Oscars depois de Nicole Kidman ter ganho o premio de melhor atriz no festival de Veneza. Mas logo ai se percebeu que a boa receção critica talvez nao fosse acompanhada pela reação do publico que nao foi propriamente muito proximo deste filme sobre fantasias sexuais. Em termos de bilheteira o filme saiu no final do ano, numa especie de filme quente de natal mas o resultado nos EUA foi rudimentar mas no resto do mundo a curiosidade permitiu ao filme resultados bastante consistentes.

O filme é sobre dinamicas sexuais e de poder laboral, a historia tem bastante atualidade e acaba por ser curioso a forma como o filme altera o padrão alegadamente convencional no que diz respeito aos generos dos envolvidos. Ate aqui o filme funciona, o problema são as personagens principalmente as masculinas, vagas, pouco trabalhadas, o que acaba por fazer a intensidade narrativa ter dificuldade em crescer, e quando assim é fica a sensação de um filme em lume brando que nao arranca.

Outro dos pontos onde parece que o filme estava demasiado dependente era na sensualidade da atração e também aqui penso ja termos visto bem melhor. A quimica entre os casais nao e propriamente muito interessante ficando a ideia que tambem o contexto familiar da protagonista fica demasiado pela rama. COmpreendo que o filme queira alinhar-se no lado central da sexualidade mas tambem fica a ideia que isso nao ficaria comprometido com mais trabalho nas linhas narrativas secundarias.

O filme funciona na mensagem, no tema que quer abordar e como o faz crescer. Fica a sensação que por vezes e algo preguiçoso na forma como constroi as suas proprias cenas e isso acaba por saber a pouco. E um filme razoavel sem nunca conseguir ser brilhante. Cai em alguns cliches e num filme de temporada de premios isso pode ser pouco.

A historia segue uma alta executiva com uma vida sexual reprimida que inicia uma relação sexual e de dominio com um jovem estagiario que em plena meia idade poe em causa a sua familia, o seu trabalho e a sua propria forma de se ver.

O argumento do filme acaba por ter alguns elementos que são atuais e que sempre foram trabalhados de uma forma algo simplista. O filme tenta mais, mas as personagens principalmente as masculinas acabam por ser tapadas pela forma demasiado intensa que o filme se debruça sobre a personagem feminina. O filme tem o seu maior valor nas interações finais.

Na realizaçao temos Halina Reijn uma quase desconhecida que se deu a conhecer neste filme. Nota-se uma realização feminina no enfoque, e na forma como o filme observa tudo desse ponto de vista. Falta algum risco visual, porque parece sempre um telefilme de natal. Veremos o que vem a seguir, ou sera um one hit wonder.

No cast temos uma Kidman disponivel, intensa, algo que tem sido comum nesta fase da carreira da atriz. NAo e propriamente a sua melhor construção mas e a que beneficia mais do filme ser construido em torno de si. Banderas poderia ser mais convincente nos momentos em que é chamado a ser intenso, e Dickinson e um dos atores em ascenção em Hollywood, da o lado perdido de uma juventude em crescimento, mas pouco mais, demasiado recheado de tiques.


O melhor - Os ultimos cinco minutos

O pior - Os personagens masculinos.


Avaliação - C+

Friday, February 07, 2025

Nosferatu

 Anunciado com toda a poupa e circunstânncia, eis que surgiu a visão de Robert Eggers de um dos mais carismaticos vampiros da historia do cinema, num elenco recheado de atores visiveis de uma nova geração, o filme estreou no final do ano e tornou-se quase de forma instantanea um fenomeno comercial e tambem critico que conduziu a algumas nomeaçoes para premios, a maioria das quais em categorias tecnicas mas que fizeram do filme um claro sucesso.

Sobre o filme podemos dizer que em termos de historia, a mesma e conhecida e nesse particular pouco poderia ser alterado por Eggers. Dai que o pese que o mesmo tinha sobre si, estava essencialmente na sua capacidade estetica de dar ao filme uma roupagem significativa que o diferenciasse e nisso Eggers embora nem sempre num trabalho totalmente coeso conseguiu ja que funciona bem com as sombras e com o horror.

Um dos pontos que acho que o filme funciona menos é em alguma hiperatividade dos personagens que ficam sempre muito mais presos as expressões faciais e aos exageros do que propriamente a dimensão da personagem. Fica a sensação que um cast tão mediato o resultado na maioria das personagens deveria ser melhor, porque fica a ideia que o filme para alem da riqueza tecnica perde algum do conteudo quando comparado com outros filmes com a mesma tematica.

Por tudo isto podemos dizer que Nosferatu funciona tecnicamente, funciona no aspecto onde Eggers e sempre mais eficaz na sua construçao visual, onde efetivamente se percebe que cada cena e pensada ao detalhe total para impressionar e tem essa capacidade. Quem tem a expetativa de conhecer um pouco mais Nosferatu e os seus amigos o filme nao vai por ai.

A historia segue o Conde Orlok e a sua tentativa de ir comprar uma casa na sua terra natal acabando por trazer consigo o mal, e uma forma de tentar dominar o mundo, com os seus planos e os seus seguidores.

O argumento do filme e reduzido, nao se debruça muito sobre as personagens passiveis de ser trabalhadas. A mitologia de Orlok tambem e transcrita pela base, e apenas a escolha final parece diferenciar-se ao ponto de ser relevante no que diz respeito a historia que o filme quer contar.

Eggers e um cineasta dos novos tempos, os filmes tem uma assinatura e uma riqueza visual quase sem comparação. Gosta da expressão dos seus atores e filma as mesmas com uma intensidade que o fazem ser a pessoa a seguir nos ultimos tempos, ainda para mais agora com uma vertente mais comercial

No cast o filme funciona na escolha de Skarsgaard embora pouco ou nada se reconheça do ator o que esta completamente transformado. Orlok e o protagonista e o filme sabe viver com isso. Nos restantes o filme nem sempre nos parece brilhante Rose Depp tem um papel vistoso mas penso que como os restantes cai demasiado no overacting expressionista. Pode ter sido uma escolha do realizador mas penso que nao e o melhor caminho.


O melhor - A estetica do filme.

O pior - Nao tras propriamente mais personagem a historia


Avaliação - B-

Monday, February 03, 2025

All We Imagine as Light

 Desde a sua apresentação no ultimo festival de Cannes que este foi o filme indiano a seguir, sendo uma presença constante na lista de melhores filmes do ano na maior parte dos criticos o filme falhou a indicação no pais de origem e por tal a nomeaçao para melhor filme estrangeiro nao existindo nos Oscares. A boa critica do filme deu-lhe uma carreira internacional meritoria, contudo comercialmente e tendo em conta que a industria de Bollywood vale muito dinheiro os resultados ficaram muito aquem.

Sobre o filme podemos começar por dizer que começa a por caracterizar Mumbai dos trabalhadores, as suas dificuldades a forma como as pessoas tem de se adaptar a uma vivencia de uma cidade interminavel. Este ponto e onde o filme melhor funciona. Quando o filme entre no lado das duas personagens o filme é vago, dificilmente conseguimos perceber o que cada uma sente, ficando apenas o choque cultural religioso na mente.

Por tudo isto temos um filme pequeno que sinceramente tenho muita dificuldade em perceber a forma como se tornou num dos acontecimentos criticos do ano. Sobra a caracterizaçao de Mombai diferenciado, das dificuldades de pessoas trabalhadores em ter minimas condições de vida, mas num filme local, fica a ideia que isso e o minimo possivel.

Assim um filme mediano indicado, de base e longe do lado pomposo de Hollywood, mas que fica na luz por ter dificuldades a contar a sua historia e quando assim é mesmo o que o filme quer transmitir em termos de ideias tambem fica longe. Uma surpresa o filme ter sido tao reconhecido, ficando a clara ideia que a falta de nomeaçoes poderá ter dado ao filme a insignificancia justa ao que apresenta.

A historia fala de duas fucionarias de um hospital com vidas amorosas diferenciadas, uma mais velha que tem uma aproximação a um medico mas esta refem do marido na alemanha, e uma jovem apaixonada por um jovem muculmano mas fica dificil encontrar o espaço para estarem juntos.

O argumento do filme e o maior handicap para ser um filme de referencia. As personagens ate poderiam representar muito mais do que o filme na sua essencia consegue lhe dar. Tambem em termos de simbologia fica a ideia que no final nao percebemos muito bem o que o filme quer transmitir.

Na realizaçao o projeto de Payel Kapadia uma realizadora indiana que pela sua coragem acaba por ser uma figura de referencia tambem politica. Aqui nota-se que conhece bem a cidade de Mombai, mas pouco mais, o filme entra na cidade mas sem um lado artistico particulamente trabalhado. E daqueles filmes que o historico da realizadora acaba por ser mais valorizado do que o trabalho concreto em si.

No cast o filme e liderado por duas atrizes nativas pouco conhecidas que funcionam na dictomia das personalidades. O lado mais extrovertido da juventude contra a submissão das mais velhas acaba por ser o que o flme tem de mais diferenciado.


O melhor - Mumbai

O pior - A sensação de que o filme não trás nada de relevante na sua mensagem


Avaliação - C

Sunday, February 02, 2025

Homestead

 Num ano em que a Angel Studio e a sua doutrina andaram semana apos semana em novos lançamentos de forma a tentar repetir de forma clara o sucesso de Sound of Freedom, eis que a sua maior aposta com o seu maior colaborador Neil Mcdonnald viu a luz do dia, num filme que marca o inicio de uma alegada serie. Criticamente ao contrario da maioria dos filmes da Angel o resultado foi mediano com algum apoio entre os mais conservadores. Comercialmente ao contrario dos outros projetos que foram desastres completos este acabou por despertar a atenção dos conservadores com resultados interessantes ainda que so circunscritos aos EUA.

Sobre o filme podemos dizer que é dificil perceber a ideia do filme, temos uma ataque terrorista, uma especie de fim do mundo e uma serie de pessoas juntam.se numa comunidade para sobreviver ao que vem ai. O filme tem uma ideologia mais que discutivel naquilo que defende das suas personagens. A loucura por armas, por defesa do que é nosso, fica a ideia que este extremismo republicado acabou por ter agora uma representação em cinema.

O mais comum neste tipo de cinema e intriga pouco ou nada trabalhada, relaçoes esterioripadas em todos os momentos e arestas que o filme que ter e um lado politico e ideologico discutivel no mundo de hoje. A forma como tenta comercializar os americanos em guerra contra o mundo em que temos de defender os nossos acaba por ser uma viagem aos western dos anos 50 sem o carisma dos mesmos.

Poucos sabemos que ira evoluir a Angel Studios, atualmente e quase uma doutrina, desta vez sem grandes elementos religiosos acabando por incidir mais em determinados mandamentos da filosofia conservadora, quase em contraponto com o lado mais esquerdo de Hollywood. Perde o cinema acima de tudo porque ate agora a ANgel pouco ou nada deu ao cinema de relevante.

A historia segue um grupo de pessoas que se junta apos um ataque terrorista de forma a tentar sobreviver em comunidade. Tudo fica pior quando tentam ser colocado em causa e criam uma guerra com os interesses instalados.

O argumento do filme e redutor em toda a sua analise. As personagens esteriotipadas, a moratoria final esperado e vazia. As personagens parecem num momento em que estao numa telenovela de segunda linha como rapidamente num filme de guerra. Enfim nada encaixa e o filme sabe disso.

Na realizaçao, este tipo de projetos tem realizadores proprios, tarefeiros de pouca ambiçao estando aqui Ben Smallbone. Ate ao momento o seu melhor trabalho tinha sido um documentario de Johnny Cash e agora um registo menor artistico. Normalmente este e o caminho para realizadores em fim de linha ou quem nao encontrou a passagem para trabalhos mais atrativos.

No cast temos um conjunto de desconhecidos sob a batuta de Neal Mcdonaugh o ator fetiche deste tipo de filmes que acaba por ser a imagem do estudio, depois de diversos anos a ser um vilão de segunda linha. O filme nao tem propriamente personagens dimensionais logo as interpretaçoes são tambem elas rudimentares e de atores ate ao momento irrelevantes.


O melhor  - Rapidamente percebemos que nao vamos perder tempo com a serie

O pior - Quase duas horas de um folhetim conservador


Avaliação - D

Saturday, February 01, 2025

The Brutalist

 Depois de ter estreado com estrondo no ultimo festival de Veneza esta obra de autor foi ganhando espaço nas apostas para os oscares ate se tornar no alvo a abater. Nos ultimos tempos algumas polemicas relacionadas com a utilizaçao de AI colocaram algumas duvidas no caminho que parecia triunfante como o melhor filme do ano, mas a luta mantém-se principalmente porque as criticas foram impressionantes. Do ponto de vista comercial, um filme com uma duração de mais de tres horas e meia afasta sempre e os resultados poderão ser comercial curtos para um candidato a premios.

Sobre o filme a primeira coisa que se pode dizer é que o filme não e minimamente aborrecido, que vai lançando intriga consequente, que fica a ideia que ate demais e que por vezes alguns pontos sao deixados em aberto mesmo que fique a clara ideia que isso e propositado. O filme tem um significado interessante e atual sobre as dificuldades da emigraçao e a utilização dos mesmos por classes superiores para exercer poder. O filme e claramente eficaz nessa mensagem embora seja mais que isso.

Tambem no ponto de vista de estetico a realizaçao do filme e incrivel e original do primeiro ao ultimo minuto, a forma como começa, confusa mas simbolica, a capacidade de ser original na introduçao e mesmo no final, o intervalo pensado, a forma como o som e ator principal do primeiro ao ultimo minuto, ao longo de mais de tres horas e meia faz do filme um objeto gigante, tecnicamente irrepreensivel e surpreendente.

O que poderá ser o lado mais debil do filme, ainda assim forte é o argumento, fica a ideia que o filme alimenta demais a chama e fica sempre a sensação que fica algo por dizer, algo por saber, num filme tao grande isto pode parecer estranho. Sem duvida e um dos melhores filmes do ano, talvez o mais perfecionista, se calhar nao o que melhor entertem ou prende o espetador.

A historia fala de um arquiteto judeu hungaro que embarca para os EUA em busca de sucesso deixando para tras os horrores da II guerra mundial. Entre avanços e recuos conhece um rico e impulsivo empresartio que acaba por o ajudar a desenvolver o seu trabalho.

O argumento do filme tem muitos temas, o da emigraçao o mais simbolico e atual, mas tambem vai a procura do contexto historico de cada momento. Nas personagens o filme aborda diversos problemas com diversas pontas, consegue atar todas embora parece que em algumas com demasiados atalhos.

Corbert e o heroi do filme, a forma como pensou um filme tao grande, ao detalhe, a forma como esteticamente o filme surpreende mais de tres horas. A originalidade das suas escolhas fazem com que so um desastre o oscar de melhor realizador. Uma carreira em crescendo de um dos valores seguros de Hollywood e ainda jovem.

O cast e muito eficaz, fica a ideia que Brody se calhar e demasiado proximo na disponibilidade fisica ao que fez em Pianista. A personagem e intensa, tem tres horas de duração, é eficaz mas podera perder por ja o termos visto num registo proximo. Jones quando entra domina o filme, uma excelente atriz que parece ter perdido por momentos o espaço maior de hollywood que regressa com sucesso. Pearce e muito convincente na sua construção, e as nomeaçoes todas aleas sao naturais, embora fique a ideia que tirando Jones, nenhuma seja realmente forte para ganhar indiscutivelmente.


O melhor - A realizaçao

O pior - FIca a ideia depois de tres horas e meia que algo ficou ainda por dizer


Avaliação - B+