Apresentado no festival de Sundance de 2024, este pequeno filme independente, chamou num primeiro momento a atenção pela sempre especial presença de Ronan, uma das atrizes mais proximas da critica especializada do momento. Pese embora não tenha sido um dos filmes que triunfou no festival as boas criticas fizeram com que o filme ficasse logo encaminhado para um lançamento mais global na temporada de premios. Assim ressurgiu em Outubro, mas os curtos resultados de bilheteira quase inexistentes se calhar vão apenas permitir o espaço para este filme independente nos premios mais associados a esta industria.
Sobre o filme podemos dizer que é um filme sobre os desiquilibrios da personagem nos seus momentos, não e um filme temporalmente facil de acompanhar, com avanços e recuos sem aviso, que nos leva a tentar perceber acima de tudo o momento da personagem pela cor do cabelo. Embora essa dificuldade nao dificulda a comunicação que o filme quer fazer com o seu espetador, associando o consumo as dificuldades de vida e a tentativa da personagem de reabilitar.
Onde o filme melhor funciona e nos espaços, quando conduz a personagem para a sua natureza, para os espaços mais pequenos e onde o filme consegue dar esse conforto nao so a personagem mas ate ao proprio espetador. Esse detalhe sensorial do filme funciona, mesmo que por vezes alguns tiques de filme independente esteja sempre la com muitas cenas a so da personagem e acima de tudo um estilo demasiado pausado.
Por tudo isto sendo um filme razoavel, estamos longe de outros filmes independentes britanicos dos ultimos anos que conseguiram surpreender e ganhar um espaço muito particular no cinema. E um filme que chama a si muito das suas potencialidades na construção da sua protagonista, caso contrario levaria para uma mediania que o tornaria quase invisivel.
A historia fala de uma jovem com uma vida complicada marcada pelo alcoolismo que regressa a sua cidade natal e principalmente aos seus conflitos internos e familiares, ate que se desloca para uma pequena aldeia de forma a tentar reabilitar a sua forma de vida marcada por muitos episodios complexos.
O argumento do filme nao e propriamente diferenciado de outras historias de vida, a opção pela fragmentaçao temporal do filme acaba por ser um detalhe que pode tirar ritmo a historia que nao e propriamente uma força da natureza em dialogos e mesmo nas personagens secundarias, apostando tudo nos dilemas da personagem central.
Na realizaçao Nora Fingscheidt ja tinha tentado ir aos limites da pessoa no seu filme anterior com Sandra Bullock para a Netflix, mas aqui sem a pressão do resultado comercial, torna o filme mais intimista, sendo particularmente feliz a escolha dos espaços, que muitas vezes fazem o filme ter muito mais contacto com o espetador do que qualquer outro interprete. Veremos como a realizadora alema da seguimento a carreira.
Ronan e uma atriz que se encontra ha diversos anos a acariciar o Oscar sem nunca o ganhar, aqui um papel intenso, onde espelha os seus recursos que fazem dela uma das mais proximas da critica. As boas avaliações ficam bem no curriculo, mas nao me parece que sera aqui que conseguira o merecido premio, embora seja uma boa base para o que vier a seguir ja que lidera o filme do primeiro ao ultimo minuto.
O melhor - O espaço rural do filme.
O pior - A montagem temporal nao ajuda sempre o significado que o filme quer ter.
Avaliação - C+
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