Saturday, November 02, 2024

Joker: Folie À Deux

 Desde o momento em que foi anunciado, talvez este projeto tenha sido o que mais expetativa criou junto dos amantes do cinema, principalmente aqueles que ficaram apaixonados pelo estilo e mensagem do primeiro filme, que foram muitos. Dai que desde o momento em que o filme estreou em Veneza começaram as primeiras avaliações de deceção, que parece terem chegado aos proprios atores, e o resultado critico defraudou por completo as expetativas. O passa palavra acabou por condicionar e muito o resultado comercial do filme que acabou por ficar longe do primeiro filme, mas acima de tudo das altas expetativas criadas.

E dificil analisar um filme como este, se Phillips recuou na ideia de nao fazer a sequela, parece ter feito como um ponto de partida para dizer a todos que nunca o devia ter feito, e isso esta presente do primeiro ao ultimo minuto. Da abordagem musical que se distancia na coerencia do primeiro filme, ao pastoso lado de tribunal, parece que claramente o filme quer ser uma critica ao que pensamos e desejamos do primeiro filme, do que qualquer coisa por si só. Nao temos nada de novo alias o filme e quase um reflexo sobre o porque do primeiro filme, e nisso podemos dizer que em sequela esperava se mais.

Mas onde eu acho que o filme arrisca mais e claramente na sua opção final, onde mais do que danificar o impacto deste filme e o seu significado vai atrás e coloca em causa o visto no primeiro filme. Aqui parece claro que Phillips poderia nao querer este filme e isso nota-se na forma como parece ter angariado o dinheiro investido para algo intimista, muitas vezes desprovido de sentido, onde pega em pontos que os deixa cair, mas no fim deixa a porta aberta aos atritos com a DC para fazerem o que quiserem.

Por tudo isto este e um filme arriscado, que acaba por ser mais uma analise do porque do primeiro filme do que prorpiamente um filme novo, com novos dados. Eu compreendo a expetativa de quem queria ver o que aconteceu a Fleck e aos seus seguidores, mas a opção foi diferente, talvez demais para fazer o filme funcionar no seu proprio conceito.

A historia segue um Arthur Fleck preso, e refem da medicação, ate que surge o amor na sua vida, num contacto fugaz que acaba por reavivar o seu lado mais reativo, que surge no momento em que começa o seu julgamento e a sua imputabilidade.

O argumento do filme é arriscado, os lados musicais estão longe de ser brilhantes, mas parece que a escolha vai de encontro as limitações de Fleck, as escolhas finais são polemicas, mas penso que são as que Phillips quis realmente para terminar o trabalho.

Phillips foi sempre um mediano realizador de comedia que acabou por ter no primeiro JOker a sua grande obra. Aqui temos mais risco, mais ilusão, rebeldia em demasia, exagera nos planos do personagem, mas percebe-se que sabe o que foi iconico no primeiro filme para demonstrar o seu lado estetico. Provavelmente vai ser toda a vida insultado pelo resultado final, mas friamente está longe de ser mau.

O cast temos um Phoenix que criou o seu proprio personagem  e encaixa perfeitamente nas suas dictomias. Fica a sensação que nos musicais se perde um bocadinho, mas tem ao lado uma cantora profissional que acaba por ter pouco palco na sua alegada Harley Quinn. Nao tem o brilhantismo do primeiro filme mas nao me parece que seja o problema do filme.


O melhor - Muito clara a mensagem que Phillipps quis passar

O pior - Nao era a mensagem que era esperada


Avaliação - B-

Friday, November 01, 2024

1992

 Depois de tres anos em que ficou no armazem eis que uma distribuidora acabou por lançar o ultimo filme gravado por Ray Liotta, meses antes de ter perdido a vida, o que por si só parece junto ter conduzido a uma distribuição maior de um filme de clara segunda linha. Em termos criticos o filme fracassou, sendo que comercialmente e mesmo com este input de ser lançado em dimensao wide os resultados foram curtos o que era esperado tendo em conta o tipo de filme em questão.

Sobre o filme podemos começar por dizer que temos o tipico filme de serie b de alguem estar na hora errada no local errado, e um conjunto de confrontos dentro de um grupo de criminosos com um golpe em marcha. Podemos dizer que o filme e um Die Hard falsificada o qual os elementos politicos introduzidos so servem para colocar um contexto nas ruas mais incendiado do que propriamente para ter qualquer desenvolvimento na intriga que vimos.

Por tudo isto temos um filme mediocre em quase todos os seus pontos, na explica as personagens as quais acabam por ser meras desconhecidas para toda a historia. As circunstancias vao aparecendo e ai o filme acaba por seguir sempre a linha previsivel do primeiro ao ultimo minuto. Digamos que se calhar Liotta merecia um outro filme para despedida mesmo que grande parte da sua carreira tenha sido dedicada a este tipo de filme.

Assim ficamos com a ideia da razão que distancia um filme de açao com atores mais conhecidos do que outros e a capacidade de uma intriga que mesmo que nao resulte, acaba por entregar aos espetadores algo que cumpre as suas funções que e o carisma do protagonista que aqui tambem nao existe.

A historia segue um segurança que acaba por se ver envolvido junto com o filho que tentou proteger dos tumultos da rua de um ataque de um grupo criminoso na loja onde trabalha.

O argumento do filme e o minimo como acontece na maioria de filmes serie b de açao. Poucas personagens, pouca descontraçao, muitos tiros, mas pouca emoçao, num filme que rapidamente percebemos que nunca existiu na nossa memoria.

Na realizaçao temos Vromen um realizador de filmes sobre criminosos, que ja teve alguns filmes mais visiveis mas que a carreira nunca arrancou, acabando preso em filmes menores como este onde apenas conduz ao lado mais escuro das imagens e pouco mais.

No cast temos Gibson como protagonista, um ator limitado que fica basicamente associado ao franchising de Fast and Furious e nao parece com carisma ou qualidade para mais, o que se torna muito claro num filme como este. Liotta funcionou sempre como um vilão intenso e isso e o que nos da na sua ultima apariçao.


O melhor - A ultima apariçao de Liotta

O pior - A forma como me parece que na maior parte do tempo o filme nao encontra o que quer ser.


Avaliação - D+