Trinta e cinco anos desde que um estranho filme de ficção cientifica deixou intrigado o mundo do cinema, e depois de diversos cortes e recortes eis que foi anunciada a sequela deste filme que se tornou com o tempo um filme de culto. Os fas ficaram com receio do que ai vinha, e apenas a escolha de um realizador consagrado como Denis Villeneuve os deixou mais descasado. As primeiras avaliações desta recuperação foram bastante positivas, diferentes da versao da produtora do filme. Em termos comerciais os primeiros resultados não foram animadores, mas aqui penso que a longa duração e alguns perciosismos como a falta de intervalo podem ter prejudicado nesta fase inicial o resultado comercial do filme.
Sobre o filme eu confesso que Blade Runner original, longe de ter um argumento ou uma complexidade fora de serie tinha um estilo proprio e uma produçao completamente inovadora. Volvidos 35 anos este era um dos maiores desafisos do filme, ser atual, e respeitar a base, e nisso parece que o trabalho de Villeneuve do ponto de vista tecnico é impressionte quer em termos esteticos quer em termos sonoros o filme consegue atualizar e ser fiel, e isso seria uma das maiores dificuldades que o filme poderia ter.
Em termos de argumento temos um filme mais denso, com mais linhagens narrativas, um filme mais longo, mais complexo e isso faz bem ao filme, pois um dos pontos que me parece limitado no filme é isso mesmo, a forma como por vezes tem uma intriga central demasiado diminuta. Aqui temos o contrario um filme com diversas linhagens, com varias personagens que sabe ir buscar ao passado sem nunca esquecer o futuro e a historia isolada.
POr tudo isto Blade Runner e um filme extramamente artistico e singular do ponto de vista individual, e que é um filme para nos que vivemos neste tempo mais completo do que o primeiro, embora a compraçao com este intervalo de tempo nao se deva fazer. Um ou outro ponto que deveria ser mais trabalhado como o exercito de rebeldes, que me parece pensar demais no futuro num filme que nao o deveria ter para nao o banalizar.
A historia fala de um blade runner que novamente parte a procura de replicantes que se encontram integrados no nosso mundo, enquanto uma nova industria entretanto criada acaba por nos dar pessoas com uma obdiencia termenda por tudo que seja ordens superiores.
Em termos ideologicos mas mais que isso em termos narrativos parece-me claro que temos um filme muito bem trabalhado, que toca em questões filosoficas interessantes, que consegue ser complexo com a tematica da inteligencia artificial com densidade nas personagens o que o primeiro acaba por nao ter tanto. Parece apenas no final demasiado preocupado com o futuro que faz a historia ser menos forte na parcela final.
Villeneuve tem aqui um exercicio arriscado, por um lado porque ja e uma certeza da primeira linha de Hollywood estando na antecamara dos oscares, e por outro porque fazer um reebot de um filme com tantos seguidores e expor-se aos riscos. Villeneuve tem um trabalho brilhante, actual, inovador e fiel, dai que nao se sentiram ate ao momento as criticas obvias que todos pensavam que ele ia ter.
No cast, a escolha de Gosling parece-me logica, um actor carismatico proximo do grande publico, que tem aqui um pape de acçao nao muito comum na sua carreira, mas que encaixa bem no perfil. E um papel mais de presença do que de dificuldade. AO seu lado Ford vale por aquilo que significa para o filme, Leto pelo lado mais visual. No lado feminino o maior destaque vai para Sylvia Hoeks uma quase desconhecida que acaba por ser a vila de serviço, com um papel bastante interessante puxando para si algumas das luzes do filme.
O melhor - A forma como o filme consegue potenciar, inovar e ser fiel ao primeiro.
O pior - Na parte final parecer abri porta para um futuro que pode tornar o filme rotineiro~
Avaliação - B+
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