Saturday, August 20, 2022

Luck

 Depois de ter sido a primeira aplicação de streaming a obter numa produçao propria o oscar de melhor filme, com o comovente CODA; eis que a Apple + dá mais vigor a sua aplicação com o lançamento do seu primeiro grande projeto de animaçao com a produção de alguns dos mais famosos criadores do passado da Pixar. Este Luck, que fala sobre a sorte e o azar acabou por ser lançado mas a resposta critica esteve longe do ideal com avaliações algo dispares nao obtendo o consenso critico. Isso e ainda a pouca divulgaçao da Apple + enquanto plataforma poderão conduzir a pouca visibilidade de um projeto arrojado.

Sobre o filme podemos dizer que os primeiros dez minutos são interessantes desde os temas que aborda como a institucionalização, a adoção e o depois, o filme acaba por ser ao mesmo tempo neste período comovente, engraçado e impactante, fazendo prever que o filme iria seguir os traços mais adultos dos melhores projetos da disney. Contudo a determinada altura tudo muda e entramos em mundos fantasticos da sorte e do azar, e para azar do filme tudo muda e o filme e um confuso jogo de superstições e um humor fisico nem sempre bem conseguido, nunca se tornando minimamente no bom projeto que o inicio prometia.

A questao dos mundos fantasticos nos filmes de animaçao, ou quando nos transportamos para esse tipo de filme e a capacidade de ser congruente sem ser exagerado de forma a que tudo faça sentido e permita o desenvolvimento do guião. Neste caso não consegue, o filme perde-se em personagens, em seres, no caracter estetico e dual de ambos os mundos, com muita cor mas coloca de lado o guião e as questões iniciais tornando-se claramente num filme menor, mesmo aborrecido ja que demora quase duas horas.

Por tudo isto fica a ideia que Luck desaproveita o que constroi nos primeiros minutos, se calhar se continuasse com esse estilo seria um filme aborrecido para os mais pequenos, que exigem sempre o lado comico e mesmo imaginario, mas o excesso de protagonismo que estes dois elementos adquirem no resto do filme ainda para mais num mundo infindavel e algo confuso nao e claramente a melhor opção que o filme pode tomar.

A historia segue uma jovem que apos concluir 18 anos sem conseguir arranjar familia, durante o periodo em que esteve institucionalizada, começa a sua vida independente, contudo quer o melhor para uma amiga que ficou no colegio, e necessita da sorte que lhe foge desde que nasceu, embarcando com um gato para o mundo da sorte.

Em termos de argumento os primeiros dez minutos sao prometedores naquilo que seria a abordagem de temas pertinentes a um ritmo interessante. Com a entrada no fantastico tudo se esbate, os temas, a moral, e mesmo as personagens esvaziam para a luz e o nivel tecnico do mundo construido. Claramente uma ma opçao.

Na realizaçao do projeto Peggy HOlmes que ja esteve associada a Disney mas com filmes menores, aqui com o seu primeiro grande projeto deixa-se levar pelas possibilidades de um mundo bonito, colorido, mas fica a clara noçao que a atençao a esses detalhes esvaziou a historia.

No que diz respeito ao cast de vozes, destaque para Pegg como o gato da sorte, que encaixa bem no estilo que o filme quer dar a personagem. E uma serie de atores mais veteranos e algo afastados do grande ecra com mais tempo, que encaixam nas caracteristicas que o filme quer dar a cada um deles.


O melhor - Os primeiros dez minutos

O pior - A forma como o filme desaproveita esse tempo


Avaliação - C



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