Desde o momento em que foi anunciado, talvez este projeto tenha sido o que mais expetativa criou junto dos amantes do cinema, principalmente aqueles que ficaram apaixonados pelo estilo e mensagem do primeiro filme, que foram muitos. Dai que desde o momento em que o filme estreou em Veneza começaram as primeiras avaliações de deceção, que parece terem chegado aos proprios atores, e o resultado critico defraudou por completo as expetativas. O passa palavra acabou por condicionar e muito o resultado comercial do filme que acabou por ficar longe do primeiro filme, mas acima de tudo das altas expetativas criadas.
E dificil analisar um filme como este, se Phillips recuou na ideia de nao fazer a sequela, parece ter feito como um ponto de partida para dizer a todos que nunca o devia ter feito, e isso esta presente do primeiro ao ultimo minuto. Da abordagem musical que se distancia na coerencia do primeiro filme, ao pastoso lado de tribunal, parece que claramente o filme quer ser uma critica ao que pensamos e desejamos do primeiro filme, do que qualquer coisa por si só. Nao temos nada de novo alias o filme e quase um reflexo sobre o porque do primeiro filme, e nisso podemos dizer que em sequela esperava se mais.
Mas onde eu acho que o filme arrisca mais e claramente na sua opção final, onde mais do que danificar o impacto deste filme e o seu significado vai atrás e coloca em causa o visto no primeiro filme. Aqui parece claro que Phillips poderia nao querer este filme e isso nota-se na forma como parece ter angariado o dinheiro investido para algo intimista, muitas vezes desprovido de sentido, onde pega em pontos que os deixa cair, mas no fim deixa a porta aberta aos atritos com a DC para fazerem o que quiserem.
Por tudo isto este e um filme arriscado, que acaba por ser mais uma analise do porque do primeiro filme do que prorpiamente um filme novo, com novos dados. Eu compreendo a expetativa de quem queria ver o que aconteceu a Fleck e aos seus seguidores, mas a opção foi diferente, talvez demais para fazer o filme funcionar no seu proprio conceito.
A historia segue um Arthur Fleck preso, e refem da medicação, ate que surge o amor na sua vida, num contacto fugaz que acaba por reavivar o seu lado mais reativo, que surge no momento em que começa o seu julgamento e a sua imputabilidade.
O argumento do filme é arriscado, os lados musicais estão longe de ser brilhantes, mas parece que a escolha vai de encontro as limitações de Fleck, as escolhas finais são polemicas, mas penso que são as que Phillips quis realmente para terminar o trabalho.
Phillips foi sempre um mediano realizador de comedia que acabou por ter no primeiro JOker a sua grande obra. Aqui temos mais risco, mais ilusão, rebeldia em demasia, exagera nos planos do personagem, mas percebe-se que sabe o que foi iconico no primeiro filme para demonstrar o seu lado estetico. Provavelmente vai ser toda a vida insultado pelo resultado final, mas friamente está longe de ser mau.
O cast temos um Phoenix que criou o seu proprio personagem e encaixa perfeitamente nas suas dictomias. Fica a sensação que nos musicais se perde um bocadinho, mas tem ao lado uma cantora profissional que acaba por ter pouco palco na sua alegada Harley Quinn. Nao tem o brilhantismo do primeiro filme mas nao me parece que seja o problema do filme.
O melhor - Muito clara a mensagem que Phillipps quis passar
O pior - Nao era a mensagem que era esperada
Avaliação - B-