Friday, November 10, 2017

Good Time

Apresentado com relativo sucesso no ultimo festival de Cannes, este pequeno filme exprimental, que demonstra uma cada vez maior aposta de RObert Pattinson num cinema de autor, acabou por recolher boas avaliações do festival europeu, que acabou por lhe permitir ter a sua estreia nos cinemas americanos, onde tambem recolheu avaliações essencialmente positivas. Sendo um filme nem sempre facil os curtos resultados comerciais acabaram por ser expetaveis.
Sobre o filme podemos começar por dizer que não se trata de um filme fácil, porque muda as agulhas diversas vezes ao longo da sua duração, tornando-o algo difuso, para uma obra que quase sempre consegue manter um ritmo acelerado, e mais que isso um balanço de cores bastante agradavel no que diz respeito ao caracter estetico que o filme adota. Pena é que mude constantemente a intriga, não permitindo a que em momento algum nenhuma delas adquira particular destaque ou intensidade para envolver o espetador.
Por tudo isto parece-me que o conceito do filme, através do seu ritmo e do lado quase apocalitico em que as personagens se movimentam, numa estrada continua quase sempre sem saida, funciona bem melhor enquando conceito, mais que propriamente pela historia ou por aquilo que na realidade nos e dado. Neste particular parece-me sempre um filme algo limitado, e nem sempre criativo naquilo que nos fornece.
Mas e interessante que actores que a determinada altura ganham um conceito de pop star tentem reinventar carreira com opções de risco. Nem sempre os filmes acabam por ter a dimensão ou a universalidade esperada, como é o caso desta obra claramente intimista e para alguns, mas o risco e muitas vezes o veiculo para altos voos.
No que diz respeito a historia o filme fala de um jovem delinquente que depois de conduzir o seu irmão com defice cognitivo para um roubo que o leva a cadeia, faz um plano no sentido de o libertar aproveitando o facto deste se encontrar hospitalizado.
O argumento tem um grande problema, uma narrativa de sequencia onde as intrigas se seguem sem serem devidamente concluidas e que acaba numa tremenda confusao a todos os niveis. Ja que por um lado nao permite que elas evoluam e por outro acaba por tirar alguma intensidade aquelas que funcionam melhor junto do espetador.
Na realizaçao os irmãos Safdie ate ao momento completamente desconhecidos tem um trabalho interessante principalmente na cor que dao ao filme. E clara a invocação a Nicholas Widding Refn no som e na forma de filmar de uma dupla a seguir num futuro proximo.
No cast Pattinson tem sem duvida o papel mais arriscado da sua carreira, decadente, fisicamente dificil, acaba por transmitir o lado escuro, e sem saida que a personagem quer dar. AO contrario das excelentes avaliações, nao me parece ainda ter atingido o seu ponto maximo, ja que existe algumas deficiencias de intensidade para limar.

O melhor - A cor do filme.

O pior - A sucessão vazia de intrigas

Avaliação - C

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