Thursday, May 24, 2007

Fur: An Imaginary Portrait Of Diane Arbus




Existe filmes que criam a sua volta uma expectativa tão grande que depois e com surpresa que o vemos desaparecer por cinemas obscuros, sem qualquer tipo de publicitação, como de um filme indiferente se tratasse, e acima de tudo quando o casal de interpretes tem actores tao conhecidos e conceituados como Kidman e Downey Jr. Fur era um dos mais serios candidatos aos galardoes tipicos de final de ano, mas acabou como um filme quase invisivel para tudo e para todos, num desastre critico que conduziram a que esta obra seja daquelas que quase ninguem viu e poucos irão ver.

A tentativa de relacionar o mundo real com mundo imaginario foi sempre uma das fascias mais altas para os grandes autores de Hollywood, a capadicade de unir mundos, interpretar os mais diversos imaginarios, é um ponto ao alcance dos melhores, e que normalmente quando conseguidos conduzem a algumas das obras mais belas que o cinema nos deu nos ultimos 20 anos.

Mesmo esta forma de reflectir os imaginarios em biopics, ja tinha sido tentado por diversas vezes nos ultimos anos e quase sempre colorado de sucesso, o perigo que estava sempre presente, ou seja, de conduzir a um filme tao proximo do imaginario que se tornasse incrivelmente absurdo e sem sentido, nunca tinha sido real, até FUR. Este filme ambicioso arriscado, a elevar os limites do imaginario com rebeldia, falha na sua plenitude por isso mesmo, por de tao imaginario se constituir que se torna num dos filmes mais absurdos e sem sentido dos ultimos anos, capaz de deixar espantado e incredulo com tamanho ridiculo quase todos os espectadores que visualizam o filme.

O filme e uma biografia fantasiosa da fotografa Diane Arbus, uma fotografa, que acaba por entrar nas excentricidades do seu vizinho de cima um misterioso, homem recheado de pelos por toda a sua pele, que conduz a fotografo a um jogo de charme, e cumplicidade que termina na paixao, o filme mistura as sensações reais, com acontecimentos e personagens fantasticos, que apenas parece servir os propositos rebeldes por demais evidentes em todo o filme, ja que em nada contribuem para a valorizaçao da obra.

Alias todo o filme e desapontante, poderemos mesmo dizer que é um Big Fish, feito por um amador, ou seja a ideia ate poderia resultar, num criador com talento capaz de apaixonar o imaginario das pessoas e nao se limitar a introduzir do nada elementos excentricos e absurdos.

Este absurdo por completo, e traduzido na fantasia dentro da fantasia, principalmente nos pensamentos intimistas da personagem de Kidman, que apenas conduz a uma confusao de imagens soltas sem qualquer fio condutor.

Alias o grande defeito do argumento e a falta clara de um fio condutor coerente que paute e organize toda a narrativa, em vez disto, o filme prefere uma toada rebelde onde os acontecimentos vao acontecendo sem agrupamento logico e que conduz a que na maioria da parte o filme prima pelo absurdo. As personagens são ambiguas, e enquanto que a de Lione, consegue todo o misterio que necessita, ja a de Diane parece algo descomposta de sentido e profundidade e que de alguma forma não parece funcionar no filme.

O pior do filme, e ter sido entregue a batuta a um realizador com pouca dimensao de criador, o que faz como que o mundo imaginario nunca se consiga inserir da realidade do filme, e pareca sempre descontextualizada, sendo este aspecto que conduz ao absurdo em que o filme se vai transformando.

O cast liderado por dois dos actores mais aclamados da actualidade funciona ao nivel elevado que ambos nos habituaram, sendo Downey Jr o que mais brilha, tambem pela complexidade e a força da sua personagem que encaixa bem nas suas caracteristicas como actor. Ja Kidman parece passar por um momento de desacelaraçao da sua carreira depois de ter atingido o mais alto nivel, principalmente por insistir em personagens algo lineares e pouco profundas, e que estao a conduzir a um arrefecimento que se pode tornar algo perigoso no futuro.

Enfim uma desilusão total, de um filme com ingredientes de grande nivel mas muito mal misturados.


O melhor - As mascaras de Downey Jr.


O Pior - O absurdo que advem da falta de conjugação entre o imaginario e o real


Avaliação - C-

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